EM SÃO MIGUEL O ANJO

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

ÁRVORES DO ALENTEJO DE FLORBELA ESPANCA, no caminho de Santiago.

Árvores do Alentejo
Ao Prof. Guido Battell

Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção duma fonte!

E quando, manhã alta, o sol posponte
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
Em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
– Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!


Naquela janela virada para o mar. Canta peregrino no caminho de Santiago

Aquela Janela Virada Pro Mar

Cem anos que eu viva não posso esquecer-me
Daquele navio que eu vi naufragar
Na boca da Barra tentando perder-me
E aquela janela virada pró mar
 

Sei lá quantas vezes desci esse Tejo
E fui p'lo mar fora com alma a sangrar
Levando na ideia os lábios que invejo
E aquela janela virada pró mar
 

Marinheiro do Mar Alto
Quando as vagas uma a uma
Prepararem-te um assalto
P'ra fazer teu barco em espuma

Reparo na quilha bailando na crista
Das vagas gigantes que o querem tragar
Se não tens cautela não pões mais a vista
Naquela janela virada pró mar

Se mais cais houvesse, mais portos correra

Lembrando-me em noites de mar e de luar

E os olhos gaiatos que estavam à espera
Naquela janela virada pró mar

Mas quis o destino que o meu mastodonte
E já velho e cansado viesse encalhar
Na boca da barra e mesmo defronte
Naquela janela virada pro mar

Marinheiro do mar alto
Olha as vagas uma a uma
Preparando-te um assalto entre montes de alva espuma
Por mais que elas bailem numa louca orgia
Não trazem desejos de me torturar
Como aquela doida que eu deixei um dia
Naquela janela virada pró mar

Tristão da Silva


"Solo le pido a Dios" dirigido ao apóstolo Santiago.

Sólo le pido a Dios

León Gieco

Sólo le pido a Dios
que el dolor no me sea indiferente,
que la reseca muerte no me encuentre
vacío y solo sin haber hecho lo suficiente.

Sólo le pido a Dios
que lo injusto no me sea indiferente,
que no me abofeteen la otra mejilla
después que una garra me arañó esta suerte.

Sólo le pido a Dios
que la guerra no me sea indiferente,
es un monstruo grande y pisa fuerte
toda la pobre inocencia de la gente.
Es un monstruo grande y pisa fuerte
toda la pobre inocencia de la gente.

Sólo le pido a Dios
que el engaño no me sea indiferente.
Si un traidor puede más que unos cuantos,
que esos cuantos no lo olviden fácilmente.

Sólo le pido a Dios
que el futuro no me sea indiferente,
desahuciado está el que tiene que marchar
a vivir una cultura diferente.

Sólo le pido a Dios
que la guerra no me sea indiferente,
es un monstruo grande y pisa fuerte
toda la pobre inocencia de la gente.
Es un monstruo grande y pisa fuerte
toda la pobre inocencia de la gente.


Peregrino de Santiago cantando "Guantanamera" no bosque com os corvos.

Guantanamera

Yo soy un hombre sincero
De donde crecen las palmas
Yo soy un hombre sincero
De donde crecen las palmas
Y antes de morirme quiero
Echar mis versos del alma

Guantanamera Guajira Guantanamera
Guantanamera Guajira Guantanamera

Mi verso es de un verde claro
Y de un carmin encendido
Mi verso es de un verde claro
Y de un carmin encendido
Mi verso es un ciervo herido
Que busca en el monte amparo

Guantanamera Guajira Guantanamera
Guantanamera Guajira Guantanamera

Cultivo la rosa blanca
En junio como en enero
Cultivo la rosa blanca
En junio como en enero
Para el amigo sincero
Que me da su mano franca

Guantanamera Guajira Guantanamera
Guantanamera Guajira Guantanamera

Por los pobres de la tierra
Quiero mis versos dechar
Por los pobres de la tierra
Quiero mis versos dechar
El arroyo de la sierra
Me complace mas que el mar

Guantanamera Guajira Guantanamera
Guantanamera Guajira Guantanamera


CANTANDO NO CAMINHO DE SANTIAGO - Solo le pido a Dios

terça-feira, 24 de setembro de 2024

O CAMINHO - DA MAIA A SANTIAGO

Iniciei a 13 de setembro de 2024, o meu sétimo caminho a Santiago de Compostela, o quarto feito a pé, depois de três caminhos percorridos de bicicleta. De bicicleta um pelo Interior e o central português (2); a pé duas vezes o central português, e duas o da costa.


A ideia de iniciar na Maia, teve o propósito de destacar o caminho a partir da Maia em direção a Vilar do Pinheiro e de passar pela campa do Santo Preto em Gemunde.

