EM SÃO MIGUEL O ANJO

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

PREPARAR O NOVO ANO

                                        PREPARAR O NOVO ANO

Ano Novo, vida nova,
Já com chão desinfetado,
Do conto e dito de sobra,
Que não levou a nenhum lado.

Até nas páginas sociais,
Onde o saber se renova;
Há burros que sabem mais,
Há sempre pobres de sobra,

Onde até na letra só,
Ou na palavra sozinha;
Há cuscas que metem dó,
Duma existência fuinha,

Há falsidade vaidosa,
E a bela hipocrisia;
E a amizade enganosa,
De burra sabedoria.

Dê voltas o pensamento,
Como as voltas dá o linho;
Saiba que este é o momento,
Para renovar o caminho.

Que o Novo Ano possa ser,
Mais limpo de erva daninha;
Para a vida florescer,
A todo o ser que caminha.

Dê  voltas o pensamento,
Como as voltas dá o linho;
Saiba que este é o momento,
Para renovar o caminho.



José Faria

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

NATAL DE AREIA


Já são dois mil e dezasseis os nascimentos do menino Jesus. E, embora e sempre de nascimento recordado em areia, com arte a valer, não desiste de nascer.

É assim o Natal. O "menino nasce, festeja-se o seu nascimento, muita alegria entre a fome e a grandeza;... Come-se e bebe-se como tolos, enquanto outros se sustentam de mig alhas, sobras, restos ou nada. 
Depois, vem o vento de Janeiro e todo este "amor" festivo cultural e tradicional, perde-se. Vai no tempo, para só aparecer e se repetir em Dezembro, e logo se perde o convívio familiar e as alegrias, quando deveriam ser de todos os dias.
São Festas Tradicionais, religiosas... tradições, usos e costumes de entretenimento, que dá riqueza às religiões, lhes dá aumento e sustento. 
É a hipocrisia entretenimental que só uma vez por ano nos fala de salvação em festa de Natal.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

POETA É QUEM CANTA



Poeta é quem canta,
É quem lança o pensamento,
Como o silvar de uma flauta;
À luz dos olhos do vento.

É quem guarda o monte,
O pasto,
E sua amigas ovelhas,
É quem mastiga o tempo gasto,
Nas côdeas de broa velhas.

É quem adora o se cajado,
Sua sina, monte agreste;
Quem ama o fiel ao lado,
Que o uivar do lobo veste.

É quem lança o sol nascente,
Lá da serra sobre a aldeia,
Poeta do povo veste,
Aquece-o a lá, o leite a ceia.

É do pensamento profundo,
Que caminha junto ao céu;
Que é grato no fim Mundo,
Pela vida que Deus lhe deu.
José Faria

domingo, 11 de dezembro de 2016

O MENINO ESTÁ ACORDADO




O menino está acordado,
Presente, vivo e sagrado,
A olhar a fantasia;

Do tempo continuado
Natalício e mal contado
Ao povo em alegria;

Mas é assim que festejado,
E nunca questionado,
O Natal é mais-valia,

Do egoísmo acomodado,
De consumismo alienado,
Natal de hipocrisia.

E o menino está acordado,
Presente, atento e sagrado,
Distrai-se na fantasia;

E a Nikita a seu lado,
Com seu ar admirado,
Não pertence à ousadia.
 José Faria


terça-feira, 15 de novembro de 2016

MOMENTOS E IMAGENS VERSEJADOS









RENOVAÇÃO


Todos os dias são santos,
Todas as noites também;
Na vida não deixes prantos,

Nem na morte de ninguém.

Do caminho, verdes mantos,
De onde a vida provém;
De séculos passaram tantos,
De idade que a terra tem.

Cada mundo, cada ser,
Cada espécie concebida,
É obra da natureza;

Nasce, vive e irá perecer,
E no seu lugar de partida,
Outro ocupante irá ter.

José Faria

terça-feira, 13 de setembro de 2016

RECORDAÇÕES QUE ME VOLTAM À MEMÓRIA

 RECORDAÇÕES QUE ME SALTAM À MEMÓRIA
Esta é uma abraçadeira de ferro e "pega", entalada a chumbo no granito da parede, onde em criança, entre o 5 e os sete anos, me pendurava em "artes Infantis de malabarismo exibicionista próprio de crianças.

Já lá vão mais de cinquenta anos. Servia para prender o gado daqueles que se dirigiam à grande feira do Gado de Pedrouços, Maia. Mesmo ao lado da barbearia do Zé Barbeiro, onde aparavam a barba e o cabelo, na ida ou no regresso da feira, enquanto o gado comprado ou a caminho da venda, aí preso, aguardada.

Hei de segurar meu Mundo,
Mesmo com olhos fechados;
Com meu pensamento profundo,
Por caminhos partilhados.

12/09/2016
José Faria



quinta-feira, 1 de setembro de 2016

AS GRAÇAS

         AS GRAÇAS
 As graças que as Graças me dão,Depois do trabalho feito;São obra de artesão,Com seu valor e seu jeito. Entrega e dedicação,Com minha arte, meu jeito,Já não me nasce da mão;Guardo-a dentro do peito. Todo o tempo vê na obra,Pegadas do criador,E novo fruto de entrega. Haja respeito de sobra,De gratidão e amor,A quem a obra nos lega. 
José Faria


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

QUEM SOU EU ...


