EM SÃO MIGUEL O ANJO

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

PADRE ANTÓNIO VIEIRA

 FRAGMENTOS DA HISTÓRIA
DA DIABÓLICA INQUISIÇÃO.

Há 355 anos, Os “Pidescos” ataques da igreja católica através da sua Inquisição ou Santo Ofício, também julgou e puniu o Padre António Vieira. 

“Padre Antônio Vieira, em 23 de dezembro de 1667, seria condenado pela Santa Inquisição ao silêncio e à reclusão. Desse modo, era punido explicitamente por reconhecer autoridade no sapateiro–profeta Bandarra. Contudo, apenas a gota d’água, como veremos mais adiante.
Tendo vivido na Vila de Trancoso entre os anos de 1500 e 1556, Bandarra escrevera Trovas Messiânicas. A saber, escritos que profetizavam o futuro de Portugal como um reino universal. De tal forma que acabou servindo ao sebastianismo. (Mais para o futuro, terminou alinhando até o grande poeta Fernando Pessoa. Porém, essa é uma outra história.) (Fonte: -https://paraondeir.blog/padre-antonio-vieira/)
A leitura da sentença, sexta-feira 23/12/1667, na Sala da Inquisição, demorou duas horas e um quarto, no dia seguinte a mesma foi lida no Colégio. O réu, por motivos de saúde, foi autorizado a abandonar a sua reclusão no Colégio de Coimbra e a ir para a Casa do Noviciado de Lisboa. Por súplica do provincial da Companhia de Jesus, dirigida ao Santo Ofício, foi solicitada a anulação e perdão das penas que lhe foram impostas. Este pedido foi aceite por despacho do Conselho Geral do Santo Ofício, de 12/06/1668. A 30/06/1668, o réu foi chamado à Casa do Despacho da Inquisição de Lisboa, onde lhe foi comunicado o respetivo perdão e assinou o seu termo.
Em agosto de 1669, o padre António Vieira partiria para Roma com licença do Rei. (Fonte: - https://antt.dglab.gov.pt/.../padre-antonio-vieira-nos.../)”

E esta cegueira da governação, sempre atual, ainda incomoda muitos governantes.
A Cegueira da Governação
Príncipes, Reis, Imperadores, Monarcas do Mundo: vedes a ruína dos vossos Reinos, vedes as aflições e misérias dos vossos vassalos, vedes as violências, vedes as opressões, vedes os tributos, vedes as pobrezas, vedes as fomes, vedes as guerras, vedes as mortes, vedes os cativeiros, vedes a assolação de tudo? Ou o vedes ou o não vedes. Se o vedes como o não remediais? E se o não remediais, como o vedes? Estais cegos. Príncipes, Eclesiásticos, grandes, maiores, supremos, e vós, ó Prelados, que estais em seu lugar: vedes as calamidades universais e particulares da Igreja, vedes os destroços da Fé, vedes o descaimento da Religião, vedes o desprezo das Leis Divinas, vedes o abuso do costumes, vedes os pecados públicos, vedes os escândalos, vedes as simonias, vedes os sacrilégios, vedes a falta da doutrina sã, vedes a condenação e perda de tantas almas, dentro e fora da Cristandade? Ou o vedes ou não o vedes. Se o vedes, como não o remediais, e se o não remediais, como o vedes? Estais cegos. Ministros da República, da Justiça, da Guerra, do Estado, do Mar, da Terra: vedes as obrigações que se descarregam sobre vosso cuidado, vedes o peso que carrega sobre vossas consciências, vedes as desatenções do governo, vedes as injustiças, vedes os roubos, vedes os descaminhos, vedes os enredos, vedes as dilações, vedes os subornos, vedes as potências dos grandes e as vexações dos pequenos, vedes as lágrimas dos pobres, os clamores e gemidos de todos? Ou o vedes ou o não vedes. Se o vedes, como o não remediais? E se o não remediais, como o vedes? Estais cegos.”
Padre António Vieira, in "Sermões"


“Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras.”
Padre Antônio Vieira

domingo, 18 de dezembro de 2022

A MINHA VIAGEM

 

A MINHA VIAGEM
 


Vai p’ra sete décadas a minha abordagem,
Sobre a existência, deste meu caminho;
Aproxima-se o apeadeiro, a nova paragem,
Desta viagem em que embarquei sozinho.
 
