EM SÃO MIGUEL O ANJO

domingo, 26 de maio de 2024

MOSTEIRO DE LEÇA, ONDE D. FERNANDO CASOU COM D. LEONOR.

 O MAJESTOSO MOSTEIRO, AO PÉ DO RIO LEÇA,
ONDE D. FERNANDO CASOU COM D. LEONOR.

“Uma antiga tradição refere que aqui existiu um primeiro edifício religioso pré-românico, construído no século X, mas de que nenhum elemento chegou até nós. Nos primeiros tempos da nacionalidade, pelos meados do século XII, D. Afonso Henriques doou o couto de Leça à Ordem do Hospital, a primeira Ordem Militar documentada em território português.

A construção que atualmente observamos não data do século XII, apesar de, nessa altura, se ter edificado um mosteiro românico. O imponente edifício fortificado que sobreviveu até hoje é uma construção gótica, datado da primeira metade do século XIV, e impulsionado por Fr. Estêvão Vasques Pimentel, falecido em 1336 e que se fez sepultar, em campa rasa, diante do altar.”

Fonte: - https://culturanorte.gov.pt/patrimonio/igreja-do-mosteiro-de-leca-do-balio/


O Mosteiro de Lela, é considerado um dos melhores exemplares arquitetónicos existentes no país, de transição do estilo românico para o gótico. Com origem anterior ao séc. X, foi posteriormente (séc. XII) a primeira casa mãe dos Cavaleiros Hospitalários da Ordem de Malta em Portugal. Da construção românica resta apenas, nas traseiras da igreja, uma ala incompleta do claustro, um portal e uma janela com decoração vegetalista. Foi reedificado no séc. XIV, segundo o modelo das igrejas fortaleza. A fachada principal de estilo gótico, com ampla rosácea radiada e rematada por uma cruz da Ordem de Malta, possui torre de menagem de traça românica, coroada de ameias. No interior, dividido em três naves, podemos admirar a capela-mor com abóbada de nervuras, a capela de Nossa Senhora do Rosário ou do Ferro e os túmulos de vários cavaleiros e frades, destacando-se a arca tumular de Frei João Coelho, Grão-Mestre da Ordem, com estátua jacente da autoria de Diogo Pires, o Moço, bem como a pia batismal, cuja base é decorada por animais exóticos. No exterior, o Cruzeiro é também da autoria do mesmo mestre coimbrão. Foi neste Mosteiro que o rei D. Fernando casou com D. Leonor de Teles.– Fonte: - https://www.cm-matosinhos.pt/servicos-municipais/ambiente/parques-e-jardins/largo-do-mosteiro-de-leca-do-balio-e-parque-das-varas

(Por José Faria)

quarta-feira, 22 de maio de 2024

DESPRENDIMENTO SÃO!

 


DESPRENDIMENTO SÃO
 
São precisos pelo menos dois dias,
De caminho, sempre caminhando;
Sem o aconchego do lar, das regalias
Para aos poucos se ir desintegrando,
 
Da casa, do meio, das mordomias,
Que na sua vida foi cimentando;
Para sentir a perda das parcerias,
Que ao longo da vida foi criando.
 
Se caminha só, vai mais consciente,
Mais liberto não se distrai da natureza,
Capaz de reflexões nunca sentidas;
 
A existência da vida, é mais abrangente,
Muito mais sensível e com mais firmeza,
Desperta a gratidão por todas as vidas.
José Faria

segunda-feira, 20 de maio de 2024

As Bandas na Romaria do Bom Jesus de Matosinhos - 2024

ROMARIA AO SENHOR
BOM JESUS DE MATOSINHOS 
O Bom Jesus de Matosinhos,
Acolhe à festa, à sua romaria;
Povo vindo de tantos caminhos,
Ao seu ar festivo com a maresia.
 
Entre os fiéis anda o peditório,                                         
A todos apela a contribuição;
Terlinta na cesta o ofertório,
Por entre rezas de oração.
 
Momento de fé da população,
De muitos pobres e ricos senhores;
A majestosa, grande procissão;
É gosto de ateus e de pecadores.
 
À frente a Fanfarra alegre, fogosa,
Seguem-na estandartes oscilando;
E a manifestação tão religiosa,
Aos olhos do povo se vai mostrando.
 
Tantos fiéis a estão esperando,
Desde a igreja matriz, em comunhão;
Por paz e saúde, pedem, rezando,
Com as suas preces de religião.
 
Lá vem os andores tão floridos,

O Bom Jesus na cruz vem pregado;
Curvam-se cristãos tão comovidos,
Rogam ao Cristo crucificado.
 
E lá vem a música da Banda a tocar,
Em Matosinhos, semeiam alegria;
De passo acertado, vem a marchar.
Com música religiosa de nostalgia.
 
Continua o repasto, tanta diversão,
Cheias as ruas de povo festejar;
Rios de gente sempre em digressão,
Que só a noite poderá estancar.

