POR FALAR EM BRUXAS
31/10/2019
A ganancia Insaciável
de Hetty Green
Nos finais
do século XIX, a mulher mais rica do mundo vivia como a mais miserável.
Em criança,
Hetty Robinson aprendeu a ler pelos jornais financeiros que seu pai comprava. Aos
30 anos, herdou um milhão de dólares e, durante os cinquenta anos seguintes,
investiu habilmente em ações e outros títulos, elevando a sua fortuna pessoal a
perto de 100 milhões de dólares.
A sua
astúcia financeira e as suas operações de bolsa, espantaram magnatas e angariaram-lhe
o título ignominioso de a Bruxa de Wall Street.
Mas embora
fosse um género a multiplicar o seu dinheiro, cada vez mostrava mais aversão em
gastá-lo.
Aos 33 anos
casou com um milionário, mas obrigou-o a assinar um contrato prévio em que se
comprometia a nunca utilizar o dinheiro dela.
Quando ele
faliu por especulação na Bolsa, separaram-se e ela embora extraordinariamente
rica, educou os dois filhos em condições de pobreza, vivendo em hotéis miseráveis
a fim de evitar pagar contribuições.
Para poupar
no vestuário e no sabão de lavar a roupa, usava o mesmo vestido preto dia após
dia, lavando apenas a fimbria da saia que tocava no solo.
A sua relutância
em gastar dinheiro atingiu proporções revoltantes quando o seu filho Ned
lesionou um joelho. Levou-o para tratamento a uma instituição de caridade, mas,
infelizmente para Ned, o médico reconheceu a sua mãe milionária e exigiu o
pagamento. Ela recusou e tratou o filho em casa. Ao fim de dois anos a perna
teve de ser-lhe amputada.
Era sovina
demais para pagar a renda de um escritório, pelo que conduzia os seus negócios
financeiros do Banco em que depositava a sua fortuna, ameaçando retirá-la se os
empregados bancários não a deixassem utilizar uma secretária disponível.
Quando, por
vezes, se sentia deprimida, sentava-se no chão de mármore do Banco, frente ao
cofre e admirava as suas notas e títulos, dos quais conservava os arquivos em
bolsas especiais feitas na sua saia de baixo.Por refeição,
Hetty, apenas comia uma tigela de farinha de aveia aquecida no radiador ou uma
sanduíche de presunto trazida de casa dentro de uma das suas espaçosas
algibeiras. A permanente sovinice também contribuiu para a sua morte em 1916,
aos 81 anos. Sofrera um acidente vascular ao discutir o preço do leite. O seu
filho Ned contratou enfermeiras para cuidarem dela, mas não as deixou vestir as
suas fardas com medo que o estado de saúde da mãe piorasse ao aperceber-se de
que estava a gastar dinheiro com elas.
Como ironia,
Ned, que herdou muita da vasta fortuna da mãe, revelou-se ao longo da sua vida
um gastador extravagante. Atirou o dinheiro ao vento com festas deslumbrantes, joias
principescas, iates de luxo e até em penicos guarnecidos a diamantes!
Fonte:
Selecções do Reader’s Digest – ABC da Mente Humana
Sem comentários:
Enviar um comentário