Vou refletindo sobre a minha passagem,
Sobre espaço e tempo, e não adivinho;
Até quando aguentarei esta bagagem,
Que a mãe terra me alimenta com carinho.
 
Todos os seus milagres estão mais além,
Em toda a terra, onde cria, vive e anda…
A cuidar de todas as vidas, da existência;
 
Não estão no céu como professa alguém,
Que à sua sombra ajuíza, ensina e manda,
E que cria rebanhos à sua obediência.
José Faria
 
 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

O CORAÇÃO NÃO PENSA

O AMOR E O RESPEITO
ESTÁ NO PENSAMENTO
 
Ninguém limpa da sua vida, do seu pensamento,
O que no seu caminho fez, disse e até pensou;
Porque toda a existência e todo o momento,
Não se perde com o perdão ou com o lamento,
A mente, os bons e maus momentos registou.
 
Deve é mudar e ativar o seu discernimento,
Face ao tempo e aos anos que já caminhou;
Para o seu caminho ter mais puro andamento,
Ser mais livre e responsável como o vento,
E encontrar a felicidade que almejou.
 
O caminho é de cada ser, de cada existência,
Que da terra brotou e a todos alimenta,
Sem rezas, penitências, mentiras ou orações;
 
A vida é mais do que dizem todas as religiões,
Que tanta emoção, exploram e a fomentam,
Mas quem pensa é o cérebro e não os corações,
José Faria
 

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

O MILAGRE DAS VELAS - CONTO DE NATAL

 

O MILAGRE DAS VELAS

Conto de Natal

 


Reza a história que um humilde sapateiro, pobre e muito bondoso, que vivia na rua Luís de Camões, a rua mais antiga, mais medieval do lugar de Petrauzos, por onde terá existido uma via-sacra  no tempo do feudalismo; era um devoto de São Pedro, por isso visitava muitas vezes a ermida a São Pedro, no cimo do monte, mesmo frente onde morava.

Como gostava de ajudar os viajantes que passavam junto à sua casa, mesmo em frente à capelinha do Sr. dos Aflitos, construída por volta de 1440, o sapateiro deixava sempre uma vela acesa todas as noites no parapeito da sua janela, para lhes iluminar o caminho.


A entrada da rua era um pouco inclinada, junto à rua António Feliciano de Castilho, nome do escritor e poeta que cegou aos seis anos. Por isso, e pela sua bondade, mais se justificava o seu gesto de iluminar o caminho, num tempo feudal ainda sujo por atos de esclavagismo, em que a eletricidade nem era sonhada.

Certa altura, deu-se uma grande guerra, muito antes das invasões francesas sobre o comando do general Junot, que atravessaram as terras da Maia e que deixaram um rasto de destruição e pilhagem.

Essa guerra, fez com que muitos os jovens partissem, deixando a aldeia de Petrauzos pobre e triste.

Nesse tempo feudal e esclavagista, o lugar de Petrauzos era o segundo lugar agrícola mais importante das terras de Santa Maria de Águas Santas, com 19 casais, pois o mais importante era o lugar de Ardegães, com 21 casais e com muitos moinhos em movimento constante nas margens do rio Leça, onde era moído o milho e os cereais da intensa atividade agrícola na época.

A ausência da juventude que partiu para a guerra, muito sentida pela falta de mão de obra, e ainda mais triste pela ausência da alegria e da vivacidade dos jovens em Petrauzos; levou os aldeões pedroucenses, para atenuarem a tristeza, a imitarem o bom sapateiro, que continuava a viver a sua vida cheia de esperança e de bondade, e a colocar todas as noites uma vela a arder para iluminar o caminho.

Como se aproximava o Natal, a tristeza mais se acentuou face à ausência da juventude que fora combater.


Então as pessoas começaram a acender também velas, e na véspera de Natal, com maior intensidade, todos acenderam velas dentro de casa e colocadas às janelas, às portas. Toda a aldeia de petrauzos ficou iluminada, de luzinhas cintilantes.

Ao aproximar-se a meia-noite, os sinos da igreja de Nossa Senhora do Ó, do Mosteiro de Santa Maria de Águas Santas, (que ainda não existia a igreja da Natividade, só construída em 1741) começaram incessantemente a tocar.

O povo saiu à rua sem saber o que se estava a passar, até que se ouviram alguns moradores a gritar: “A guerra acabou! A guerra acabou! Acabou a guerra!

