EM SÃO MIGUEL O ANJO

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O SILÊNCIO DA GIESTA

Aquela giesta no cimo do monte,
Hiberna sozinha entre a penedia;
E nessas fendas tem a sua fonte,
A todo o tempo e na estação fria.
 
Virada a Sul ao seu horizonte,
Jaz em silêncio de noite e de dia;
Tem na distância, mesmo de fronte,
O mar imenso de força bravia.
 
De amarelo e verde esteve vestida,
É da natureza de onde provém,
Espera o tempo para florir;
 
No cimo do monte parece esquecida,
Perdeu a folhagem e flores também,
Mas na primavera volta a sorrir.

28/12/2021 José Faria

terça-feira, 7 de dezembro de 2021

FLOR BELA LOBO


FLORBELA ESPANCA

Poetisa

Batizada de FLOR BELA LOBO

Nasceu há 127 anos - a 8 de dezembro de 1894 – Vila Viçosa

Casou há 108 anos – a 8 de dezembro de 1913 - Évora

Morreu há 91 anos – a 8 de dezembro de 1930 - Matosinhos

“Flor Bela Lobo, autonomeou-se de Florbela De Alma da Conceição Espanca, Nasceu em Vila Viçosa, Alentejo, a 8 de dezembro de 1894. Foi batizada pela sua mãe, Antónia da Conceição Lobo (morta em 1908), com o nome de Flor Bela Lobo, e dada como filha de pai incógnito - este, João Maria Espanca, só virá a perfilhá-la dezanove anos depois de ela ter morrido. Conclui o curso liceal (Letras) em Évora, onde vive até 1917 e onde casa pela primeira vez, a 8 de dezembro de 1913, com Alberto Moutinho. O casamento dura apenas seis anos e Florbela, consumado o divórcio, muda-se para Lisboa, matriculando-se na Faculdade de Direito em 1919. Em junho desse mesmo ano é editado, por Raul Proença, o primeiro livro com sonetos de Florbela Espanca, “Livro de Mágoas”. Casa então pela segunda vez, com Guimarães, a 29 de junho de 1921. Em 1923 é editado “Livro de Soror Saudade”. Mas o segundo casamento também chega ao fim. casará pela terceira e última vez com Mário Lage, a 15 de outubro de 1925. Mas se Florbela vivia já em constante tensão com a vida, devido ao seu próprio temperamento e à doença que a assolava., a morte do seu único irmão (filho do pai que não a perfilhara) vem toldar-lhe em definitivo a vontade de viver. Apeles da Rocha Espanca, aluno-aviador, morre a 6 de junho de 1927, quando o hidroavião que pilotava se despenha no Tejo, frente à Torre de Belém. O choque é, para Florbela, enorme, dada a paixão que a ligava a ele: “Eu fui na vida a irmã de um só Irmão, / E já não sou a irmã de ninguém mais!” Na noite de 7 para 8 de dezembro de 1930, em Matosinhos, a poetisa põe fim à vida com uma dose excessiva de Veronal. Morre durante o sono, no dia em que devia completaria o 36º aniversário. A publicação póstuma de “Charneca em Flor”, em 1930, e a crítica elogiosa que dele fez António Ferro nas páginas do “Diário de Notícias”, levaram Portugal a reconhecer, a pouco e pouco, o génio de Florbela, garantindo-lhe a entrada na história da literatura como um dos grandes vultos da poesia portuguesa.

FLORBELA ESPANCA

8 de dezembro

 

Foi neste dia o seu nascimento,

E em que nos deixou a Florbela,

E foi o seu dia de casamento,

Como o de partida e o fim dela,


Muito que legou o seu pensamento,

Encheu de letra viva toda a tela;

Na arte de escrever o entendimento,

Desde a poesia triste à mais bela.

 

Passaram tantos anos, decorreram,

Desde essa partida, a sua ausência,

E ainda hoje semeia poesia;

 

Na sua luz e carinho já nasceram,

Tantos poetas por sua influência,

Tanta riqueza de literacia.

José Faria

Fontes: -

https://sites.google.com/site/pequenashistorietas/personalidades/florbela-espanca

https://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

OS NOMES DE SÃO MAMEDE


 

AS ALTERAÇÕES NA TOPONÍMIA DE 
SÃO MAMEDE DE INFESTA
AO LONGO DA HISTÓRIA

Sti Mamede de Tressores – São Mamede de Cerçores – São Mamede de Moalde – São Mamede de Leça e São Mamede da Ermida.

Se recuarmos ao tempo em que as terras da Maia se estendiam entre o Douro e o vale do Ave, encontramos todas essas alterações com que o nome de São Mamede de Infesta se “batizou”.


