EM SÃO MIGUEL O ANJO

terça-feira, 31 de março de 2020

GRATIDÃO


GRATIDÃO


A natureza não tem fronteiras,
Tem todo o tamanho e cor;
É imensidão sem barreiras,
É obra do criador.

Sua vida e de canseiras,
Continuamente em flor;
Por sementes verdadeiras,
De progresso promissor.

Só assim acreditando,
Vivendo a realidade,
Se encontra entendimento;

A existência é felicidade,
Que se vai avolumando,
E educando o pensamento.
José Faria

domingo, 22 de março de 2020

GÉNEROS LITERÁRIOS MAIS O ACRÓSTICO


GÉNEROS LITERÁRIOS
PROSA E VERSO


Os versos obedecem a certa regras, quanto ao número de sílabas, aos acentos, às pausas e à rima. Mas, atualmente, devido ao aparecimento de muita poesia livre ou verso livre, em muitas tertúlias e convívio de poesia, vão-se criando continuamente e por todo lado, “saladas literárias “sem peso, sem medida e sem regras.
E essas composições, que não são poesia, não são prosa, não são conto, não são narrativa, …são “saladas literárias”, mais ou menos longas condimentadas de géneros como, de oratório, dramático, drama, comédia, …mais ou menos ao gosto, saber e conhecimento de quem as cria.

Ex: - Ai, há quantos anos eu parti chorando
Desse meu saudoso, carinhoso lar!...         (Guerra Junqueiro)

Por outro lado, a poesia, porque fundada neles, excita a imaginação, e provoca a sugestão, o sonho:
“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal.”             (Fernando Pessoa)

Os versos, como se referiu, obedecem a certas regras, quanto ao número de sílabas, aos acentos, às pausas e à rima.
O VERSO: é uma palavra ou conjunto de palavras, com um certo número de sílabas e com determinados acentos. (“Horas mortas…Curvada aos pés do Monte” – Florbela Espanca)
Os Elementos do Verso são a sílaba, o acento e a rima.
SÍLABA é gramatical ou métrica.
A métrica, é somente o som apreciado pelo ouvido: PIE-DA-DE
A Gramatical: PI-E-DA-DE
O Acento predominante ou silaba tónica, está normalmente na última palavra do verso.
A RIMA  é a correspondência de sons entre dois ou mais versos.
QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS DOS VERSOS:
Os mais frequentes são de: cinco, sete, dez e doze sílabas.
Mas também os há de uma sílaba: “de homem – só – tende – dó.
Duas sílabas: Tormento – e eco – de lágrimas – tombando.
(Casimiro de Abreu)
De três sílabas: - “Nem palavras – Nem cinzéis – Nem acordes – Nem pincéis.” (António Gedeão)
Quatro sílabas – seis sílabas – oito sílabas – nove silabas –
Os de Dez Sílabas – são “heroicos”, porque são usados nos nossos poemas heroicos. Têm acentos na 6ª e 10ª ou, sendo sáficos, na 4ª, 8ª e 10ª.
Exemplo: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce,
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse”. – F. Pessoa
Também os há de 11 sílabas: “Nas terras soberbas da grande cidade” (S. Passos)
E de DOZE SÍLABAS: - Alexandrinos: Têm os acentos na 6ª e na 12ª.
Exemplo: Aquela cujo amor me causa alguma pena
Põe o chapéu ao lado, abre o cabelo à banda, (Cesário Verde)
TIPO DE VERSOS RIMADOS

