EM SÃO MIGUEL O ANJO
quinta-feira, 27 de julho de 2023
SARAU CULTURAL DE PEDROUÇOS - julho 2023
domingo, 9 de julho de 2023
O LIDADOR DA MAIA
Fragmentos da história
das esculturas da Maia
A estátua do Lidador da Maia foi inaugurada a - 9/7/1984
Conhecido como
«o Lidador», Gonçalo Mendes da Maia era Irmão de Gonçalo o Lidador e de Soeiro,
era filho de Mendo Soares e de Leodegunda Soares, a "Tainha", da casa
dos Baiões.
Nascido
por volta de 1079 foi uma verdadeira lenda viva de dedicação à pátria. A sua
imagem e a sua memória transmitem um enorme incentivo à luta pelas causas
justas de todas as gerações.
A
sua bravura e carácter forjaram grande afinidade espiritual com D. Afonso
Henriques. Juntos, lutaram para formar um reino independente, como o moço infante
teria aprendido do seu Pai, o Conde D. Henrique. Primeiro contra a sua mãe D.
Teresa, próxima dos castelhanos, depois contra hegemonias religiosas, depois
ainda contra os infiéis, ao sul do País. Terá sido a vontade férrea de Gonçalo
e suas inúmeras e épicas conquistas no campo de batalha que acabaram por lhe
granjear o cognome de «O Lidador».
Tempos
depois, quando o primeiro Rei já estendia a sua missão de conquista às
planícies alentejanas, e os portugueses se internavam pelos confins da
“província de Alcácer”, Gonçalo Mendes da Maia, verdadeiro «adiantado» de
Afonso Henriques, empunhava pela última vez a sua espada e fazia a sua última
investida contra o inimigo, teria 95 anos de idade.
Uma
narração do Nobiliário do conde D. Pedro, apesar de cheia de temerosas
dificuldades e de não poucos absurdos, fê-lo passar à imortalidade como
protagonista de uma célebre acção guerreira junto a Beja, contra o rei
Almoleimar. Era «a morte do Lidador», fixada para a posteridade, entre outros,
por Herculano.
Fonte: - https://www.cm-maia.pt/cultura/estorias-e-memorias/ilustres-maiatos/goncalo-mendes-da-maia
sábado, 8 de julho de 2023
PEDROUÇOS - MAIA - Retrospetiva por José Faria
CURTA RETROSPETIVA DE PEDROUÇOS
PARABÉNS PEDROUÇOS
Pedrouços foi lugar da freguesia e Vila de Águas Santas até 9 de julho de 1985, altura em que passou a ser uma nova região administrativa do concelho da Maia. – Há 38 anos!
Em termos históricos e comerciais,
Pedrouços foi lugar de intenso trabalho agrícola, e terá sido chamado de
“cidade de Petrauços ou Pedrouço”, devido à sua grande importância agrícola,
com 19 casais, logo a seguir ao lugar de Ardegães que detinha 21.
Pedrouços limita-se a norte com a
freguesia de Águas Santas, Maia; a nascente com Rio Tinto, Gondomar; a poente
com a de São Mamede de Infesta, do concelho de Matosinhos, a sul com Paranhos
do concelho do Porto, e fica aproximadamente a 9 km do centro do concelho
Pedrouços tem como seu orago Nossa Senhora da Natividade, criado a 8 de setembro 1928, dois anos depois de grandes obras de restauro e de ampliação da igreja, obras iniciadas no mês de setembro, 1926, precisamente no mês em que se deu um violento incêndio que destruiu por completo o Campo de Tourada da Areosa, nos terrenos laterais à rua D. Afonso Henriques, próximo do mercado feira de Pedrouços. E foi dois anos depois que, em setembro de 1928, que este lugar foi elevado a Freguesia Eclesiástica, pelo círculo do Porto.
A abóbada da igreja, de estuque, maravilhosamente rica em afrescos religiosos, pinturas de santos e anjos que decoravam o teto da igreja, devido à infiltração da chuva, a partir do telhado, apodreceu toda essa riqueza histórica e artística de gessos e estafes estruturais, pelo que novas obras de recuperação se retomaram para a remoção e substituição do teto.
Todos os anos, a festa religiosa e
profana, de romaria e de grande procissão em honra da padroeira, que passou de
17 para 21 andores, acontece na primeira semana de setembro, festividade que
procura “abraçar” sempre o dia 8, dia da sua elevação a freguesia eclesiástica
e criação do Orago, como o dia mais importante das celebrações festivas.