É a fé e o profano em comunhão,
Há comes e bebes por todo o lado;
A festa divertida é que tem razão:
A paz e a alegria é o mais sagrado.
 
A festa vai longa, é já madrugada,
A romaria de sono, esmoreceu,
Que o povo foi indo de retirada,
Abandonou a noite e adormeceu.

José Faria

O ESCUTISMO É SEMPRE... NATUREZA!

 


RADIOSA FLORAÇÃO
- “Procurai deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste!”

"Radiosa floração, gentil da vida,
Dando frutos de glória verdadeira,
A mocidade heroica e destemida,
Ergue em triunfo a nacional bandeira.
 
Há mães cheias de orgulho, sorridentes,
Ao ver passar falanges imponentes,
Os seus filhos seus, num garbo deslumbrante,
Escuteiros leais, avante, avante!"
 

Não podia deixar de refletir nestas duas estrofes do escutismo, que memorizei desde a juventude, quando, na manhã do dia 20/05/2024, ao passar, pedalando, junto da igreja de Nogueira, da minha terra maiata, deparei com este apelo aos valores do escutismo cultural, religioso e, sobretudo, abrangente à alma social coletiva do povo da Maia. Um apelo à integração, participação e cultural vivência, social e educativa, de crianças e jovens.

Daí o meu cuidado em coadjuvar na divulgação destes valores, que vão escasseando um pouco por toda a parte, face aos exageros do desenvolvimento das novas tecnologias.

José Faria

 

O MILAGRE DE SILVA ESCURA - MAIA

 

 LENDA DO MILAGRE DE SANTO ANTÓNIO

Silva Escura/Nogueira


Reza a lenda que por volta de 1770, um lavrador que transportava uma pipa de vinho em cima de um carro puxado por uma junta de bois, foi surpreendido por um insólito acidente quando passava em Silva Escura, na encosta do Monte de Santo António. Transitando pela estrada real, um caminho medieval que ligava o Porto a Guimarães e Braga, que passava no sopé do Monte Calvário, devido à inclinação do piso e ao provável mau acondicionamento da pipa cheia de vinho, esta terá deslizado para a traseira, provocando o desequilíbrio do carro. Os bois, apoiados apenas pelas patas traseiras, estavam na iminência de morrerem asfixiados.

Ante a tragédia, o lavrador ajoelhou-se juntamente com o moço da soga e suplicaram ajuda a Santo António de quem eram devotos. O Santo apareceu, a pipa endireitou e assim o carro nivelou, permitindo a retoma da viagem. Este milagre ocorreu na primeira metade do século XVIII. No local foi construído um nicho para perpetuar o acontecimento. A fé do povo levou a erigir, por volta de 1770, uma capela no cimo do monte do Calvário em honra de santo António. Desde então, o monte passou a chamar-se Monte de Santo António e o nome de Monte do Calvário caiu no esquecimento.”

LENDA DO PIPO DE VINHO
 
O lavrador bom João,
Ia seguindo caminho;
Guiando um carroção,
Com uma pipa de vinho.


De Silva Escura a Nogueira,
Com destino a S. Romão;
Tomou cedo essa canseira,
Que era o seu ganha-pão.
 
Bem amarrado aos fueiros,
No carro de bois deitada;
Ao passar por atoleiros,
A carga mais balançava.
 
Até que o carro empinou,
Ao resvalar de repente,
Quando a pipa recuou,
Fez subir o carro à frente.
 
Assustado o bom João,
Ao ver os bois pendurados;
Ficou em aflição,
Ao ver os bois sufocados.
 
Chorando o pobre campónio,
Ajoelhou-se a pedir;
Ajuda ao seu Santo António,
Que o viesse acudir.
 
Logo o Santo lhe apareceu,
E o lavrador acalmou,
A frente do carro desceu,
E tudo se estabilizou.
 
Pelo milagre que se deu,
E o livrou da fome e dor;
No monte a capela ergueu,
Ao seu santo protetor.
 
Pelo milagre solidário,
Deste Santo milagreiro;
Está a capela no calvário,
Ao pé de um velho sobreiro.
 
Já na encosta do monte,
Um nicho aí foi erguido
P’ra que a estória se conte,
Não seja o conto esquecido.
 
Do livro “LENDAS DA MAIA” de José Faria
 

sábado, 18 de maio de 2024

DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA - ENXURREIRA

 DIA DA FAMÍLIA DE FESTA E ALEGRIA

Fica bem registado e por muito tempo será lembrado, o dia da família comemorado na escola aberta à comunidade de Pedrouços, na Maia.

Pais, avós e outros familiares dos pequenos alunos da EB das Enxurreiras, responderam e participaram, em festa e alegria, neste Dia Internacional da Família.