EMPARELHADOS: Os que rimam dois a dois, ou três a três consecutivamente. aa, aaa
CRUZADOS: Os que rimam alternadamente: ab, ab, ab, ab
INTERPOLADOS: abc, abc.
ENCADEADOS: aqueles cuja última palavra rima com o meio do seguinte.
ESTÃNCIAS: grupo de versos que formam, geralmente, sentido completo.
São regulares, irregulares, pares e ímpares:
Parelha se consta de dois versos.
Terceto se consta de três versos.
Quadra se consta de quatro versos.
Quintilha se consta de cinco.
Sextilha se consta de seis.
Oitava se consta de oito.
Décima se consta de dez versos.
Género literário das composições poéticas:
ÉPICO – LÍRICO – DRAMÁTICO – DIDÁTICO – PASTORIL
Épico = ação. Lírico = todos quantos exprimam sentimento.
Dramático = ação da vida humana, conflito, desenlace…
Didático - o poeta com o fim de instruir, expõe as suas ideias.
Pastoril: descreve cenas agradáveis do campo.
Narrativa – romance, novela, conto.
Canção: - Composição de pensamento uno, repetido por vezes, em cada estrofe ou estância. Termina com uma conclusão ou epílogo – fecho da canção.
SONETO: - composição de catorze versos, dispostos em duas quadras e dois tercetos. A tradição clássica exige que o último verso do soneto seja uma “chave de ouro”
O soneto clássico é um verso decassílabo.
Embora nunca houvesse regras fixas quanto à rima, pode indicar-se como mais geral a seguinte:
Nas quadras, o 1º verso rima com o 4º 5º e 8º;
O 2º com o 3º, 6º e 7º;
Nos tercetos, o 1º verso rima com o 3º e 5º
O 2º com o 4º e 6º;

OU
O 1º com 4º
O 2º com o5
E o 3º com o 6º.
 A ELEGIA, é uma composição inspirada por acontecimento triste.



Já o Acróstico, é um gênero de composição geralmente poética, que consiste em formar uma palavra vertical com as letras iniciais ou finais de cada verso, gerando um nome próprio ou uma sequência significativa.
Como exemplo, escolhi esta frase que escrevi na vertical, para criar uma composição poética de mensagem aos operários: 

EXISTIR SOMENTE E NADA MAIS…


Enquanto o passo é incerto,
Xisto e aço, vida dura,
Importa o rosto que sua,
Sem pensamento liberto,
Tempo longo, sempre perto,
Incómoda sina, leitura,
Resiste e é ditadura.

Social, jogo encoberto,
Onde a cruz sem céu aberto,
Maior dor e a morte dura
Em vida sem luz, escura
Não se existe, se perdura
Tanta incerteza por perto,
E vampiro em cheia lua;

Envolvem-nos em amargura.

Nem que o osso mal coberto,
Ande em chaga, esquelético,
Ditará sempre a luxúria,
Azar, dor e desventura.

Mais não é do que tormento,
A prender o sofrimento;
Insultam humana harmonia.
Sofre quem riqueza cria,

Os acrósticos já existiam na antiguidade com escritores gregos e latinos, e na Idade Média com os monges. Foi um gênero muito utilizado no período barroco, durante os séculos XVI e XVII, e ainda hoje é muito utilizado por pessoas de várias faixas etárias, classes sociais e culturas diferentes.
A palavra ACRÓSTICO originou-se da palavra grega Ákros (extremo) e stikhon (linha ou verso), onde o prefixo indica extremidade, apontando a principal característica desse tipo de composição poética: as letras de uma das extremidades de cada verso vão formando uma palavra vertical. Mas as letras podem também aparecer no meio do verso.
José Faria


segunda-feira, 16 de março de 2020

A MÃE TERRA


A MÃE TERRA ESTÁ DOENTE
Eu sou a mãe terra, sou a natureza,
Sou o sol, a verdade e a razão;
Sou o fogo, sou água, toda a grandeza,
E o ar da vida e a respiração.

Sou tudo o que nasce, sou pureza,
Sou tudo que no planeta é criação;

Eu sou a vida, a vossa fortaleza,
A vossa ignorância que permanece.

Que inventa e alimenta deuses e oração.
Do mito e da crença que empobrece,
Que a mãe terra ofende e ignoram.

Tão ferida com a vossa poluição,
Sobre o fruto que a terra vos oferece,
Pela doença e pela morte hoje choram.