O sino, incessantemente badalado, anunciava essa boa notícia: a guerra tinha finalmente terminado e os jovens regressavam às suas casas! Todos gritaram: “É um milagre! É o milagre das velas!”.

A partir daquele dia, acender uma vela na véspera de Natal, tornou-se tradição em quase todas as casas.

(Por isso, não se esqueçam deste momento e desta lenda. Na noite de Natal acendam uma vela pelo milagre da paz no Mundo.

 

Lenda de origem austríaca – Autor desconhecido

Adaptada a Pedrouços, da Maia, por José Faria 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

NUDEZ D`ÁRVORES


NUDEZ D´ÁRVORES

 

Toda a noite andou o vento,
Num zumbir de meter medo,
Com a chuva e com relento,
Parecia em divertimento,
A despir o arvoredo.
 
Nos braços da ventania,
Bátegas com tanta folhagem;
Tudo a noite encobria,
Sombreando a ousadia,
Neste arrancar de roupagem.
 
Quando as árvores já despidas,
Iram todas descansar;
Hibernado adormecidas,
Voltarão a ser vestidas,
Quando a primavera chegar.

José Faria

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

DEUS E A NATUREZA

 

SE DEUS É A PRÓPRIA NATUREZA
POR QUE O HOMEM A DESTRÓI!?
LEITURA DE REFLEXÃO
Nos tempos passados, antes de os homens inventarem os seus “Deuses”, a vida humana sentia-se desprotegido face às forças que se manifestam na natureza, hoje julga dominá-las; no fundo. No fundo, o homem, dizendo respeitar Deus, destrói-o diariamente: Assumiu para si próprio, o papel reservado a Deus: a ciência manipula a vida, cria espécies novas, cura ou inflige doenças como se fosse o próprio Deus.
-“O termo "Deus" deriva do indo-europeu Diêus e significava "brilhar" ou "dia". Diêus era o Deus superior dos povos indo-europeus, encontrando-se entre os indianos o Dyaus, o deus do Céu.
Na conceção tradicional e religiosa, Deus é aquele que organizou o mundo e que o sustém. Pelo pensamento, ou por algo análogo ao que no homem é pensamento, Deus trouxe o cosmos à existência. A inteligência que por toda a criação se observa e a beleza patente na natureza são reflexos, são "pegadas" - na linguagem de 
Na conceção tradicional e religiosa, Deus é aquele que organizou o mundo e que o sustém. Pelo pensamento, ou por algo análogo ao que no homem é pensamento, Deus trouxe o cosmos à existência. A inteligência que por toda a criação se observa e a beleza patente na natureza são reflexos, são "pegadas" - na linguagem de São Boaventura (franciscano italiano do século XIII) - de Deus. Para o homem antigo era fácil ter uma conceção deste tipo porque a natureza ainda era sinal de pureza. O homem moderno já dificilmente pode imaginar o que era esta conceção, pois a natureza tornou-se sinal de produção, não é vista como algo de divino, é apenas uma matéria, um recurso disponível para dela usufruir. Por outro lado, o homem criou o mundo da ciência e da técnica que lhe dá a confiança suficiente em si próprio para poder afirmar a "morte de deus" (Nietzsche).
Antes ele sentia-se desprotegido face às forças que se manifestam na natureza, hoje julga dominá-las; no fundo, assumiu para si próprio o papel reservado a Deus: a ciência manipula a vida, cria espécies novas, cura ou inflige doenças como se fosse o próprio Deus.
O homem antigo era espontaneamente religioso, era um homo religiosus. Para ele a natureza era vivida como sagrada, como uma teofania. Por intermédio dela ele podia desvendar os atributos de Deus. O homem primordial via no céu a manifestação da transcendência, do eterno, do masculino, o pai de onde vem a chuva fecundadora ou o bélico trovão; do mesmo modo via na terra a imanência, o tempo cíclico, o feminino, a mãe que alimenta os seus filhos, os homens.
Este tipo de homem não vivia num politeísmo radical, com efeito aceitava simultaneamente a presença de muitos deuses, sendo, todavia, um só de entre eles o "pai dos deuses", o Deus supremo. É este facto que permite reconhecer a unidade que subjaz à pluralidade dos deuses. Tratava-se, portanto, de um monoteísmo politeísta. Entre os Maori o Deus supremo é 
Este tipo de homem não vivia num politeísmo radical, com efeito aceitava simultaneamente a presença de muitos deuses, sendo, todavia, um só de entre eles o "pai dos deuses", o Deus supremo. É este facto que permite reconhecer a unidade que subjaz à pluralidade dos deuses. Tratava-se, portanto, de um monoteísmo politeísta. Entre os Maori o Deus supremo é Iho, entre os Koyaks é o "Senhor do Alto", para os Ainous é o "Criador divino dos mundos".
