EM SÃO MIGUEL O ANJO

domingo, 30 de julho de 2023

HOMENAGEM AO POETA CARLOS LACERDA

 

HOMENAGEM AO POETA DECLAMADOR
CARLOS LACERDA
 
Poetas e poetizas, amigos e amigas do poeta declamador Carlos Lacerda, reuniram no Orfeão do Porto, na tarde de 29 de julho, onde lhe prestaram sentida homenagem com a leitura e declamação de muitos dos seus poemas.
Paulo Resende, que reuniu toda esta prova de respeito e admiração ao grande amante da poesia, muitas vezes emocionado, recordou alguns convívios culturais e relevantes facetas do poeta Lacerda, criador da Tertúlia “Poesia à Mesa do Jantar, no restaurante “Três Desejos”, na Areosa, e no Orfeão do Porto… Entre leituras e declamações dos poemas, cantou-se “Lágrima”, “Chuva”, “Traz Outro Amigo Também” … cantigas na boca de todos os presentes, acompanhadas à viola por Paulo Resende e José Silva.
No final, um Porto de Honra, promoveu antes das despedidas, a reunião mais descontraída entre os presentes.
José Faria

 

quinta-feira, 27 de julho de 2023

SARAU CULTURAL DE PEDROUÇOS - julho 2023

 


SARAU CULTURAL DE PEDROUÇOS
VAI DE FÉRIAS EM AGOSTO
 
Realizou-se o quinto Sarau Cultural no auditório Augusto Simões, na junta de freguesia de Pedrouços.
Como vem sendo habitual, esta tertúlia de poesia, sempre abrilhantada por um cantor e músico convidado, está aberta a todos os poetas, poetisas e a quem goste de ouvir, ler e declamar poesia.

Já na sua quinta sessão, o Sarau Cultural de 26 de julho, coordenado por José Faria, tem o apoio e a colaboração do executivo da junta de freguesia de Pedrouços, nomeadamente da sua presidente Isabel Carvalho.
Esta sessão, abrilhantada pelo canto e música de José Silva, foi enriquecida com várias presenças, entre elas, da Dra. Eugenia Pena Sa Silva e demais pedroucenses e com as intervenções de leitura e declamação de poesia, por José Faria, José Oliveira Ribeiro Oliveira, Vitor Cordeiro, Isabel Barreira (do executivo da junta), Isabel Carvalho (presidente da junta), José Júlio, Vitor Carvalhais, Fernando Ferreira da Costa, Rogério Barbosa, António Joaquim e Dr. Miguel Leitão.
No final, procedeu-se ao sorteio do livro de poesia, com o título, "Poemas d’hoje", coletânea, oferecido para o sorteio, pelo poeta Virgílio Gonçalves, que foi entregue ao contemplado poeta Fernando Ferreira da Costa. O próximo livro a sortear pelos dizedores de poesia, a 27 de setembro, tem por título “Danados Para Escrever”, oferecido para sorteio, pela Dra. Beatriz (Maria Dos Santos)
O sarau terminou com o auditório de pé, a acompanhar o músico cantor José Silva, na canção de José Afonso: “Traz outro amigo também”, de homenagem ao poeta Carlos Lacerda .🤲🕊️
Por isso, no próximo Sarau Cultural de 27 de setembro, traz outro amigo também. Boas férias.
José Faria
TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM!
 
Amigo, maior que o pensamento
Por essa estrada, amigo vem
Por essa estrada, amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
 

Em terras, em todas as fronteiras
Seja bem-vindo, quem vier por bem
Bem-vindo seja, quem vier por bem
Se alguém houver, que não queira
Trá-lo contigo, também
 
Aqueles, aqueles que ficaram
Em toda a parte, todo o mundo tem
Em toda a parte, todo o mundo tem
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo, também
José Afonso
 

domingo, 9 de julho de 2023

O LIDADOR DA MAIA

 

Fragmentos da história das esculturas da Maia

A estátua do Lidador da Maia foi inaugurada há 39 anos. - 9/7/1984

Conhecido como «o Lidador», Gonçalo Mendes da Maia era Irmão de Gonçalo o Lidador e de Soeiro, era filho de Mendo Soares e de Leodegunda Soares, a "Tainha", da casa dos Baiões.

Nascido por volta de 1079 foi uma verdadeira lenda viva de dedicação à pátria. A sua imagem e a sua memória transmitem um enorme incentivo à luta pelas causas justas de todas as gerações.