José Faria

domingo, 15 de março de 2020

AS SARDANISCAS

AS SARDANISCAS DO VELHO MURO
As sardaniscas, lagartixas, taruítas, osgas, gecos, catongas, bribas, bibas ou sardanitas, sempre me fascinaram desde criança, desde quando “estupidamente” me entretinha a caçá-las.
E os erros que se cometem, sejam em criança ou em adulto, muitas vezes acontecem por falta de conhecimento, pois a única coisa que ouvia dizer dos mais velhos era: “Não mates as sardaniscas, se não vem chuva”
Nesse cuidado e afirmação, subentende-se que quando não se veem sardaniscas, é porque não há sol, logo, poderá estar chuva ou para vir chuva.

Fazem sempre lembrar os crocodilos e outros répteis semelhantes que muito necessitam do calor e da energia do sol, para aquecerem o corpo e o sangue, por isso a sua longa exposição, sempre o que sol lhes “sorri”.
Sempre atento e observador nas minhas caminhadas, deixo que a minha objetiva se apronte ao passar junto de velhos muros esburacados, sempre que esse sol sorridente me acompanha.
Por isso hoje ofereço-vos as imagens destes habitantes dos muros velhos de Pedrouços, espécie originária da África, que habita em todas as zonas temperadas e quentes do mundo.
Como são muito importantes para o meio ambiente, enquanto insetívoros e "controladores" de pragas domésticas, deveria haver muito mais cuidado e até proibição de utilização de herbicidas e inseticidas, pois contribuem muito para a sua morte e desaparecimento, com repercussões muito negativas para o equilíbrio ambiental.

RESPEITE AS OSGAS
As sardaniscas tão refasteladas,
Recebem o sol, o aquecimento;
Parecem dormir, mas estão acordadas,
Atentas a todo e qualquer movimento.
José Faria

HABITAÇÃO SOCIAL DA MAIA COM FATO DOMINGUEIRO



Continuam a bom ritmo as obras de reparação, recuperação e modernização, sobre o parque habitacional social da Maia. Todos os empreendimentos de habitação social recebem profundas intervenções de isolamentos exteriores a “capoto”, com substituição de portas, janelas e persianas e demais reparações condizentes com as alterações efectuadas.

Estes empreendimentos de habitação social já atingiram, na sua maioria os vinte anos desde a sua distribuição pelas famílias maiatas mais necessitadas, a que foram entregues, ainda pelas mãos do grande estadista e autarca da Maia, Prof. Dr, José Vieira de Carvalho, as chaves destas suas habitações, que possibilitou desde então, a felicidade de muitas famílias, numa vivência muito digna em qualidade habitacional de custos controlados.
Presentemente, de “fato” novo e impermeabilizado, apresentam-se ainda mais modernos e resistentes às intempéries, até nas duplas vidraças de portas e janelas.

Esta continuação da obra de Vieira de Carvalho pelos seus sucessores da Câmara Municipal da Maia e pelo empenho da Empresa Municipal: “Renovação Urbana e Gestão do Património”, têm o apreço e a gratidão dos pedroucenses e dos maiatos em geral, pelo enriquecimento do património habitacional e pela qualidade de vida que se promove.
Bem-haja!

GRATIDÃO

Que outra palavra caracteriza probidade,
Quando o gesto, o trabalho, a correção;
Promovem o bem-estar, a felicidade,
Para além da palavra gratidão?

Só essa se afirma com verdade,

Perante a obra e a dedicação;
No melhoramento e na novidade,
Que na Maia recebe a construção.

No respeito por progresso social,
Se reconhecem valores e qualidade,
Da renovação urbana e habitação.