Todas as religiões que têm como fundamento Deus, acentuam, cada uma à sua maneira, um ponto particular da conceção que fazem da divindade.
O Judaísmo traz uma novidade relativamente à conceção de Deus, é talvez a primeira religião a acentuar de modo tão radical o monoteísmo, depois seguido pelo 
Todas as religiões que têm como fundamento Deus, acentuam, cada uma à sua maneira, um ponto particular da conceção que fazem da divindade.
O Judaísmo traz uma novidade relativamente à conceção de Deus, é talvez a primeira religião a acentuar de modo tão radical o monoteísmo, depois seguido pelo Cristianismo e pelo Islamismo.
Todas as divindades são rejeitadas, o único Deus é Jeová. A história do Antigo Testamento é, no fundo, de algum modo a história da vitória de Jeová sobre os outros deuses, tendo escolhido como o seu paladino o povo hebreu.
No Deuteronómio diz-se por exemplo que "Não há nada além d'Ele"; no Êxodo afirma-se: "Não terás outros deuses diante de Mim". A mesma radicalidade aparece no Islamismo: "Não há outra divindade senão Deus e Maomé é o seu Profeta".
O Taoísmo define Deus na sua transcendência e na sua imanência, é o que chamam, respetivamente, 
O Taoísmo define Deus na sua transcendência e na sua imanência, é o que chamam, respetivamente, tao e , o princípio e a sua ação; o livro base do taoísmo chama-se precisamente Tao-Tê Ching, quer dizer, o Livro (Ching) do Princípio (Tao) e da sua Ação (Tê).
A transcendência do princípio divino é logo afirmada no primeiro capítulo deste livro:
 "O Tao a que se pode atribuir um nome/não é o Tao eterno/O nome que se pode pronunciar/não é o nome eterno". O Tao é mistério, é insondável, está acima do mal e do bem, do belo e do feio. Neste ponto difere das conceções religiosas do Cristianismo ou do Islamismo por exemplo, para quem Deus é bondade e beleza.
As religiões ocidentais, na sequência das religiões cósmicas dos homens primordiais, olham para o mundo como uma criação de Deus. A beleza e a bondade de Deus, que se manifestam na natureza, são sobretudo acentuadas pelo 
As religiões ocidentais, na sequência das religiões cósmicas dos homens primordiais, olham para o mundo como uma criação de Deus. A beleza e a bondade de Deus, que se manifestam na natureza, são sobretudo acentuadas pelo Cristianismo e pelo Islamismo.
No Cristianismo isso é patente de forma nítida no movimento franciscano e no Cântico do Irmão Sol ou Cântico das Criaturas de São Francisco à "irmã" criação, louvando o Sol, a Lua e as estrelas, o vento, a água, o fogo, a mãe terra e até a "irmã morte".
No Islamismo evidencia-se a mesma atitude em frases corânicas como: "Para onde quer que te voltes, aí está a Face de Deus" (Surata da Vaca). A introdução do Corão, a Surata de Abertura, é bem esclarecedora quanto aos atributos da divindade: "Em nome de Deus, Clemente e Misericordioso!/Louvado seja Deus, Senhor dos Mundos,/Clemente e Misericordioso,/Senhor do Dia do Julgamento!/A Ti, somente, adoramos; de Ti, somente, esperamos proteção!"
Na Surata do Fumo diz-se ainda: "Não foi por acaso que Nós criámos os céus, a Terra e o que está entre eles./Criámo-los com verdade, mas a maioria dos homens não o sabe."
Ou na Surata dos Ventos Dispersantes: "Há sobre a Terra e em vós sinais para aqueles que creem firmemente." Na Surata dos Filhos de Israel diz-se que "Os sete céus, a Terra e tudo o que neles se encontra celebra os Seus feitos; não há nada que não celebre os Seus feitos". A criação é, portanto, um ato de louvor contínuo das criaturas ao Criador.
O Cristianismo acentua a bondade de Deus que dá o seu próprio filho, que se dá a si próprio para redimir a humanidade; não podia haver gesto mais bondoso e misericordioso do que o de se dar a si próprio pelos homens.
Deus é o conceito supremo de quase todas as religiões (o 
O Cristianismo acentua a bondade de Deus que dá o seu próprio filho, que se dá a si próprio para redimir a humanidade; não podia haver gesto mais bondoso e misericordioso do que o de se dar a si próprio pelos homens.
Deus é o conceito supremo de quase todas as religiões (o Budismo, por exemplo, não segue o mesmo preceito religioso), é o seu ponto de partida e de chegada, ainda que cada uma acentue uma qualidade ou atributo particulares.
O misticismo afirma a possibilidade de conhecer Deus diretamente; o místico anseia por tal. A história do misticismo, de ocidente a oriente, abunda de relatos desse tipo.”
O misticismo afirma a possibilidade de conhecer Deus diretamente; o místico anseia por tal. A história do misticismo, de ocidente a oriente, abunda de relatos desse tipo.”