A sua bravura e carácter forjaram grande afinidade espiritual com D. Afonso Henriques. Juntos, lutaram para formar um reino independente, como o moço infante teria aprendido do seu Pai, o Conde D. Henrique. Primeiro contra a sua mãe D. Teresa, próxima dos castelhanos, depois contra hegemonias religiosas, depois ainda contra os infiéis, ao sul do País. Terá sido a vontade férrea de Gonçalo e suas inúmeras e épicas conquistas no campo de batalha que acabaram por lhe granjear o cognome de «O Lidador».

Tempos depois, quando o primeiro Rei já estendia a sua missão de conquista às planícies alentejanas, e os portugueses se internavam pelos confins da “província de Alcácer”, Gonçalo Mendes da Maia, verdadeiro «adiantado» de Afonso Henriques, empunhava pela última vez a sua espada e fazia a sua última investida contra o inimigo, teria 95 anos de idade.

Uma narração do Nobiliário do conde D. Pedro, apesar de cheia de temerosas dificuldades e de não poucos absurdos, fê-lo passar à imortalidade como protagonista de uma célebre acção guerreira junto a Beja, contra o rei Almoleimar. Era «a morte do Lidador», fixada para a posteridade, entre outros, por Herculano.

Fonte: - https://www.cm-maia.pt/cultura/estorias-e-memorias/ilustres-maiatos/goncalo-mendes-da-maia

sábado, 8 de julho de 2023

PEDROUÇOS - MAIA - Retrospetiva por José Faria

CURTA RETROSPETIVA DE PEDROUÇOS

 PARABÉNS PEDROUÇOS

Pedrouços foi lugar da freguesia e Vila de Águas Santas até 9 de julho de 1985, altura em que passou a ser uma nova região administrativa do concelho da Maia. – Há 38 anos!

INTRODUÇÃO HISTÓRICA

Em termos históricos e comerciais, Pedrouços foi lugar de intenso trabalho agrícola, e terá sido chamado de “cidade de Petrauços ou Pedrouço”, devido à sua grande importância agrícola, com 19 casais, logo a seguir ao lugar de Ardegães que detinha 21.

Pedrouços limita-se a norte com a freguesia de Águas Santas, Maia; a nascente com Rio Tinto, Gondomar; a poente com a de São Mamede de Infesta, do concelho de Matosinhos, a sul com Paranhos do concelho do Porto, e fica aproximadamente a 9 km do centro do concelho

Pedrouços tem como seu orago  Nossa Senhora da Natividade, criado a 8 de setembro 1928, dois anos depois de grandes obras de restauro e de ampliação da igreja, obras iniciadas no mês de setembro, 1926,  precisamente no mês em que se deu um violento incêndio que destruiu por completo o Campo de Tourada da Areosa, nos terrenos laterais à rua D. Afonso Henriques, próximo do mercado feira de Pedrouços. E foi dois anos depois que, em setembro de 1928, que este lugar foi elevado a Freguesia Eclesiástica, pelo círculo do Porto.


A abóbada da igreja, de estuque, maravilhosamente rica em afrescos religiosos, pinturas de santos e anjos que decoravam o teto da igreja, devido à infiltração da chuva, a partir do telhado, apodreceu toda essa riqueza histórica e artística de gessos e estafes estruturais, pelo que novas obras de recuperação se retomaram para a remoção e substituição do teto.

Todos os anos, a festa religiosa e profana, de romaria e de grande procissão em honra da padroeira, que passou de 17 para 21 andores, acontece na primeira semana de setembro, festividade que procura “abraçar” sempre o dia 8, dia da sua elevação a freguesia eclesiástica e criação do Orago, como o dia mais importante das celebrações festivas.


Consta que no passado distante, muito antes da criação do orago, de Nossa Senhora da Natividade, em setembro de 1928, no planalto onde atualmente se encontra a igreja paroquial, foi uma ermida dedicada a São Pedro, como refere o padre Joaquim Antunes de Azevedo, no livro em “Actas ao Congresso – Maia, História Regional e Local, pág. 40, em narrativa do historiador maiato José Marques, A data 1743, na padieira da porta principal da igreja, deverá corresponder à data da construção dessa capelinha que então existia na ermida.


Uma grande escadaria de granito, a partir da rua


António Feliciano de Castilho, com dois lanços, de largura aproximadamente de quatro metros e murada lanço a lanço até ao adro da ermida, e depois adro da igreja, levava-nos a ver e admirar dois coretos, de construção a argamassa de areia e cimento, a imitar troncos de sobreiro. Um à esquerda da entrada no adro pelo lado sul, e outro à esquerda ao cimo dessa histórica escadaria, sombreados um e outro por frondosas árvores de tília.

