CHEGOU A CHUVA!
Ai que boa, tão sagrada;
A chuva sempre voltou,
Há tanto tempo esperada,
Que tanto desesperou.
À terra seca e queimada,
Graças a Deus que chegou,
Esta água abençoada,
Que o povo tanto esperou.
No outono tudo pega,
Voltará tudo a nascer,
Por entre as cinzas do monte,
No porvir irá crescer
Por muitos caminhos de rega
Porque toda a vida é fonte.
VENTO DIVERTIDO
Anda o vento à solta,
Traz tudo despenteado;
Foge, corre, vai e volta,
Parece desnorteado.
Tudo sacode e revolta,
Parece mal-humorado;
O vento revira e volta,
Está mesmo esgazeado
E continua a ameaçar,
Que vai buscar aguaceiros;
Pois, quer a terra encharcada.
Ora sério, ora a brincar,
Aqueles olhos matreiros,
Já anunciam trovoada.
José Faria