EM SÃO MIGUEL O ANJO

sábado, 29 de junho de 2024

JARDIM ARCA D'ÁGUA - JARDIM DO DUELO!

 

RENOVADO O BELO JARDIM DE ARCAD’ÁGUA
DE FRESCURA POÉTICA DE TODOS OS TEMPOS! 

O jardim de Arca d'Água é um jardim localizado no centro da Praça de 9 de Abril, na cidade do Porto, em Portugal. O seu nome deriva dos reservatórios das águas de Paranhos que foram o sustento de muitas fontes e chafarizes do Porto até aos finais do Século XIX

A ARTE LITERÁRIA E A POESIA AINDA AÍ FLORESCE!

Pois foi precisamente aqui que travaram duelo, a 6 de Fevereiro de 1866Antero de Quental e Ramalho Ortigão, tudo por questões literárias, poéticas e romancistas.

Antero de Quental respondeu com uma Carta Aberta publicada em folheto dizendo que os românticos estavam "ultrapassados”. Nela defendia a independência dos jovens escritores; apontava a gravidade da missão dos poetas da época de grandes transformações em curso e a necessidade de eles serem os arautos dos grandes problemas ideológicos da atualidade, e metia a ridículo a futilidade e insignificância da poesia de Castilho.

Ao mesmo tempo, Teófilo Braga solidarizava-se com Antero, no folheto Teocracias Literárias, no qual afirmava que Castilho devia a celebridade à circunstância de ser cego. Pouco depois, Antero desenvolvia as ideias já expostas na Carta a Castilho no folheto, A Dignidade das Letras e Literaturas Oficiais, evidenciando a necessidade de criar uma literatura que estivesse à altura de tratar os temas mais importantes da atualidade. Seguiram-se intervenções de uma parte e de outra, em que o problema levantado por Antero ficou esquecido. Provocou grande celeuma o tom irreverente com que Antero se dirigiu aos cabelos brancos do velho escritor, e a referência de Teófilo à cegueira dele.

Foi isto o que mais impressionou Ramalho Ortigão, que num opúsculo intitulado “A Literatura de Hoje”1866, censurava aos rapazes as suas inconveniências, ao mesmo tempo que afirmava não saber o que realmente estava em discussão.

Este opúsculo deu lugar a um duelo do autor com Antero. Mas outro escrito, este de Camilo Castelo Branco, favorável a Castilho — Vaidades Irritadas e Irritantes — não suscitou reações.

Na realidade nada foi acrescentado aos dois folhetos de Antero durante os longos meses que a polémica durou ainda. Eça de Queiroz, em “O Crime do Padre Amaro”, de forma implícita, toma parte dos jovens literários.

Primeiro confronto entre Antero de Quental e António Feliciano de Castilho

No ano de 1862 decorreu um dos diversos saraus no teatro académico de Coimbra. Castilho, como habitualmente fazia, esteve presente de forma a divulgar e promover o seu “Método Repentino”. Nesse dia, os poetas que não concordavam com a visão de Castilho recusaram-se a entrar em palco. No entanto, a pedido do seu tio Filipe de QuentalAntero entra em palco. Porém, surpreende todos os presentes ao recitar com violência e paixão as polémicas estrofes de abertura das Odes Modernas, livro que viria a ser publicado no ano de 1865.

Apesar de provocado, devido ao statu quo inerente, Castilho abraçou Quental, saudando como "um poeta de génio". As aparências mantiveram-se, mas a oposição ficou semeada.

Assim, em Fevereiro de 1866, Antero de Quental e Ramalho Ortigão estiveram frente a frente empenhando as espadas. Antero acerta no braço de Ramalho dando por terminado o duelo e saindo vencedor.”

Fonte: - https://pt.wikipedia.org/wiki/Quest%C3%A3o_Coimbr%C3%A3

E pronto, foi esta caminhada na manhã de 29 de junho de 2024, com passagem habitual pelo belo jardim de Arca d’Água, que me levou a pesquisar e a divulgar todos estes diálogos e convívios literários entre escritores e poetas do passado, porque foi precisamente aqui que se deu o duelo entre Antero de Quental e Ramalho Ortigão, tendo Ramalho recebido um golpe no braço que o fez perder o duelo.

