EM SÃO MIGUEL O ANJO

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Pontes de "Arkadiko" nas margens do rio Leça(!?)


CURIOSIDADES MICÉNICAS
NO PARQUE FLUVIAL DE ALVURA

Inaugurado recentemente, o aprazível e tranquilo Parque Fluvial de Alvura, na margem esquerda do rio Leça em Milheirós, evidencia estruturas que nos parecem com as pontes de Arkadiko, as mais antigas da Europa, que se reportam aos séculos XIV e XI a.C.


Podem até nem ser pontes de travessia Arkadiko, mas a sua estrutura é exatamente igual a essas tão antigas pontes, com espaços identicos de largura para possibilitar as travessias, como nas de Arkadiko.
O facto de se encontrarem nas margens do rio Leça, ao lado de um montado por onde desceriam as águas há séculos, para por debaixo delas passar, lembram-me os planaltos de monte, próximos do rio Leça, lá mais para a sua nascente, onde se encontram ruínas castrejas, como o castro de monte Padrão, ou de Sanfins de Ferreira.
Se há ou não vestígios, ou ruínas castrejas nesse montado junto a este novo parque em Alvura, penso que ninguém sabe, pois nunca se viu por aí escavações à descoberta.
Mas não deixam de ser curiosas e intrigantes estas estruturas, tão idênticas à ponte micénica dos séculos XIV e XI a.C.

Até por motivos de curiosidade e descoberta, de procura de tranquilidade, de caminhadas e de manutenção física, não deixe de visitar e de respeitar este parque integrado no projeto global de três concelhos, designado de “Corredor do Rio Leça”, bem preenchido de muitas e novas árvores, junto ao rio cujas águas de tão conspurcadas e poluídas, são o único e desagradável inconveniente.

“História sobre a “Ponte Arkadiko”: É a ponte mais antiga da Europa que ainda está em uso hoje! Está localizado na aldeia Arkadiko do Peloponeso, Grécia! Datada da Idade do Bronze grega, construída pelos micênicos por volta de 1300 a.C., é uma das mais antigas pontes em arco ainda existentes e em uso hoje. Originalmente, foi construído para ligar a antiga cidade de Epidauros a Micenas e, portanto, fazia parte de uma rede rodoviária militar.

José Faria

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

COMBOIO POÉTICO A GUIMARÃES

 

MEMÓRIA E SAUDADE
Das tertúlias poéticas culturais
Da Galeria Vieira Portuense
Das Coletâneas e dos convívios
de poetisas e poetas em digressão,

PASSEIO SOCIAL POÉTICO
DE COMBOIO A GUIMARÃES


Teve o seu início em São Bento,
A tertúlia do poema e da amizade;
De convívio e entretenimento,
E de almoço na nobre cidade.
                                                                 
Segue por Campanhã e Contumil,
Vai a voz se afinando nas gargantas;
Juntam-se palavras sorrindo de baril.

Cintilam de frescura em Águas Santas.
Está em movimento a poesia,
Tem muito para contar na algibeira,
Já se ouve a voz da Galeria,
Junto à estação da Palmilheira.
 
“Ó musas, prestem homenagem,
A este comboio d’alma vinde;
Ainda estamos no começo da viagem,
Que teve início antes de Ermesinde.”
 
Vai cheiinha de poesia a carruagem,
E continua alegre, em movimento;
Mesmo tendo travado na Travagem,
Esta arte contínua em crescimento.
 
Já espera Guimarães, nossa chegada,
E a palavra deste grupo luminoso;
De estação a estação declamada,
Onde se inclui a de São Frutuoso.

Amam paisagens, pura natureza,
São palavras de alma e do coração;
Cheias de vida de toda a pureza,
Neste caminho por São Romão.
 
A arte de rimar ou não rimar,
Forma de escrever que arte revela;
Tenha chave ou não para entrar,
Passa também o apeadeiro da Portela.
 
No poema há também doce mensagem,
Que a si se sustenta e filosofa,
E vai em passeio nesta carruagem,
Semeia a sua escrita ao passar à Trofa.
 
A arte de dizer, ler e declamar,
Deixou outra estação, outro povoado,
Vão em excursão, andam a viajar,
Tiveram paragem também em Lousado.
 
Tem o nosso comboio, nova paragem;
E como abelhas em redor do cortiço,
Recebe mais passageiros na viagem,
Na agitada estação de Santo Tirso.
 
Todos sentados, o mesmo destino,
Alguém de pé vai declamando;
Vão sobre trilhos, é esse o caminho,
Passam a Caniços lendo e pensando.
 
Há entusiasmo na literacia,
No som de vozes agudas e graves;
Poetas e poetisas da Galeria,
Já se aproximam da Vila das Aves.
 
Esvoaçam palavras nas carruagens,
Viajam em convívio e brincadeira;
Os pensamentos de várias cunhagens,
Fazem uma pausa em Giesteira
 
Andam no ar letras animadas,
De paz, de pombas e andorinhas;
Rimam em frases declamadas,
Tão divertidas em Pereirinhas.
 
E seguem caminho, vão deslumbrantes,
O seu sorriso dá gosto vê-lo;
E já se ouve nos altifalantes,
“A próxima paragem é a de Lordelo!”
 
Soltam a poesia com asas ao ar,
Mais a criação que lhe sai da nuca;
Vem no comboio, andam a viajar,
Passam também no lugar de Cuca.
                                      
Perto do final, quase avistado,
Entre a paisagem de aguarela;
Mais quatro estações e é terminado,
Mas ainda falta passar a Vizela.
 
Só a doçura da palavra em flor,
É fruto e fragrância que bem cheira;
Criada pelas mãos do criador,
No passeio que passa a Nespereira.
 
Esta é a excursão d’arte e amizade,
Vestida de paisagens sempre novas;
Vai a Guimarães, à nobre cidade,
E deixa poesia na estação de Covas.
 
A primeira viagem é terminada,
Que a poesia tanto nos oferecera;
A mesa do repasto está preparada,
D. Afonso Henriques já nos espera.