                                                  QUEM SOU EU...

Não sei o que vos pareço,
O que sou eu de verdade;
Se até eu desconheço,
A minha capacidade.

De mais saber também padeço,
E de quem sou de verdade;
Como todos eu mereço,
Ter a mesma faculdade.

Como ao comum dos mortais,
Com menor ou mais saber
De entender a existência.

Hoje já é muito mais,
O tempo de se aprender,
Melhor e de mais abrangência.


José Faria

RAZÃO PERDIDA



                                    RAZÃO PERDIDA

Seja histórico o momento,
Vincado em fraternidade;
Que alimente o pensamento,
Em actos de amizade.
Quem perde o conhecimento,
Esse dom de faculdade;
Fica no isolamento,
Com maior dificuldade.
Deixa que a frustração,
E todo o empobrecimento,
Tome conta do seu ser.
Evapora-se a razão,
Domina o constrangimento,
Até tudo se perder.
José Faria

domingo, 21 de agosto de 2016

A ALMA NÃO DÓI!

  • A ALMA NÃO DÓI!
  •  
  • Será que a alma dói,
  • Ou só dói o sentimento!?
  • Se a alma é só tradução,
  • Do humano pensamento;
  • É desabafo e ilusão,
  • Que se cria a todo o tempo, 
  • A dor só no corpo mói,
  • E quebra contentamento;
  • Pois só o avançar no tempo,
  • O tempo a vida corrói.
  •  
  • José faria

segunda-feira, 30 de maio de 2016

PEDAL NOVO EM SANTIAGO


O caminho que trilhamos,
Há muito entre os primeiros;
É Pedal Novo que criamos,
Entre amigos, companheiros.                                                    Caminho de Santiago 2016


Solidários, acreditamos,
Nas rotas de aventureiros;
Esta equipa em que apostamos,
É entusiasta de obreiros.

Os pedais que pedalamos,
Por montes, campos outeiros;
São da alma que criamos,
Como a água dos ribeiros.

Todos com todos contamos                                   
Entre os quatro pedaleiros
Quando juntos bem estamos,
Vão de Baik os caminheiros.


José Faria

quinta-feira, 19 de maio de 2016

FADOS DA DESGRAÇA DEVERIAM SER BANIDOS


FADOS DE CHORADINHO


TRISTE SINA

Quando ela passa,
Seus olhos cheios de graça,
Dizem bem como a desgraça,
Lhe roubou a formusura.

Essa infeliz,
Com quem brinquei em petiz,
Casar comigo não quis,
Hoje vive na amargura.

Morreu-lhe a mãe,
Por sua infelicidade,
E hoje percorre a sina,
É tão triste a sina sua.

Disse-me alguém,
Que a linda Rosa Maria,
Da rua da Banharia,
É a triste flor da rua.

Passando um dia
Numa certa leitaria
Da rua da Banharia
Cheia de dor e emoção;

Meu coração,
Palpitou de comoção,
Ao ouvir esta canção,
Lá do fundo de uma mesa:

Ó meu amor,
Eu sou uma desgraçada,
Minha sina malfadada,
Não me deixou ser só tua;

Mas por favor,
Fazes que não me conheces
E decerto desconheces,
A mulher que já foi tua.

(Autor desconhecido) – (Há + de 40 anos nas minhas mãos)



CÁ ESTÁ O OUTRO LADO DA MOEDA, TANTAS VEZES VÍTIMA DO FADISTA, NA VIVÊNCIA E NO FADO, DAS FARRAS E DAS BEBEDEIRAS E OUTRAS DROGAS

                  PERDIÇÃO

Quando ele passa,
Quase sempre vai c’o  a nassa;
Sua vida é uma desgraça,
Pendurado na bebida.


Esse homenzinho,
Foi meu namoro em menino;
Já perdeu o seu caminho,
No prazer de bebedeiras.


Perdeu o emprego,
Já nem sabe trabalhar,
Vive só a deambular,
Não tem família nem lida.


Esse homenzinho,
Que já foi meu amorzinho,
Perdeu rumo ao seu caminho,
Fez sua existência ferida.


Perdeu o emprego,
Já nem sabe trabalhar,
Vive só a deambular,
Não tem família nem lida.


Quando ele passa,
Quase sempre vai c’o  a nassa;
Sua vida é uma desgraça,
Pendurado na bebida.


Perdeu o tino,
Deambula sem destino;
Na valeta do caminho
Foi encontrado sem vida.

12/05/2016
José Faria

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

NIKITA À JANELA


 














NIKITA À JANELA

A gata à minha janela,
Atenta a ver-me passar;
E eu a ver como ela,
Acompanha o meu andar.

Quando chego junto dela,
Dá-se ao chão a rebolar,
Toda a graça sorri nela,
E se espalha para me dar.

O carinho e a atenção,
Que me dá com brincadeira;
Chega em montes de alegria.

Com entrega e devoção,
Felina, animal, inteira,
Sem ela, como seria!?
                                                                                                           21/02/2016
                                                                                            José Faria