Pode chamar-se a estas sossegadas caminhadas, desportivamente culturais.

José Faria

 

sexta-feira, 14 de junho de 2024

MONTANTES PEDREIROS DA CAVERNEIRA

 AS PEDRAS DA CAVERNEIRA
DO MONTE PENEDO – NA MAIA
CORRERAM MUNDO


Porque me toca profundamente esta obra maravilhosa dedicada aos pedreiros montantes da Maia, em especial aos das pedreiras da Caverneira, em Águas Santas, onde em criança acompanhei o meu progenitor ajudando-o na limpeza da “praça” (local onde partiam a pedra, criando os blocos a marreta e a picão); e na limpeza e preparação do piso rochoso no local do “bojo”, mais propício ao furo para se introduzir a pólvora para o tiro.
Num tempo em que eram as mãos robustas, fortes e cheias de conhecimento desta atividade de extrair a pulso a pedra dos montes.
Daí nunca deixar de contemplar este motivo escultórico aos montantes maiatos, escultura cheia de memórias que ainda guardo e me emociona.
AOS PEDREIROS MONTANTES
A derrubar montanhas,
Montante de profissão,
De xisto ou de granito,
Rasgadas por sua mão.
Já o dia se levanta,
Se levanta a força, o grito;
Canta o pisco, chasco canta,
Canta o picão no granito.
Montante que lá no monte,
Tua força não conheces;
Sai de tuas mãos a pedra,
P’ra palácios, desconheces?
É feito um furo no bojo,
Com a broca à pulsação,
Num compasso cantador,
Que dá força ao marretão.
É metida a dinamite,
Nas entranhas da montanha;
Mãos robustas, cuidadosas,
Não se percam na façanha.
Já o tiro rebentou!
Cuidado, não saltem guilhos!
Não vá a pedra que voou,
Deixar sem pai os teus filhos.
“MEMÓRIA
No dia 19 de dezembro de 2004, foi inaugurado o motivo escultórico em honra do pedreiro montante da Caverneira.
Com esta justa homenagem, o município da Maia distingue e releva todos os artífices que, com o seu abnegado trabalho, levaram bem longe o nome da sua terra.
A cerimónia foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal, o Eng. António Gonçalves Bragança Fernandes, sendo presidente da Junta de Freguesia de Águas Santas, o Senhor Manuel José da Silva Correia.”

quinta-feira, 13 de junho de 2024

SANTO ANTÓNIO DE PÁDUA - O SANTO

 
SANTO ANTÓNIO DE PÁDUA
FALECEU A 13/06/1231

“Batizado com o nome de Fernando, Santo António nasceu em Lisboa, possivelmente a 15 de agosto de 1125. Filho de uma família nobre, entrou com 15 anos, para a Ordem do Cónegos Regulares de Santo Agostinho, para o sacerdócio no mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra. Aí foi ordenado sacerdote já com 24 anos de idade. Foi encaminhado à carreira de filósofo e teólogo. Mas, desejava uma vida religiosa mais severa. A reviravolta deu-se em 1220, quando chegaram à igreja de Santa Cruz os restos mortais de cinco missionários franciscanos, torturados e assassinados em Marrocos.

Fernando (Santo António) decidiu deixar os Cônegos agostinianos para seguir as pegadas de São Francisco de Assis, onde escolheu ser chamado Antônio, para imitar o santo anacoreta egípcio. Amadureceu um forte impulso à missão e, seguindo este ideal, partiu para o Marrocos.

