EM SÃO MIGUEL O ANJO

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

O BRASÃO DA QUINTA DE PAREDES

A VELHA QUINTA DE PAREDES E O SEU BRASÃO

Sempre me fascinam as grandes quintas acasteladas e brasonadas que encontro nas minhas pedaladas.

Grande parte deste património histórico foi entregue ao decorrer do tempo sem ninguém, o que me desperta ainda mais a imaginação sobre as vidas ali vividas, a história de famílias monárquicas, esclavagistas ou feudais poderosas e senhoriais das terras trabalhadas, suadas e sangradas, pela plebe.
De entre as várias fazendas deste tipo acastelado e brasonado, porta de entrada de grandes terrenos de cultivo e pastagem, que vi no caminho entre a Maia e Vila do Conde, despertou-me o brasão da entrada da Quinta de Paredes, na rua do Património, em São Pedro de Avioso, em direção a Guilhabreu, com uma capela e cruzeiro defronte, do outro lado da rua.
Com datas de 1616 e 1736, de características “acasteladas”, sobressai sobre a entrada principal o brasão em granito que se encontra amparado por duas robustas volutas que rematam, em altura, aquela 
entrada.
O escudo redondo, de bico insinuado e de bordo superior em arco de cinco estrelas de cinco raios.
Sem entrar em pormenores sobre o que há de registo escrito na história desta e de outras quintas, apraz-me descobrir, conhecer, fotografar e divulgar este património histórico que me leva a recuar no tempo e a imaginar estórias da história e das vidas ali vividas.
José Faria✍️📖🤔🧙‍♂️
Fonte: - https://www.cm-maia.pt/cmmaia/uploads/document/file/1717/REVISTA_MAIA_2_-2__ISSN_2183-8437.pdf

domingo, 9 de agosto de 2020

POR TERRAS DE GUILHABREU

                                  DE SÃO PEDRO DE AVIOSO – MAIA

                         A GUILHABREU - VILA DO CONDE 

Depois daquela visita às terras de São Pedro de Avioso, na Maia, nomeadamente à sua monumental igreja no seio do povoado e dos milhais, segui adiante até atravessar o parque de lazer, merendas, desportos de manutenção física e demais atividades lúdicas oxigenadas e sombreadas ao ar livre, e à brisa suavizante do Parque de Avioso, da Maia.

À saída, ao contrário de virar à direita em direção ao Castêlo da Maia e Quinta da Gruta, pedalei à esquerda e fui ter a Guilhabreu, Azevedo e Vilar do Pinheiro. De visita demorada à igreja paroquial de S. Martinho de Guilhabreu, mandada edificar em 1885, verifiquei que é um dos mais belos e grandiosos templos do concelho de Vila do Conde. 

Das pesquisas efetuadas, constatei que “exteriormente sobressai a Torre Sineira em posição central, e a frontaria divida em três tramos por molduras lisas verticais de cantaria. O interior do templo é de uma só nave e está subdividido em capelamor e corpo da igreja com seis altares em talha dourada de excelente qualidade.

Do adro da igreja o visitante pode contemplar a extensa e multifacetada paisagem de casario, quintas, hortas, pomares e floresta cheia de cor e brilho que se espraia terra fora e pelo mar dentro. No Centro Paroquial inaugurado a 11 de maio de 1986, estão instaladas múltiplas valências e entre elas um pequeno Museu de Arte Sacra onde é possível apreciar objetos litúrgicos de antigos usos, tais como esculturas, mobiliário, custódias, cofres relicários, paramentaria e livros, o primeiro relógio da igreja paroquial etc., indo os principais destaques para a imagem do “Pai Eterno” que foi trazida da igreja antiga e já conta mais de 500 anos de idade, e para o resplandecente vestido de Nossa Senhora das Dores comprado em Paris no ano de 1907 pelo benemérito a residir no Brasil, Joaquim de Oliveira Maia”.

Depois da visita, fotos e filme sobre toda a riqueza histórica e

religiosa dos povos aqui patentes, que aqui vos deixo, desci 

tremidamente uma longa estrada de paralelo a grande velocidade, 

como podem constatar no meu registo da aplicação STRAVA, até

curvar à esquerda à procura de caminho em direção à Maia.

Ao atravessar uma longa rua silenciosa impregnada de solidão, entre bouças e campos de milho sem fim, eis que chego a um vasto cultivo a céu aberto entre milheirais, de produção de hortenses, como alfaces, cebolo, tomate, rabanetes….