Fonte: - https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$deus

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

O LIDADOR MORREU

MORTE DO LIDADOR

Chegaria aos cem anos o timoneiro,
Se não se desse à luta, a batalhar;
Onde com noventa anos foi primeiro,
A tirar a vida a Almoleimar.
 
Continuando mesmo ferido de morte,
Gonçalo Mendes da Maia prosseguiu;
Para mudar aos mouros a sua sorte,
Até que muito fraco morto caiu.
 
Tendo em conta a sua força e coragem,
E a idade na sua última batalha;
O Lidador é razão de homenagem;
Nos maiatos simboliza a linhagem,
De bom povo que luta e que trabalha,
Ainda a Maia lhe presta vassalagem.
 José Faria

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Caminho da Geira e Arrieiros

 CAMINHOS DE SANTIAGO

O caminho é extraordinário, de beleza, de descobertas vistas e sentidas. É uma aventura rejuvenescedora para todos quantos se querem reconhecer, reencontrar na fé espiritual; independentemente de ser ateu ou crente. O caminho é uma das formas mais limpas e puras, para se tentar compreender a vida e a natureza que a sustenta.

O Caminho do Peregrino é para aqueles que são bons:

Deve proporcionar a ausência de vícios, o impedimento do corpo, o aumento das virtudes, perdão para os erros cometido e o evitar que eles se repitam; O caminho deve ser dos e para os justos, que respeitam o amor pela vida e pela natureza; que se valem de tão pouco para viver, resistir e subsistir, durante todo o caminho.
Deve servir para a aniquilação do mal e para o reconhecimento do bem; para a virtude e para a gratidão pela vida de todas as vidas.

PEREGRINO/BICIGRINO

No caminho do peregrino,
De aventura e grandeza;
Reencontra-se o divino,
No seio da natureza.🤲

É reencontro tão fino,
Tão puro, e tanto pesa;
A quem procura o destino,
Entre a vida e a beleza.
De que ama o seu caminho,
De sacrifício e dureza;
Por cada passo agradece:🤲
A vida que reconhece,
Do louvor que em si reza,
Quando caminha sozinho.

No caminho da Geira e de Arrieiros,✍️
Há marcos miliares cheio de história;
Sobre imperadores e fortes guerreiros,
Que são do passado a nossa memória.
O caminho da Geira e dos Arrieiros,
Com início na cidade de Braga;
Oferece a história dos povos primeiros
Nas ruínas do caminho e em cada fraga.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

POETAS VIRGENS

 

- FARIA / BOCAGE -

Poeta ousado foi também o cidadão,
A quem me ligo com certa diferença,
Pelo humor revolucionário e devoção,
Entre o Bocage e eu ainda há parecença.

 

Só a influência do tempo e o chavão,
De uma outra era e de outra crença;
Nos separa do modelo, da intuição,
E da cultura literária sem ofensa.

 

Há duzentos e cinquenta e sete anos,
Entrava neste mundo esse poeta; (15/09/1765)

Cento e oitenta e seta anos depois cheguei eu. (15/09/1954)

 

Pelo quinze de setembro somos manos,
De parecida literacia igual na treta,
E no registo poético tão seu e meu.

José Faria

 

 

 

 

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

HISTÓRIA FRAGMENTADA

 

A HISTÓRIA DE PEDROUÇOS
FRAGMENTA-SE NOS LIVROS

 Até que poderia existir um livro “mãe” sobre a história de Pedrouços, do concelho da Maia. Mas a realização desse trabalho literário requer a existência de suporte de apoio cultural a nível do poder local. Como
 essa base é insuficiente, o mais importante do saber e do conhecimento, quase sempre fica aquém da divulgação literária de entretenimento, sempre na ribalta; literacia desviante, bem paga, até distribuída gratuitamente pelas populações.