Porém, contraiu uma doença e foi obrigado a um repouso forçado, sem poder pregar. Não teve outra opção a não ser ir para a Itália. No entanto, o navio no qual embarcou, naufragou no golfo da Sicília. Tendo-se restabelecido, em 1221, foi parar em Assis, onde Francisco havia convocado todos os seus frades. Esta foi uma ocasião propícia para conhecê-lo pessoalmente, não obstante tenha sido um encontro simples. Revigorando sua escolha de seguir a Cristo, na fraternidade Franciscana, Antônio foi enviado ao eremitério de Montepaolo, na Romanha. Ali, dedicou-se, sobretudo, à oração, meditação, penitência e trabalhos humildes.

No dia 13 de junho, Antônio sentiu-se mal; entendendo que a sua hora se aproximava, pediu para morrer em Pádua. Foi transportando por um carro de bois, mas, ao chegar à Arcella, um bairro às portas da cidade, expirou murmurando: “Vejo o meu Senhor.

Reconhecido pela influência de Santo Agostinho, Antônio conjugou, de modo original, mente e coração, pesquisa teórica, prática das virtudes, estudo e oração. Doutor da Igreja, Santo Antônio é simplesmente chamado em Pádua como “o Santo”.

 

Fonte: - https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/06/13/s--antonio-de-padua--sacerdote-franciscano-e-doutor-da-igreja.html

sábado, 8 de junho de 2024

QUINTA E PALACETE DA PONTE DA PEDRA - Leça do Balio

A HISTÓRIA NA PONTE E NAS RUÍNAS
DA GRANDE QUINTA ABANDONADA
Quinta e Palacete frequentado por Camilo Castelo Branco
quando passava férias no Porto, há muito abandonado pelo Estado português
 

A minha recente caminhada pelas margens do rio Leça, por Águas Santas e Milheirós, até ao centro da Maia, trouxe-me de regresso em direção a São Mamede de Infesta e daí a Pedrouços.
Mas foi, mais uma vez que a minha observação e atenção despertou para factos e testemunhos históricos que sempre encontro nas minhas caminhadas ou pedaladas, desportivas e culturais.

Pois, ao passar na Ponte da Pedra, - pela tão antiga estrada romana que ligava a cidade de Olisipo (Lisboa), à capital da região da Callaecia, a cidade de Bracara Augusta (Braga), e que passava por Cale (Porto/Vila Nova de Gaia), cuja construção da ponte, “Ponte da Pedra”, remonta ao século II d.C..
Se esse despertar de memórias e de histórias me recordou leituras sobre a Romanização das terras da Maia, lembrou-me também tempos mais recentes, dos anos 50/60, os passeios de barco no rio Leça a dez testões hora, aí junto à “Ponte da Pedra”.

A ponte de tabuleiro plano e construída com um só arco de volta perfeita, já sofreu diversas alterações, não perdendo vestígios e características romanas.
Um despertar mais triste envolto em lamentação, focou-se nas ruínas da Quinta e Palacete mesmo ao lado da ponte, sobranceira ao rio Leça.
Datada do século XVIII, mas possivelmente mais antiga, foi designado durante décadas como Palacete Oitocentista.

“O Palacete mereceu grande atenção no século XIX, tendo sido ampliado e funcionado como residencial, e era o local predileto de Camilo Castelo Branco quando passava férias no Porto. Consta também que aqui se instalou o rei D. Miguel durante a guerra que travou com o seu irmão D. Pedro IV.

No início do século XX a Quinta e Palacete da Pedra foram doados ao estado português, que aí albergou pessoas idosas até ao 25 de abril de 1974, altura que o palacete ficou disponível para alojamento de famílias retornadas das ex-colónias.
Mais tarde, em 2005, deflagrou um grande incêndio que devastou grande parte do palacete, ficando apenas as paredes exteriores.
Até hoje! - 08/06/2024

José Faria

 

sexta-feira, 7 de junho de 2024

PARQUE FLUVIAL DE ALVURA - MILHEIRÓS - MAIA

 

PARQUE FLUVIAL DE ALVURA
EM BOM RITMO – MILHEIRÓS - MAIA


O Parque Fluvial de Alvura, nome do lugar e da ponte romana, em Milheirós, por onde passa o caminho de Santiago pela Maia em direção a Braga, da responsabilidade da Câmara Municipal da Maia; vai-se aprontando com caminhos pedestres, nova arborização, pontos de iluminação, e de tudo quanto é necessário de frescura e de segurança para um parque como este nas margens do rio Leça, rodeado de história, bem patente nas levadas e nas ruínas dos moinhos nas suas margens.
Todo este investimento e inovação, reforçam naturalmente, uma maior exigência e controle na poluição (ou despoluição) do rio, que continua a ser “agredido” por descargas poluentes escondidas, irresponsáveis e não identificadas.