Pois ainda no século XII, do Bolonhês (D. Afonso III), a Maia englobava noventa e quatro (94) Vilas romanizadas que ao longo doa anos se foram transformando em aldeias e paróquias, lugares e povoações, e todas elas numa fase em que a evolução sociocultural mais se fez sentir, passaram a contar com um oficial municipal e um juiz para decidir as causas em primeira instância.

Assim, as paróquias que eram a base de toda a nossa divisão administrativa, segundo o Padre Miguel de Oliveira, investigador de renome, esse desenvolvimento começou a verificar-se nos séculos VI e VII, o que contribuiu para um notável impulso já no século XIII, altura em que já se consideravam freguesias.

Logicamente que havia uma certa correlação entre as áreas das terras medievais e as dos governos eclesiásticos, sendo a maioria pertencente ao arcediagado da Maia.

Os seus nomes foram-se alterando ao longo dos séculos, e assim, tal como aconteceu em muitos outros lugares, paróquias, aldeias ou povoados, (cuja lista aqui divulgo por fotografia), achei interessante trazer de novo a público os registos que nos deixou Álvaro Aurélio do Céu Oliveira, no seu livro “Temas Maiatos – Desmembramento do Concelho. Tema – 9”.

 Porque São Mamede de Infesta, então pertencente às Terras da Maia, ou melhor dizendo, ao Arcediagado e Comarca Eclesiástica da Maia, (área 67 no mapa), relembro os nomes por que passou aquela que é hoje a bonita cidade de São Mamede de Infesta do concelho de Matosinhos, como outras freguesias são, mas que já foram das terras da Maia.

José Faria

 

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

SÃO MAMEDE DA ERMIDA

 


FRAGMENTOS DA HISTÓRIA DE
SÃO MAMEDE DA ERMIDA
 
Século XVI
No livro do Tombo da Baliagem de Leça, em 1566, São Mamede de Infesta possuía os seguintes lugares: Aldeia de Baixo, Ermida, Outeiro, Carril Branco, Laranjeira, Casal da Igreja, Casal das Devesa. Eirado, Moalde, Casal do Meio e Casal da Poupa. Em 1643, já se chamava São Mamede da Ermida e era constituída pelos seguintes lugares: Eirado, Corujeira, Ermida, Laranjeira, Aldeia da Igreja, Telheiro, Carril Branco, Tronco, Moalde, Casal da Poupa, Asprela, Arroteia, Casal de Baixo, Deveza, Outeiro, Alagoa, Cidreira e Cavada. A importância do Couto de Leça no início do século XVI justifica mesmo que, em 4 de Junho de 1519, o rei D. Manuel lhe atribua uma carta de foral, indo mais longe, no primeiro quartel deste século. Leça é constituída em município, para fins administrativos, com julgado próprio e com três freguesias - Leça, Custóias e São Mamede. Cada uma das freguesias elegia dois vereadores e os seis elegiam outro, que servia como juiz ordinário do julgado.
1643

No Site “POR TERRAS DE PORTUGAL, encontrei esta informação e mais ainda, como a divulgação sobre as “guerras liberais” e os confrontos que se verificaram em São Mamede Infesta.  – “Após o desembarque das tropas de D. Pedro, em 8 de Julho de 1832, a cidade do Porto foi ocupada sem grandes confrontos no dia 9. Depois, as tropas miguelistas cercaram a cidade de 1832 a 1833, tendo o rei D. Miguel utilizado a casa da Quinta da Pedra para sua residência. Em São Mamede de Infesta estava um grande e forte dispositivo de combate.”
Foi o facto de observar e fotografar a capela da Ermida, e belas vivendas antiquíssimas nas proximidades, que me levou a este apontamento que intitulei de “Fragmentos da História de São Mamede da Ermida.
 
Também no Site de Porto e Norte, encontra referências à Capela da Ermida, antiga igreja der São Mamede da Ermida.
 
“O lugar da “Ermida” aparece referenciado em 1566, localizado junto da “Estrada Velha” de origem romana, que ligava o Porto a Braga.


  Esta via, que durante séculos foi a principal estrada      da região, era lugar de passagem dos peregrinos para   Santiago de Compostela. Integrada, desde o século XII, no território do Couto de Leça, a jurisdição pertenceu, até 1835, ao Balio do Mosteiro de Leça.
Em 1643, referenciada como igreja matriz da paróquia de S. Mamede da Ermida, apresenta uma construção com “a sua galilé à porta e sino”, estatuto que manteve até 1735, altura em que foi construída uma nova igreja paroquial.
Após diversas obras de reconstrução no século XVIII e XIX, foi acrescentada a torre sineira lateral, nos inícios do século XX.
 

- Por José Faria