RENOVADO O BELO JARDIM
DE ARCAD’ÁGUADE FRESCURA POÉTICA DE
TODOS OS TEMPOS!
O jardim de Arca d'Água é um jardim localizado no
centro da Praça de 9 de Abril, na cidade do Porto, em Portugal. O seu nome
deriva dos reservatórios das águas de Paranhos que foram o sustento de muitas
fontes e chafarizes do Porto até aos finais do Século XIX
A ARTE LITERÁRIA E A POESIA AINDA AÍ FLORESCE!
Pois foi precisamente aqui que travaram duelo, a 6 de Fevereiro de 1866, Antero de Quental e Ramalho Ortigão, tudo por questões literárias, poéticas e
romancistas.
Antero de Quental respondeu com uma Carta Aberta publicada em folheto dizendo que os românticos estavam "ultrapassados”. Nela defendia a independência dos jovens escritores; apontava a gravidade da missão dos poetas da época de grandes transformações em curso e a necessidade de eles serem os arautos dos grandes problemas ideológicos da atualidade, e metia a ridículo a futilidade e insignificância da poesia de Castilho.
Ao mesmo tempo,
Teófilo Braga solidarizava-se com Antero, no folheto Teocracias
Literárias, no qual afirmava que Castilho devia a celebridade à
circunstância de ser cego. Pouco depois, Antero desenvolvia as ideias já
expostas na Carta a Castilho no folheto, A Dignidade das Letras e
Literaturas Oficiais, evidenciando a necessidade de criar uma literatura
que estivesse à altura de tratar os temas mais importantes da atualidade.
Seguiram-se intervenções de uma parte e de outra, em que o problema levantado
por Antero ficou esquecido. Provocou grande celeuma o tom irreverente com que
Antero se dirigiu aos cabelos brancos do velho escritor, e a referência de
Teófilo à cegueira dele.
Foi isto o que mais impressionou Ramalho Ortigão, que num opúsculo intitulado “A Literatura de Hoje”, 1866, censurava aos rapazes as suas inconveniências, ao mesmo tempo que afirmava não saber o que realmente estava em discussão.
Este opúsculo deu lugar a um duelo do autor com Antero. Mas
outro escrito, este de Camilo Castelo Branco, favorável a
Castilho — Vaidades Irritadas e Irritantes — não suscitou reações.
Na realidade nada foi acrescentado aos dois folhetos de Antero
durante os longos meses que a polémica durou ainda. Eça de Queiroz,
em “O Crime do Padre Amaro”, de forma implícita, toma parte dos
jovens literários.
Primeiro
confronto entre Antero de Quental e António Feliciano de Castilho
No ano de 1862 decorreu um dos diversos saraus no teatro académico de Coimbra. Castilho, como habitualmente fazia, esteve presente de forma a divulgar e promover o seu “Método Repentino”. Nesse dia, os poetas que não concordavam com a visão de Castilho recusaram-se a entrar em palco. No entanto, a pedido do seu tio Filipe de Quental, Antero entra em palco. Porém, surpreende todos os presentes ao recitar com violência e paixão as polémicas estrofes de abertura das Odes Modernas, livro que viria a ser publicado no ano de 1865.
Apesar de provocado, devido ao statu quo inerente, Castilho abraçou Quental, saudando
como "um poeta de génio". As aparências mantiveram-se, mas a oposição
ficou semeada.
Assim, em Fevereiro de
1866, Antero de
Quental e Ramalho Ortigão estiveram frente a frente empenhando as
espadas. Antero acerta no braço de Ramalho dando por terminado o duelo e saindo
vencedor.”
Fonte: - https://pt.wikipedia.org/wiki/Quest%C3%A3o_Coimbr%C3%A3
E pronto, foi esta caminhada na manhã de 29 de junho de 2024, com
passagem habitual pelo belo jardim de Arca d’Água, que me levou a pesquisar e a
divulgar todos estes diálogos e convívios literários entre escritores e poetas
do passado, porque foi precisamente aqui que se deu o duelo entre Antero de
Quental e Ramalho Ortigão, tendo Ramalho recebido um golpe no braço que o fez
perder o duelo.
Pode chamar-se a estas sossegadas caminhadas, desportivamente culturais.
José Faria