José Faria – 07/06/2024

 

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quinta-feira, 6 de junho de 2024

MENSAGEIRO E LENDAS DA MAIA

As Lendas da Maia e o Mensageiro,
Vão às Festas da Maia, Feira do Livro;
Junto à torre a que chamam isqueiro,
Falar do que penso, falo e digo.










domingo, 2 de junho de 2024

RIPERT OU AMERICANO!?


RIPERT OU AMERICADO…
EIS A QUESTÃO!

- O saber não ocupa lugar e ao que parece, só enriquece.

Fiquei a saber aquando da minha participação como “polícia das Barreiras”, que o Ripert ou o Americano, fazia também o trajeto, entre a Praça de Carlos Alberto e São Mamede Infesta.

E o ser “Polícia das Barreiras”, não passou de simples encenação de ator, numa peça de teatro, no Grupo Dramático e Musical Flor de Infesta. Chamava-se essa peça de teatro, “ A ÚLTIMA VIAGEM DO RIPERT”, cuja representação teatral, terminava encenando a queima do Ripert na Praça de São Mamede.

Uma peça de teatro cheia de arte, história, que nos repotava para o tempo das barreiras que existiram em diversos pontos dos limites da cidade do Porto. Este Ripert tinha que passar a Barreira do Amial, atravessar aí a Circunvalação para entrar ou sair da cidade Porto/São Mamede. Ora a função do polícia das barreiras era fiscalizar o contrabando que ia ou vinha do Porto.

Nada disto viria, possivelmente, a saber, se não tivesse sido ator nessa peça de teatro, embora estivesse, e estou, bem recordado, da Barreira da Areosa, do posto da Guarda e da grande balança para pesar todo o tipo de viaturas com a respetiva carga em cima, que era uma continuação da “Barreira” do passado.

Ora, o “Americano", puxado por cavalos, circulou no Porto por volta de 1870 e o início do séc. XX, vindo a ser substituído pelo carro elétrico, que chegou depois a usar inicialmente o Riper como atrelado, sem cavalos, claro.

E para que conste, saiba-se que o nome Ripert, vem do seu inventor. Um cidadão francês de nome Antoine Ripert, que obteve a patente da sua invenção por 10 anos.

E porque o saber não ocupa lugar, e ao que parece só enriquece, ainda pesquisei no livro “À Descoberta de São Mamede Infesta, de António Durval.

José Faria

 

RIO ONDA

 Nasce na Poça do Inferno, o rio Onda,
Descendo calmo, segue sem canseiras;
Sem arvoredo no caminho que o esconda,
Para se espraiar entre Labruja e Angeiras.

José Faria

“O rio Onda é um rio de Portugal, pertencente à bacia hidrográfica da região costeira entre o Ave e o Leça. Nasce na "Poça do Inferno" em Guilhabreu e vai desaguar entre as praias de Labruge e de Angeiras. Pertence à região hidrográfica do Cávado, Ave e Leça”. 


Também chamado de Donda, tem cerca de 11,8km e atravessa maioritariamente terrenos agrícolas e florestais. Em tempos, foi conhecido pelas boas pescarias e pela intensa atividade moageira.

A sua foz pode ser apreciada através da ponte que lhes serve de fronteira. Tem a particularidade de ser o único rio a nascer e desaguar em pleno território vilacondense.

Fonte: - https://www.visitviladoconde.pt/pages/976/?geo_article_id=4508