EM SÃO MIGUEL O ANJO

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

ESCOLA DE DECLAMAÇÃO

Fragmentos da história e da arte de palco.

A ESCOLA DE DECLAMAÇÃO FOI CRIADA
A 15 DE NOVEMBRO DE 1836

A arte dramática portuguesa tinha anda, contudo, um longo caminho
a percorrer, pois que, salvo as tímidas tentativas que iam sendo ensaiadas
no Teatro da Rua dos Condes ou no do Salitre, maioritariamente com
"macaquices francesas", como foram apelidadas pelo dramaturgo de Frei
Luís de Sousa as traduções representadas, não havia escola de atores em
Portugal Ê, então, que João Baptista de Almeida Garrett resolve propor a
mais audaz reforma do ensino artístico alguma vez posta em prática entre
nós: por decreto de 15 de novembro de 1836, é criada a Inspeção Geral
dos Teatros e, simultaneamente, estabelecido o Conservatório Geral de Arte
Dramática de Lisboa teria, finalmente, uma instituição dedicada à formação
de atores, a par com o ensino da música e da dança.
Teoricamente, estavam lançadas as disposições legais que possibilitavam
o surgimento de uma nova era para as artes dramáticas portuguesas, visto
que a proposta garretteana abarcava um programa pedagógico para criar
atores, visava um novo repertório dramático, através do lançamento de
concursos para novos dramaturgos, e pugnava por um projeto arquitetónico
que fizesse surgir um novo Teatro Nacional.
Na prática, para além de todo o complexo trabalho de organização da nova estrutura, só faltava encontrar um espaço onde o dito Conservatório pudesse funcionar.
A sorte caiu no edifício do extinto Convento dos Caetanos, que se encontrava devoluto desde que Joaquim António de Aguiar decretara o fim das ordens religiosas e o confisco de todos os seus bens O "outrora asilo ameno de sábios" recebeu, então, a 12 de janeiro de 1837, a Escola de Música, a Escola de Dança e a Escola de Declamação, sendo que esta Última se revestiu de uma importância especial, dado que dela sairia a futura Companhia de Atores
Nacionais, instruídos pelos melhores atores dos teatros de Lisboa.
Fonte: - https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10211.pdf
TEATRO AO GOSTO DE ALMEIDA GARRETT
(Por José Faria)

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