Também a data teve em conta repetir o aniversário no albergue “Casa da Carolina”, e de agradecer os cuidados e a atenção que tiveram comigo em 2021, quando lá festejei os 67 anos a 15 de setembro, conseguindo assim repetir o aniversário dos setenta anos novamente no mesmo albergue acolhedor.

Porque iniciei a sinalética do caminho a partir de Vilar do Pinheiro, do caminho central português, que vai em direção a Barcelos, Ponte de Lima…, precisei de, a partir de São Pedro de Rates onde pernoitei no fim da primeira etapa, desviar-me em direção a Esposende para seguir o caminho da costa, pois só assim passaria pelo albergue “Casada Carolina”, o que aconteceu conforme o desejado e onde cheguei a 15 de setembro por volta das 15 h.

A chegada ao Obradouro, Santiago de Compostela, deu-se a 22 de setembro por volta das 12 horas, tendo regressado ao Porto, Campanhã, em camioneta com saída de Santiago às 22 horas e chegada à uma hora da madruga.

Sempre só, o caminho foi de novo enriquecedor e de respeito pela vida, pela natureza e pela divina providência.

José Faria

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

PASSEIO CONVÍVIO DOS SENIORES DE PEDROUÇOS - MAIA - 2024

CONVÍVIO SÉNIOR DE PEDROUÇOS 2024

Eram 9 horas da manhã do dia 4 de setembro, quando dez camionetas saíram de Pedrouços levando mais de quinhentos seniores pedroucense, apoiados e orientados pelos autarcas do executivo desta freguesia.

O primeiro destino foi Mirandela, cidade portuguesa desde 28 de junho de 1984, com foral emitido por Afonso III, a 25 de maio de 1250; onde uma paragem “técnica” e turística, providenciou momentos de liberdade e de desentorpecimento locomotor aos séniores excursionistas de Pedrouços, da Maia.

Após um pequeno-almoço rápido ou só um cafezinho, dedicaram-se a admirar a cidade, a tirar selfies e a contemplar o rio Tua, com cerca de 40 km de extensão.

 “O rio Tua é um afluente da margem direita do Douro e resulta da junção dos rios Rabaçal e Tuela, ambos com nascente em Espanha, um pouco a norte de Mirandela. No seu percurso passa pelos concelhos de Mirandela, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Murça e Alijó.”

Depois de umas compras mirandesas, tais como alheiras e outros enchidos e lembranças várias a testemunharem que por ali passaram, os mais de quinhentos pedroucenses regressaram às 10 camionetas, agora com destino à Quinta da Dona Adelaide – Quinta Valle de Passos, das serranias de paz e tranquilidade, onde muitas mesas preparadas para o almoço e confraternização, aguardavam os maiatas e maiatos de Pedrouços.

Já no fim do repasto, Isabel Carvalho acompanhada de Emília Santos, vice-presidente da Câmara Municipal da Maia, fez uma breve intervenção dirigida a todos os presentes, mostrando todo o agrado pelo evento e pela confraternização e convívio, salutar, alegre e festivo, e da importância que estes momentos e estas vivências terão para todos os presentes, realçando o quanto é salutar esta partilha de alegria coletiva.

Da mesma forma, num discurso profícuo, animador e de grande proximidade, se dirigiu aos séniores pedroucenses, a Vice-presidente da municipalidade maiata, lembrando e agradecendo o empenho da Junta de Freguesia de Pedrouços neste almoço, neste convívio, lembrando os presentes que foram ele, com o seu trabalho, com a sua vida, com a sua entrega, que “fizeram muito por nós, foram vós que olharam por nós, foram vós que olharam pela vossa e nossa terra; agora somos nós que devemos olhar por vós, somos nós que devemos apoiar-vos e ajudar-vos na vossa caminhada”.

Depois de mais umas palavras muito próximas, de reconhecimento e agradecimento a todo o executivo de Pedrouços e a todos os presentes, e de mais uns abraços, beijos e selfies, a música ao ar livre, envolvida por um verde refrescante junto à queda de água, ativou a “fisioterapia dançante”, e a animação prolongou-se até por volta das 18:30, altura em foram todos convidados de novo às mesas, agora para um lanche ajantarado.

Um gesto de grande respeito e valor humanista, pois tratando-se de séniores, se assim não fosse, possivelmente, alguns já não se iriam alimentar convenientemente antes de se deitarem, devido ao dia de convívio, para alguns, naturalmente muito alegre, festivo, mas cansativo.

Assim, depois da chegada…adivinhe-se: Foi só lavar, xixi e cama.

Bem-haja às autarquias maiatas, nomeadamente à de Pedrouços, a todo o seu executivo e a todos os meus conterrâneos.

José Faria