Se me admirei com a forma e alinhamento geométrico como cada pé de espécie era introduzido na terra, em longas áreas de terreno nivelado, estupefacto fiquei ao ver mais de trinta homens de cor, curvados sobre a terra num movimento mecânico,… para não dizer robótico, introduzindo na terra os pequenos rebentos hortícolas, alfaces e outros.

Na verdade, levou-me essa imagem ao tempo das grandes explorações em Africa, no Brasil e noutras paragens. Quis fotografar ou filmar, mas temi… e ao passar pedalando, ao ver aqueles homens (negros escravos) em Guilhabreu de Portugal, apenas soltei um sonoro BOM DIA!.. Como sempre faço com todos os lavradores que encontro no caminho, e que me respondem sempre, alto e bom som.

Os trabalhadores de cor olharam-se e olharam-me admirados, mas nada disseram… e o capataz, o único homem de pé e de costas direitas a controlar a prol, olhou-me de soslaio, mas fez de conta que não me viu nem ouviu.

Ainda pedalei devagarinho e a olhar para trás, a pensar no filme ou foto, mas temi… não fosse encravar-me num mundo isolado que desconheço.

Um pouco à deriva, passei por Vilar de Pinheiro, e não pedalei muitos mais quilómetros para me sentir em casa, na Maia, ao alcançar a estrada nacional 13 já perto de Moreira.

Depois de atravessar o coração da cidade da Maia, depressa me pus em Parada, subi o Boi Morto, e logo concluí mais esta minha brilhante, saudável e cultural aventura.

Vale sempre a pena…

José Faria

sábado, 8 de agosto de 2020

EM SÃO PEDRO DE AVIOSO

 POR TERRAS DE SÃO PEDRO DE AVIOSO

Das minhas pedaladas cicloturísticas por terras da Maia, fui à procura de histórias religiosas e da identidade da igreja de São Pedro de Avioso, sobretudo sobre as origens e razões da sua construção. 
Pois, é também com base nesses elementos, quando os há, que encontro “dicas” que me possam levar a criar uma lenda local, já que a maioria das lendas quase sempre, tem por base crenças e motivos religiosos.
Mas pouco ou nada consegui, para além do puxado e saboroso passeio, o do prazer de contemplar paisagens agrícolas e montados.
Num largo arborizado e bem arejado com uma agradável envolvência espaçosa, a igreja emerge entre um denso milhal verde mostrando já o seu fruto de castanhos bigodes caídos sobre o seu revestimento. Frente a toda esta religiosa imponência, três cruzeiros mantêm-se atentos e vigilantes de olhares sobre a torre sineira e o bater das horas certas.
De características que remontam aos séculos XIX e XX, esta igreja matriz de São Pedro de Avioso, conforme consta em lápide de granito na frontaria, foi “edificada a expensas de António Ferreira Praça, sua esposa e paroquianos em 1909”.
Também a homenagem ao Padre José Alves Pereira do Couto, sobre um pedestal, abrilhanta e enriquece este património religioso maiato.
Continuando envolvido em paisagens agrícolas, entre bouças e campos de milhos, levou-me a ORBEA até terras de Guilhabreu, e nova visita, idêntica e com o mesmo propósito.

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

A ESTRELA E O PASTOR DA SERRA DA ESTRELA

LENDA DA SERRA DA ESTRELA

Há muitos anos havia um pastor que todas as noites se encontrava com uma estrela no alto da serra. Um certo dia chegou aos ouvidos do Rei que o pastor falava com essa estrela e o Rei mandou chamar o pastor e propôs-lhe que trocasse a sua estrela por uma grande riqueza. O pastor disse-lhe que não trocaria a sua amiga, e que antes queria continuar a ser pobre do que perder a sua querida estrela.

O pastor voltou à sua cabana no alto da serra e ouviu a estrela dizer que já sentia receio do pastor se entusiasmar pelo dinheiro e deixar a estrela ir para as mãos do poderoso Rei. O pastor disse-lhe que vale mais uma amiga do que muito dinheiro e disse-lhe também com voz de profeta que daí em diante aquela serra se chamaria “Serra da Estrela”. E até agora diz-se que no alto da serra há uma estrela que brilha de maneira diferente, ainda à procura do velho pastor.

SENHORA DA LAPA

Lenda da Senhora da Lapa

Diz a lenda que a imagem de Nossa Senhora da Lapa apareceu num penedo de difícil acesso, na Beira Alta. Os devotos construíram-lhe um templo num local mais acessível, mas a imagem da Senhora “fugia” para o seu penedo sempre que a punham na nova capela. Este facto insólito ocorreu tantas vezes que os devotos fizeram a vontade à Virgem e construíram-lhe uma capela no penedo, num sítio em que para a ver o crente tem de entrar de lado, por mais magro que seja.