Pela entrega da empresa municipal
Desta urbe e airosa comunidade,
Expressamos a nossa gratidão.
 José Faria

domingo, 8 de março de 2020

ROTA DA VIA SACRA DE PETRAUZOS

Hoje percorri o caminho outrora percorrido pela Via Sacra de Pedrouços, desde a velhinha capelinha, onde teria início a procissão do Senhor dos Aflitos, até à rua do Calvário, que um dia (saiba-se lá porquê!? alguém lhe trocou de nome e hoje é Trv. Plácido de Abreu). - A Via Sacra com início na medieval Rua Luís de Camões, seguia pelo Largo Conde de Ferreira, descendo à Rua António Simões,e, junto ao fontanário, virava à esquerda pela Rua Plácido de Abreu, e subia a rua do Calvário
(Hoje Trv. Plácido de Abreu) até às cruzes do Calvário, a meio da rua do lado esquerdo, quando ai era um descampado.
Esse terreno continua livre de construção.


sexta-feira, 6 de março de 2020

RUA MEDIEVAL DE PEDROUÇOS

A RUA MAIS MEDIEVAL DE PEDROUÇOS - MAIA

A rua Luís de Camões, é a rua mais medieval de Pedrouços.
Deveria ser em tempos muito distantes, uma das mais importantes artérias do lugar de Petrauzos. Isso vê-se no tipo de construção e nas datas gravadas no granito, na testa das entradas das casas dos senhores feudais. Casas de lavoura e de habitação, que nos recorda esse passado desta localidade maiata.

Para melhor nos situarmos na distância, ao tempo de uma dessas datas, 1758 – MDCCLVII – gravada à entrada da casa dos “Cavadas”, era nessa altura rei de Portugal D. José I, que teve como secretário Marquês de Pombal.
Antes do piso a paralelepípedo, a calçada era de grandes lajes de pedra estilo romano, que se confundiam com partes de pedreira do próprio solo.
Seria de todo importante a preservação de toda a fachada destas casas antigas, pois nelas reside muita informação do que foi o passado desta comunidade, deste povo maiato às portas da cidade do Porto, para onde escoava os seus produtos, fruto de intensa agricultura.
E, como sempre, ou quase sempre, gosto de contemplar poeticamente estes registos informativos, sobre a terra, as gentes e a sua história.


A RUA MEDIEVAL DE CAMÕES

É esta a rua medieval
Que já tanta vida presenciou;
Em Pedrouços não há uma outra igual
Tanta lida e fé por aqui passou.

Num tempo de economia mais rural,
Do feudo que aqui tanto germinou;
A via-sacra aqui viveu o ritual,
Que o tempo há muito tempo já calou.

Bebeu suor do trabalho e da fadiga,
Deste povo da Maia secular,
Foi a rua da nobreza e de vilões.

Nesta terra é a rua mais antiga,
Até na pedra continua a se afirmar,
É do poeta Luís de Camões.
José Faria

domingo, 1 de março de 2020

VIVA MARÇO DE 2020


VIVA O MÊS DE MARÇO DE 2020.
Fragmentos da história de 1/3.

- Lembram-se de quando os Castelhanos e os Portugueses andaram à porrada? 
Houve muito sangue, muito sangue, pois foi tudo de corta e espeta. Ficou conhecida como a Batalha de Toro, em Peleagonzalo, lá para os lados de Espanha.

Lembro-me como se fosse hoje, e já lá vão 544 anos, pois foi no dia 1 de Março de 1476.
Reparei que, de um e do outro da batalha, a Cruz de Cristo andava no ar por entre espadas e lanças.
Quem eram os maus, e quem eram os bons? Quem tinha razão e quem não tinha!? - Afinal ambas estavam com Cristo.
A Cruz de Cristo, que representa a PAZ, a CONCÓRDIA e o AMOR...estava com ambos para os proteger... isto não deveria acontecer.
Hoje, mais de 500 anos depois dessa batalha de Toro, a Cruz de Cristo continua a aparecer, tantas vezes nas, mãos sangrentas daqueles que fazem as guerras, que estão em guerra.
Não é possível entender-se semelhante esse contra senso .
- SÃO MESMO TOROS!