EM SÃO MIGUEL O ANJO

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

PADRE ANTÓNIO VIEIRA

 FRAGMENTOS DA HISTÓRIA
DA DIABÓLICA INQUISIÇÃO.

Há 355 anos, Os “Pidescos” ataques da igreja católica através da sua Inquisição ou Santo Ofício, também julgou e puniu o Padre António Vieira. 

“Padre Antônio Vieira, em 23 de dezembro de 1667, seria condenado pela Santa Inquisição ao silêncio e à reclusão. Desse modo, era punido explicitamente por reconhecer autoridade no sapateiro–profeta Bandarra. Contudo, apenas a gota d’água, como veremos mais adiante.
Tendo vivido na Vila de Trancoso entre os anos de 1500 e 1556, Bandarra escrevera Trovas Messiânicas. A saber, escritos que profetizavam o futuro de Portugal como um reino universal. De tal forma que acabou servindo ao sebastianismo. (Mais para o futuro, terminou alinhando até o grande poeta Fernando Pessoa. Porém, essa é uma outra história.) (Fonte: -https://paraondeir.blog/padre-antonio-vieira/)
A leitura da sentença, sexta-feira 23/12/1667, na Sala da Inquisição, demorou duas horas e um quarto, no dia seguinte a mesma foi lida no Colégio. O réu, por motivos de saúde, foi autorizado a abandonar a sua reclusão no Colégio de Coimbra e a ir para a Casa do Noviciado de Lisboa. Por súplica do provincial da Companhia de Jesus, dirigida ao Santo Ofício, foi solicitada a anulação e perdão das penas que lhe foram impostas. Este pedido foi aceite por despacho do Conselho Geral do Santo Ofício, de 12/06/1668. A 30/06/1668, o réu foi chamado à Casa do Despacho da Inquisição de Lisboa, onde lhe foi comunicado o respetivo perdão e assinou o seu termo.
Em agosto de 1669, o padre António Vieira partiria para Roma com licença do Rei. (Fonte: - https://antt.dglab.gov.pt/.../padre-antonio-vieira-nos.../)”

E esta cegueira da governação, sempre atual, ainda incomoda muitos governantes.
A Cegueira da Governação
Príncipes, Reis, Imperadores, Monarcas do Mundo: vedes a ruína dos vossos Reinos, vedes as aflições e misérias dos vossos vassalos, vedes as violências, vedes as opressões, vedes os tributos, vedes as pobrezas, vedes as fomes, vedes as guerras, vedes as mortes, vedes os cativeiros, vedes a assolação de tudo? Ou o vedes ou o não vedes. Se o vedes como o não remediais? E se o não remediais, como o vedes? Estais cegos. Príncipes, Eclesiásticos, grandes, maiores, supremos, e vós, ó Prelados, que estais em seu lugar: vedes as calamidades universais e particulares da Igreja, vedes os destroços da Fé, vedes o descaimento da Religião, vedes o desprezo das Leis Divinas, vedes o abuso do costumes, vedes os pecados públicos, vedes os escândalos, vedes as simonias, vedes os sacrilégios, vedes a falta da doutrina sã, vedes a condenação e perda de tantas almas, dentro e fora da Cristandade? Ou o vedes ou não o vedes. Se o vedes, como não o remediais, e se o não remediais, como o vedes? Estais cegos. Ministros da República, da Justiça, da Guerra, do Estado, do Mar, da Terra: vedes as obrigações que se descarregam sobre vosso cuidado, vedes o peso que carrega sobre vossas consciências, vedes as desatenções do governo, vedes as injustiças, vedes os roubos, vedes os descaminhos, vedes os enredos, vedes as dilações, vedes os subornos, vedes as potências dos grandes e as vexações dos pequenos, vedes as lágrimas dos pobres, os clamores e gemidos de todos? Ou o vedes ou o não vedes. Se o vedes, como o não remediais? E se o não remediais, como o vedes? Estais cegos.”
Padre António Vieira, in "Sermões"


“Para falar ao vento bastam palavras, para falar ao coração são necessárias obras.”
Padre Antônio Vieira

Sem comentários:

Enviar um comentário