Depois, a credibilidade e o valor do que se escreve e do que se publica, ganha mais “peso” se originário de mão catedrática, de pessoa com imagem pública, política e com poder social. E, mesmo tratando-se de inverdades, são, muitas vezes, tidas pelo povo como verdades.
Daí o abafamento do mais credível e mais verdadeiro, que fica tantas vezes nas mãos do seu autor que não tem habilitações académicas, nem posses, nem poder político e social à altura, para projetar e divulgar para o bem comum, a história, passada e presente, porque o “abafamento” tem início na “desimportãncia” que o poder cultural local lhe dá, evitando-se assim, o confronto com as inverdades das mãos catedráticas com poderes políticos, culturais e sociais.

Daí a história de Pedrouços, da Maia, se contar em “pedaços literários”, espalhados em muitos livros, que só a reunião e compilação de todos eles, possibilitaria o aparecimento do livro “mãe” de toda a história desta terra da Maia, às portas da cidade do Porto.

José Faria


terça-feira, 13 de setembro de 2022

CAMINHO DE GEIRA E ARRIEIROS - SEXTO CAMINHO

 CAMINHO DE SANTIAGO
POR GEIRA E ARRIEIROS

Tal como Lana Mars e tantas e tantos outros peregrinos, a ideia que se vai cimentando, é a de quando as pernas começarem a fraquejar, e perderem a força para longas distâncias, ter matéria suficiente para escrever, possivelmente o meu último livro baseado na vida, experiencias vividas, e no caminho de Santiago, percorrido de bicicleta e a pé por cinco vezes. Falta-me “O SEXTO CAMINHO” (poderá ser este o título), do próximo caminho que pretendo realizar, a partir de Braga. É o caminho de Geira e de Arrieiros, que já vou percorrendo “mentalmente” no seio da mãe natureza que vou visualizando na NET.

Esse será o caminho mais primitivo, que me levará ao contacto com o coração mais puro da mãe natureza, e com as almas, suor e lutas de sobrevivência, vividas pelos nossos antepassados ancestrais. Esse caminho, mais espiritual, mais primitivo; carregado de provas da romanização entre Portugal e Espanha, levar-me-ão, cultural e emocionalmente, até junto de vivências desses tempos imemoriais.

Por entre marcos miliários perdidos e achados por entre musgos de tanto tempo de história, no interior e margens do caminho, em sossegadas e calmas florestas e bosques. Por aí encontrarei, imaginariamente, nas suas entranhas, as vidas vividas dos imperadores e gladiadores e as suas hercúleas façanhas, nas provas físicas de granito lendárias.

“Um dos objetivos de Lana Mars, especialista em marketing digital e empreendedora, é continuar a escrever o livro que começou aquando do seu primeiro caminho, no inverno do ano passado, altura em que percorreu, em 50 dias, a distância de 860 quilómetros entre Lisboa e Finisterra.


“Quero concentrar-me no meu livro. Quero escrever diariamente para guardar todos os aspetos do caminho. O meu sonho é publicar o livro também em português”, refere a peregrina da Ucrânia, que decidiu fazer o traçado da Geira Romana e dos Arrieiros depois do “proprietário da pousada” onde dormiu, em Braga, lho ter descrito como “surpreendente e misterioso”. Esta terça-feira, 18, chegou à freguesia de Caldelas.”
O CAMINHO PRIMITIVO CARREGADO DE HISTÓRIA
DO QUE FOMOS, SOMOS E SEREMOS


Distância:267,7 Kms
Etapas: - 9 Distância média diária por etapa: - 29,7 Km
Dificuldade: Díficil - Trilho GPS
Braga -Terras de Bouro -
Terras de Bouro – Os Baños Riocaldo -
Os Baños Riocaldo – Castro Laboreiro -
Castro Laboreiro – Cortegada -
Cortegada – Berán -
Berán- Soutelo de Montes -
Soutelo de Montes – Codeseda -
Codeseda – Pontevea -
Pontevea- Santiago de Compostela –
http://elosdamontanha.blogspot.com/.../caminho-da-geira-e...
Por José Faria🤲