EM SÃO MIGUEL O ANJO

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

CORAÇÃO ENTRE PALAVRAS


CORAÇÃO ENTRE PALAVRAS                           

Coração entre palavras,
Palavras de paz, de amor,
De compreensão!...

De respeito, de amizade,
Convívio e felicidade
E de humanização!

Palavras mudas e sonoras,
Falantes, sussurrantes;
Em todas as boas horas.

Palavras calmas, ditas,
Lidas e declamadas,
Por vezes são perturbadas.

Como amigas de formação,
Da frase e compreensão,
Tantas vezes magoadas;

E só porque a emoção,
Sem rédeas nem contenção,
As deixa de mãos atadas.

E as palavras… caladas,
Mais nobres de instrução,
Sentem-se deslocadas,
Nos ventos de agitação.

E vão procurar a razão,
Refúgio na retidão,
Da sua ortografia.

Pela sua elevada função,
E até por educação,
Que é a sua mais-valia.

Palavras que o vento leva,
Pela sua salvação;
Por ordem do coração.

Coração entre palavras,
Não lhes dês muita atenção.

    José Faria

NOVA CHUVA


NOVA CHUVA    
      
Já chegou a chuva de mansinho,
Para regar os prados e os montes;
E a assentar a poeira do caminho,
Encher de água limpa as suas fontes.

Até o lavrador já encharcadinho,
Com a água lhe descendo a fronte;
Cantarola pelos charcos do caminho.
Vai sorrindo de olhar no horizonte.

Leva o carro dos bois alegremente,
Por socalcos junto à terra enlameada,
De onde arranca o pão do dia-a-dia.

Esta dádiva chega para toda a gente,
Da natureza é fonte sagrada;
Se ela a vida não existiria.

José Faria

FOLHAS SOLTAS


FOLHAS SOLTAS

Soltam-se as folhas,
 Vão no vento,
  Amarelecidas e cansadas;
   É o fim de vida
    Em voo lento,
     Na festa de Outono
      Em desfolhadas.

            Formam tapetes
             Em chão barrento,
              Nos campos, jardins,
               Lagos, estradas;
                E ganha a nudez,
                 Encantamento,
                  Nas árvores ao léu
                   Tão desnudadas.

Até fim de inverno
  Em hibernação,
    Em sono e silêncio
      Descanso parado…
        E a terra molhada,
          Anseia o porvir
            Da criação,
              Tão esperada.

E o fruto da vida
                  Mais renovado,
                                  Num novo sorrir
                                                 De Primavera.

José Faria




quarta-feira, 21 de novembro de 2018

FOLHAS AO VENTO


FOLHAS AO VENTO

Esvoaçam folhas, vão no vento,
Imposto por donos de tempestades;
Como esvoaça o meu pensamento,
Contornando adversidades.

Teve a vida social outras verdades,
De alegria e mais contentamento;
As estações soltam sempre novidades,
O Outono as folhas no fim do tempo.

A vida segue nas mãos da natureza,
Com avanços e recuos da humanidade;
Em toda a terra de fertilidade.

É a dádiva da vida sobre a mesa,
Milagre da existência é felicidade,
E do mundo é a maior riqueza.

José Faria

terça-feira, 20 de novembro de 2018

PEDALADA A VILA DO CONDE


Fui visitar Vila do Conde,
E a rendilheira a rendilhar;
E voltei sabem por onde?
Pela costa a ver o mar.
Junto ao Ave a senhora,
Que é mulher do pescador;
Espera ali a toda a hora,
Que regresse o seu amor.

Que anda no mar a pescar,
Com sua luta e tormento;
Para a família alimentar,
Pois o mar é seu sustento.

ESTA MORRINHA




Esta morrinha temente,
Que anda tudo a humedecer,
Com o S. Martinho ausente,
Era para acontecer.

É uma morrinha temente,
Nem parece querer molhar;
E nem se quer tem presente,
Que há castanhas ainda a assar.

Desta umidade me lembro,
Que suaviza este domingo;
Como este dezoito de novembro,
Que se espalha pingo a pingo.

E da minha habitação,
Da janela do escritório;
Parecem em hibernação,
As rolas em dormitório.

José Faria

O SONO DAS AVES


As garças e corvos marinhos,
Toda a árvore decoraram;
Entre ramos e raminhos,
E sempre aí pernoitaram.
        Os poleiros são galhinhos,
        São pousos que encontraram;
        Mais alto estão os estorninhos,
        Que segurança cuidaram.
Esta arte, esta alegria,
De paz e tanta beleza,
Transmite tranquilidade.
      Neste Parque da Cidade,
      Sorri tanto a natureza,
      Com o mar por companhia.
19/11/2018

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

NOVA CHUVA



NOVA CHUVA         

Já chegou a chuva de mansinho,
Para regar os prados e os montes;
E a assentar a poeira do caminho,
Encher de água limpa as suas fontes.

Até o lavrador já encharcadinho,
Com a água lhe descendo a fronte;
Cantarola pelos charcos do caminho.
Vai sorrindo de olhar no horizonte.

Leva o carro dos bois alegremente,
Por socalcos junto à terra enlameada,
De onde arranca o pão do dia-a-dia.

Esta dádiva chega para toda a gente,
Da natureza é fonte sagrada;
Se ela a vida não existiria.

José Faria

domingo, 4 de novembro de 2018

THAUMETOPHOEA PITYOCAMPAS

Cuidado com as minhas vizinhas 


 THAUMETOPHOEA PITYOCAMPAS
(Lagartas do pinheiro)

Moram do outro lado da minha janela e com elas converso diariamente.
Já lhes pedi que fossem fazer os seus casulos para o monte, onde há muitos pinheiros e mais tranquilidade. Mas dizem que gostam mais da cidade!?
Lembrei-lhes que aqui a sua presença corre perigo e que põe em perigo a vida de outras espécies, inclusive humanas e outros animais.

Não adiantei nada. Teimam em permanecer no pinheiro manso frente á minha janela, e não param de criar casulos e mais casulos.
Vou deixar de abrir a janela e não mais lhes falar. E ainda bem que não têm asas!
Na verdade o seu efeito de toxidade provocado pelo contacto produz inchaço, irritação e por vezes dificuldade respiratória. Por isso já não abro mais as janelas e evito passar perto do pinheiro.


É que quem mexer nestas lagartas, deve ligar para a linha SNS 24 ou dirigir-se a uma unidade de saúde, pois este inseto que ataca os pinheiros, enfraquecendo-os e provocando-lhes a morte, em contacto com humanos, tem também muitos efeitos nocivos. No caso de cães e de outros animais, o contacto com estas minhas vizinhas Thaumetophoea pityocampa, pode ser fatal, pelo menos é o que diz a Direção-Geral da Saúde (DGS).


Que elas trabalham muito, lá isso é verdade! São muitos os casulos em formação num só pinheiro, para nos primeiros meses do ano começarem a descer e passearem-se na rua da Arroteia, em Pedrouços, Maia; e em carreirinha, como um comboio, procurarem no solo dos jardins sitio onde se enterrarem, por causa do seu ciclo de desenvolvimento.

Tenham cuidado.
José Faria