O entusiástico e o empenho do pessoal docente e da Associação de pais, proporcionaram às crianças e os seus familiares, um franco convívio de amizade, de amor, alegria, diversão, brincadeiras divertidas, música e canto, tudo abrilhantado com a participação e divulgação de usos, tradições, trajes e danças do passado, com a participação e envolvência do Rancho folclórico de Pedrouços FLOR DE LINHO.

 


Virados e entregues para o presente e para o futuro das novas gerações, são estes sociais e culturais eventos, que mais promovem o progresso harmonioso nas comunidades humanas.

Bem Haja!

José Faria

 

segunda-feira, 13 de maio de 2024

RANCHO TÍPICO DE SÃO MAMEDE INFESTA, NAS FESTAS DE MATOSINHOS

RANCHO TÍPICO DE SÃO MAMEDE INFESTA
NO BOM JESUS DE MATOSINHOS

As tradições na divulgação dos usos e costumes da vida e do trabalho das nossas comunidades de tempos medievais, subiram ao tabelado do folclore nas festas de Matosinhos.


O Rancho Típico de São Mamede Infesta, de nada se esqueceu, nem do molho da carqueja para acender as lareiras e os fornos.
Presença habitual no programa das festas do Bom Jesus de Matosinhos, o Rancho Típico de São Mamede Infesta, fundado a 29 de maio de 1960, representante dos usos e costumes das antigas terras da Maia (Que abrangiam desde do rio Ave ao rio Douro), sobre a orientação de João Moreira Sousa e Fernando Sousa, voltou a recordar, dançando e cantando, as raízes, usos e costumes dos nossos avós.
Além da divulgação dos trajes das diversas atividades humanas de então, e com o sorriso permanente dos elementos, subiram ao palco também, diversas alfaias, utensílios, as trouxas e bacias de roupa, a infusa da leiteira, onde não faltou a merenda, que sempre surgia na pausa do trabalho, tantas vezes árduo e fisicamente exigente.

José Faria

quinta-feira, 9 de maio de 2024

FESTAS DE MATOSINHOS E A SUA HISTÓRIA

RECOLHA DE IMAGENS E HISTÓRIA
JUNTO AO MAR DE MATOSINHOS

TRAGÉDIA NO MAR!

Inspirado numa tela do famoso pintor matosinhense Augusto Gomes,  conjunto escultórico “Tragédia do Mar”, da autoria de José João Brito, data de 2005 e evoca aquela que é a maior tragédia marítima de que há registo na costa portuguesa: a ocorrida na noite de 1 para 2 de dezembro de 1947, quando uma grande tempestade fez naufragar ao largo de Leixões diversas embarcações de pesca, provocando a morte de 152 tripulantes e a dor e o desespero de toda a comunidade, incluindo 72 viúvas e 152 órfãos resultantes desta tragédia.”


O SENHOR DO PADRÃO

“Classificado como monumento nacional desde 1971, o “Senhor do Padrão” assinala o local onde, segundo a lenda, terá dado à costa, no dia 3 de maio do ano 124, a imagem do Bom Jesus de Matosinhos. Local certamente assinalado desde épocas remotas, foi, no entanto, em data posterior a 1758, que se edificou o zimbório que hoje aqui podemos contemplar.

Conhecido também por “Senhor da Areia”, tal designação resulta do facto de, até ao início do século XX, este monumento se encontrar totalmente isolado, no meio de um vasto areal, possuindo por isso um fortíssimo impacto visual.

O aparecimento miraculoso de uma fonte de água doce neste local, em 1733, deu origem à construção mais pequena, que podemos observar junto do zimbório.


Depois das imagens, contemplação e recolha de registos históricos, a visita ao centro da romaria e festa em honra do Bom Jesus de Matosinhos, onde todo o arvoredo refrescante e oxigenante, se apresenta com muita arte colorida de rendas, bordados e croché, junto da majestosa igreja de Matosinhos, “classificada como imóvel de Interesse Público em 1982, e que foi erigida no século XVI (1559-1579), com uma fachada granítica digna de nota, do estilo barroco joanino, num perfeito equilíbrio e sentido de medida, da autoria do arquiteto italiano Nicolau Nasoni.

Depois a visita à Via Sacra, envolta e protegida pela frescura das árvores bem vestidas. Devido ao gradeamento de proteção, a admiração do seu interior, não passou de uma atenta espreitadela.

Recolhida toda a informação e imagens, o treino desportivo cicloturístico voltou a atividade de regresso à Maia.

- De visita às festas de Matosinhos, não deixe de estar atento a estes valores históricos, sociais e culturais, e de visitar e contemplar a imponente Igreja,erigida no século XVI, a mando da Universidade de Coimbra que desde 1542 possuía o padroado de “Sam Salvador de Bouças”, a atual igreja de Matosinhos veio substituir um velho e arruinado templo até aí existente, a algumas centenas de metros de distância, no lugar de Bouças – local onde, na Idade Média, existira um mosteiro.

José Faria