Uma grande escadaria de granito, a partir da rua
António Feliciano de Castilho, com dois lanços, de largura aproximadamente de quatro metros e murada lanço a lanço até ao adro da ermida, e depois adro da igreja, levava-nos a ver e admirar dois coretos, de construção a argamassa de areia e cimento, a imitar troncos de sobreiro. Um à esquerda da entrada no adro pelo lado sul, e outro à esquerda ao cimo dessa histórica escadaria, sombreados um e outro por frondosas árvores de tília.
Esta escadaria foi derrubada para dar
lugar à construção de aposentos de apoio às atividades sociais, culturais e
religiosas do santuário e à casa de habitação do pároco, os coretos também
desapareceram há muitos anos, e as árvores de tília foram a seguir.
Voltando à história e fragmentos das suas raízes, recordemos que o topónimo “Pedrouços” deriva do português antigo “pedrouço”, que tem o significado de monte de pedras.
O seu topónimo atesta a longinquidade
deste tão povoado lugar, com as distantes raízes da povoação de Pedrouços a
confirmar até pela existência de uma capela de propriedade privada, dedicada ao
Senhor dos Aflitos, e que se enquadra na lenda de Pedrouços, contada por
Avelimo Moura Lopes e escritas e divulgadas pelo pedroucense José Faria, no seu
livro “Lendas da Maia por freguesias”.
No interior da capela, uma cruz de pedra com o desenho de Cristo e uma cobra que o envolve, recorda essa lenda.
A capela, possivelmente construída por
volta de 1440, encostada no sopé do monte onde no seu planalto era a ermida
dedicada a S. Pedro, e hoje a igreja de Nossa Senhora da Natividade; situa-se
na rua António Feliciano de Castilho, virada para a rua Luís de Camões, a rua
mais medieval da freguesia de Pedrouços, onde são bem visíveis caraterísticas
de um tempo medieval, e até romano, pelas grandes lajes de granito polidas pelo
uso constante, durante séculos! de passagem pessoas, animais e carros de bois.
Hoje, o calcetamento a paralelo esconde
esse tempo medieval, por onde, à direita da calçada de grandes pedras,
(escondidas), encostada às paredes do casario de lavoura, corria uma boa linha
de água, vinda da “aldeia de cima”, que saía por debaixo da rua António
Feliciano de Castilho, em direção à vasta planície de cultivo de milho e
centeio, da aldeia de baixo, planície cortada a meio pelo ribeiro, que do alto
da Areosa e depois de atravessar a estrada da Circunvalação, corre de sul para
norte ao encontro do rio Leça no lugar de Parada, atravessando o lugar de
Teibas e de Boi Morto.
Possivelmente, perderam-se do tempo e da
memória, outras manifestações religiosas desta terra de Pedrouços, como a de
“levar a Cruz ao Calvário”, pois a existência de cruzeiros a partir da
capelinha privada, ligada à lenda, que se encontram ainda na rua Luís de
Camões, e no largo Conde de Ferreira, e de outros que desapareceram, marcavam o
percurso da Via Sacra até ao cimo da rua do Calvário, onde existiu precisamente
um “Calvário” com três cruzeiros.
Tudo isto nos leva a concluir que ainda
no tempo da ermida a S. Pedro, terá havido a procissão religiosa, veneração de
fé, de levar o Senhor dos Aflitos, ou Senhor da Cruz, ao Calvário, desde a
capela até ao cimo da rua do Calvário, hoje com o nome de Trv. Plácido d’Abreu.
(Mudança de nome que apaga a raiz da nossa história!?)
A origem deste lugar de Pedrouços que
passou a freguesia em 1985, há muito se perdeu da memória por falta de registos
e provas físicas e documentais, dos primeiros habitantes tão próximos do rio
Leça, do rio Douro e do mar de Matosinhos.
Ao longo do tempo se foram perdendo esses vestígios, onde terão existido
edificações castrejas e pré-romanas, dos princípios do século I a.C.
Uma região, tão
próxima da via romana que passava em Paranhos, Quinta de Lamas, vindo de calem,
da margem esquerda do rio Douro, Vila Nova de Gaia, em direção a Bracaraugusta,
terá sido passagem de romanos, suevos, visigodos e árabes.
O livro sobre a
“ROMANIZAÇÃO DAS TERRAS DA MAIA”, de Carlos Alberto Ferreira de Almeida, de
1969, mostram-nos isso mesmo.
José Faria