Esta escadaria foi derrubada para dar lugar à construção de aposentos de apoio às atividades sociais, culturais e religiosas do santuário e à casa de habitação do pároco, os coretos também desapareceram há muitos anos, e as árvores de tília foram a seguir.

Voltando à história e fragmentos das suas raízes, recordemos que o topónimo “Pedrouços” deriva do português antigo “pedrouço”, que tem o significado de monte de pedras.

O seu topónimo atesta a longinquidade deste tão povoado lugar, com as distantes raízes da povoação de Pedrouços a confirmar até pela existência de uma capela de propriedade privada, dedicada ao Senhor dos Aflitos, e que se enquadra na lenda de Pedrouços, contada por Avelimo Moura Lopes e escritas e divulgadas pelo pedroucense José Faria, no seu livro “Lendas da Maia por freguesias”.

No interior da capela, uma cruz de pedra com o desenho de Cristo e uma cobra que o envolve, recorda essa lenda.

A capela, possivelmente construída por volta de 1440, encostada no sopé do monte onde no seu planalto era a ermida dedicada a S. Pedro, e hoje a igreja de Nossa Senhora da Natividade; situa-se na rua António Feliciano de Castilho, virada para a rua Luís de Camões, a rua mais medieval da freguesia de Pedrouços, onde são bem visíveis caraterísticas de um tempo medieval, e até romano, pelas grandes lajes de granito polidas pelo uso constante, durante séculos! de passagem pessoas, animais e carros de bois.

Hoje, o calcetamento a paralelo esconde esse tempo medieval, por onde, à direita da calçada de grandes pedras, (escondidas), encostada às paredes do casario de lavoura, corria uma boa linha de água, vinda da “aldeia de cima”, que saía por debaixo da rua António Feliciano de Castilho, em direção à vasta planície de cultivo de milho e centeio, da aldeia de baixo, planície cortada a meio pelo ribeiro, que do alto da Areosa e depois de atravessar a estrada da Circunvalação, corre de sul para norte ao encontro do rio Leça no lugar de Parada, atravessando o lugar de Teibas e de Boi Morto.

Possivelmente, perderam-se do tempo e da memória, outras manifestações religiosas desta terra de Pedrouços, como a de “levar a Cruz ao Calvário”, pois a existência de cruzeiros a partir da capelinha privada, ligada à lenda, que se encontram ainda na rua Luís de Camões, e no largo Conde de Ferreira, e de outros que desapareceram, marcavam o percurso da Via Sacra até ao cimo da rua do Calvário, onde existiu precisamente um “Calvário” com três cruzeiros.

Tudo isto nos leva a concluir que ainda no tempo da ermida a S. Pedro, terá havido a procissão religiosa, veneração de fé, de levar o Senhor dos Aflitos, ou Senhor da Cruz, ao Calvário, desde a capela até ao cimo da rua do Calvário, hoje com o nome de Trv. Plácido d’Abreu. (Mudança de nome que apaga a raiz da nossa história!?)


 Mas outras referências toponímias, em Pedrouços, nos recorda o seu tempo medieval e até vestígios romanizados, e da passagem de outros povos, como é o caso da palavras  “Cotamas”, da “Quinta das Cotamas”,  que deriva do árabe (kutama), nome de tribo que passou a antropónimo, sendo ainda usado no século X entre os moçárabes, são indicativos como ocupantes mais antigos desta terra. Também a Casa do Alto, cheia de história e “raízes escondidas”, terá sido designada de “Mansão da Colina da Quinta das Kutamas”

A origem deste lugar de Pedrouços que passou a freguesia em 1985, há muito se perdeu da memória por falta de registos e provas físicas e documentais, dos primeiros habitantes tão próximos do rio Leça, do rio Douro e do mar de Matosinhos.  Ao longo do tempo se foram perdendo esses vestígios, onde terão existido edificações castrejas e pré-romanas, dos princípios do século I a.C. 

Uma região, tão próxima da via romana que passava em Paranhos, Quinta de Lamas, vindo de calem, da margem esquerda do rio Douro, Vila Nova de Gaia, em direção a Bracaraugusta, terá sido passagem de romanossuevosvisigodos e árabes.

O livro sobre a “ROMANIZAÇÃO DAS TERRAS DA MAIA”, de Carlos Alberto Ferreira de Almeida, de 1969, mostram-nos isso mesmo.

José Faria