quinta-feira, 10 de abril de 2025
terça-feira, 1 de abril de 2025
LENDAS DE MATOSINHOS
A
LENDA DE CAYO CARPO
A lenda de Caio Carpo
vem do tempo em que o território de Matosinhos ainda não era cristão. Pois
casando-se ele, nobre senhor maiato com Cláudia Lobo, gaiense e descendente de
um pretor romano, fizeram-se grandes festas junto ao mar. Cayo Carpo e os
patrícios que o acompanhavam estavam na Praia a cavalo, quando avistaram uma
embarcação. O cavalo de Carpo corre para a água, ele tenta pará-lo, mas o
cavalo entra no mar e desaparece na escuridão.
Cayo Carpo, a galopa
mar adentro, pelo fundo do mar até entrar numa nau que transportava o corpo de
Santiago para Compostela. Às vestes de noivado de Caio, agarram-se lhe algumas
vieiras. Da praia todos os olham à distância.
Cayo Carpo, ante o
cadáver do apóstolo, ficou deslumbrado e logo ali quis ser batizado.
Regressando noutra cavalgada à praia, anunciou a boa nova. E todos os seus
convidados, emocionados com o que se passara, também se batizaram à vista do
corpo daquele que seria Santiago de Compostela.
Matosinhos regista
assim na sua história, todo este simbolismo inserido na lenda e nos caminhos de
Santiago, simbolismo e registo, que tiveram origem nas praias deste maravilhoso
concelho banhado pelo atlântico.
CAYO
CARPO – CLAUDIA LOBO
E
A LENDA DE SANTIAGO
EM
MATOSINHOS
Reza
a lenda, que consta na história,
Que
Cayo Carpo, um maiato romano;
Casou
em Matosinhos cheio de glória,
Com
Claúdia Lobo, junto ao oceano.
Nas
areias da praia em boda festiva,
De
grande repasto e danças do ventre;
Toda
a atenção no noivo e na diva,
Transbordava
alegria em toda a gente,
Ao
longe de repente, uma embarcação,
Apareceu
distante dançando no mar,
E a
todos criou estranha admiração,
Que
o cavalo do nobre quis alcançar.
Correndo
a galope sem se quedar,
O
cavalo com Cayo Carpo não parou;
Desapareceu
na noite, no fundo do mar,
E
entrou numa nau que ali encontrou.
A
nau transportava o corpo de Santiago,
A
caminho de Espanha, de Compostela;
Navegava
no fundo, parecia naufrago,
Tudo
era mistério nessa nau tão bela.
Foi
então que o noivo fez o pedido,
E o
apóstolo ali mesmo o batizou;
Ao
Cristianismo ficou convertido,
E a
Península Ibérica o acompanhou.
Ao
regressar do mar, vinha agradado,
Ainda
na praia todos festejavam;
Às
suas vestes tinham-se agarrado
Muitas
vieiras que o adornavam.
Durante
séculos, desde esse batismo,
Seguem
os peregrinos muitos caminhos;
A
vieira acompanha-os, é o simbolismo,
Da
lenda de Cayo Carpo de Matosinhos.
17/03/2025
José Faria
O MILAGRE DO SENHOR DE BOUÇAS
MATOSINHOS.

Reza
a lenda que a imagem esculpida em madeira oca, para esconder os instrumentos da
Paixão de Cristo, foi atirada ao mar Mediterrâneo, pelo próprio escultor,
Nicodemos, para escapar à fogueira, vindo, mais tarde, ter à praia de Matosinhos,
já sem um braço.
Meio século se passou, sem que nenhum artista
conseguisse reproduzir o braço que faltava à milagrosa imagem de Nosso Senhor
de Bouças, até então guardada e venerada pela população de Bouças.
Mais
tarde, uma menina surda-muda, que andava a apanhar lenha na praia, notou que um
pedaço de madeira lhe pareceu de formas estranhas, levando para casa o feixe de
lenha para alimentar lareira. Contudo, quando lançou ao fogo esse pedaço de
madeira, de formas estranhas, misteriosamente, ele saltava para fora da
lareira, o que leva a filha, muda de nascença, a gesticular e acabar por falar,
pela primeira vez, indicando à mãe o sucedido.
Foi então que a mãe viu que aquele pedaço de madeira era o braço do Nosso
Senhor de Bouças, que veio a ser colocado e ajustado à imagem.
Desta
forma, o achado do braço e o milagre que deu fala à menina surda-muda, deixou a
população ainda mais devota ao Senhor de Matosinhos.
Após a mudança da imagem para a nova igreja,
construída em Matosinhos no século XVI, o Nosso Senhor de Bouças passou a ser
conhecido por Nosso Senhor de Matosinhos, vindo daí a tradição das festas, que
em sua honra se realizam todos os anos, passadas sete semanas a seguir à
Páscoa.
O MILAGRE DO SENHOR
DE BOUÇAS
Certo dia uma
menina surda-muda,
Conhecida por
Maya da Purificação;
Andava a
prestar aos pais a sua ajuda,
A apanhar lenha
na praia para o fogão.
Entre a madeira
que na areia recolheu,
Um pedaço de
pau pareceu-lhe estranho;
Um pouco tosco,
um braço lhe pareceu,
Quer pela forma
e quer pelo tamanho.
Regressou a
casa, estranha e contente,
Ia alimentar o
fogo, a sua canseira;
Mas quando
lançou aquele pau diferente,
Assustou-se ao
vê-lo saltar da lareira.
Várias vezes o
lançou àquela chama,
Mas ele para
fora sempre saltou;
Admirada, por
gestos logo chama,
Pela mãe, a
quem por milagre, falou.
Nesse instante
a mãe então entendera,
Que aquele pau,
o braço que ali estava;
Era do santo,
que há muito se perdera,
E ao Nosso
Senhor de Bouças faltava.
Tão gratos pelo
milagre, e pelo achado,
Acorreram ao
Senhor de Matosinhos;
Onde o braço de
madeira foi ajustado,
No Senhor de
todos os caminhos.
17/03/2025 - O nome de Maya da Purificação é invenção do poeta.
José Faria
25º ANIVERSÁRIO DA CONFRARIA DO MAR
25º ANIVERSÁRIO DA CONFRARIA GASTRONÓMICA DO MAR DE MATOSINHOS Um quarto de século estão decorridos na vida da Confraria Gastronómica do...
-
LENDAS DAS 17 FREGUESIAS DA MAIA ANTES DA UNIÃO Águas Santas – 3 Lendas, - Fonte de Aqui Sanctys - a da Guadalupe e a Vozes da Cova...
-
LENDA DO SANTO LENHO Moreira da Maia Reza a história que um fragmento de madeira da cruz em que Jesus foi crucificado, chegou ao lugar d...
-
No monte pedregoso que terá dado o nome de Petrauzos, pedrouzos ou pedroucos, e atualmente Pedrouços, à mais jovem freguesia da Maia, ...


