EM SÃO MIGUEL O ANJO

domingo, 12 de novembro de 2017

O LACAIO


Já quase esqueceu a gente,
Dos males que não tem cura,
Como os de  antigamente,
Do tempo da ditadura.

Que teve sempre presente,
A avareza e a usura.
Essa espécie tão doente
Que corrói a estrutura

E ainda tem continuidade,
Por poder e por dinheiro
Destruindo-nos o caminho;

Pode até ser companheiro,
Ser uma falsa amizade,
Ou até o tal vizinho.
José Faria


sexta-feira, 3 de novembro de 2017

DOURO DO FADO E DA POESIA




O Douro vem a chorar,
Junto à Arrábida, por temer;
O seu fim que está a chegar,
Quando no mar se envolver.

Depois de tanto lutar,
Passo a passo e a correr;
Ainda sorri a abraçar,
Porto e Gaia, e agradecer,

A recepção sem igual,
Das cidades de alegria,
Em pontes e ligações.

Neste país de Camões,
Do fado e da poesia,
Que se chama Portugal.

José Faria


O DOURO DOS POETAS




Encontrei o Douro a dormitar,
Envolto em nevoeiro ressonando;
Temendo a sua luta com o mar,
Na sua foz onde o vi chegando.

Tranquilo, no cais velho, a pescar,
Onde suas águas se abanando;
Se ergueram na coragem de enfrentar,
O mar que o foi abocanhando.

Rio de paz e bravura dado à gente,
Que montanhas rasgou até à foz,
Levando a água à vida, à natureza.

Continuará correndo entre nós,
Por gerações e gerações será grandeza.
E trará mais poesia na corrente.

31/10/217 – José Faria