FADOS DE CHORADINHO
TRISTE SINA
Quando ela passa,
Seus olhos cheios de graça,
Dizem bem como a desgraça,
Lhe roubou a formusura.
Essa infeliz,
Com quem brinquei em petiz,
Casar comigo não quis,
Hoje vive na amargura.
Morreu-lhe a mãe,
Por sua infelicidade,
E hoje percorre a sina,
É tão triste a sina sua.
Disse-me alguém,
Que a linda Rosa Maria,
Da rua da Banharia,
É a triste flor da rua.
Passando um dia
Numa certa leitaria
Da rua da Banharia
Cheia de dor e emoção;
Meu coração,
Palpitou de comoção,
Ao ouvir esta canção,
Lá do fundo de uma mesa:
Ó meu amor,
Eu sou uma desgraçada,
Minha sina malfadada,
Não me deixou ser só tua;
Mas por favor,
Fazes que não me conheces
E decerto desconheces,
A mulher que já foi tua.
(Autor desconhecido) – (Há + de 40 anos
nas minhas mãos)
PERDIÇÃO
Quando ele passa,
Quase sempre vai c’o a nassa;
Sua vida é uma desgraça,
Pendurado na bebida.
Esse homenzinho,
Foi meu namoro em menino;
Já perdeu o seu caminho,
No prazer de bebedeiras.
Perdeu o emprego,
Já nem sabe trabalhar,
Vive só a deambular,
Não tem família nem lida.
Esse homenzinho,
Que já foi meu amorzinho,
Perdeu rumo ao seu caminho,
Fez sua existência ferida.
Perdeu o emprego,
Já nem sabe trabalhar,
Vive só a deambular,
Não tem família nem lida.
Quando ele passa,
Quase sempre vai c’o a nassa;
Sua vida é uma desgraça,
Pendurado na bebida.
Perdeu o tino,
Deambula sem destino;
Na valeta do caminho
Foi encontrado sem vida.
12/05/2016
José Faria