EM SÃO MIGUEL O ANJO
quarta-feira, 25 de junho de 2025
quinta-feira, 19 de junho de 2025
À TERRA ONDE FORES TER...
À TERRA ONDE
FORES TERFAZ COMO
VIRES FAZER!
É um ditado
muito antigo,
O mais
democrático de todos;
Para seres
migrante amigo,
Respeita o povo
e seus modos.
E que à
terra onde fores ter,
Diferente do
teu pensamento,
Que bem te
soube acolher,
Veja em ti o
cumprimento,
Das suas
normas culturais.
Se te queres
bem integrado,
Respeita essa
comunidade;
E não
precisas muito mais,
Aprende os
valores sociais,
Vive em paz
e em felicidade.
José Faria
terça-feira, 17 de junho de 2025
A LENDA DO SENHOR DE BOUÇAS - MATOSINHOS
A
BELA IGREJA DO BOM JESUS DE MATOSINHOS
E
A LENDA DO NOSSO SENHOR DE BOUÇAS
Atualmente, dificilmente se observam vestígios desse templo inicial, dado que este foi profundamente alterado no século XVIII.
Asa remodelações deram-se
tanto na capela-mor, como no restante edifício, e tiveram a assinatura de um
nome bastante conhecido no Norte de Portugal, Nicolau Nasoni. O arquiteto
italiano também foi responsável pela fachada barroca, totalmente nova, que
continua a impressionar quem a vê a partir do bonito adro ladeado por plátanos.
Entrar no edifício permite apreciar a imponente talha dourada que reveste o seu interior e a figura de Cristo crucificado – uma escultura em madeira, com dois metros de altura, com origem na idade média, entre finais do século XII e início do século XIII.
Segundo a lenda, a peça
terá sido apenas uma das várias esculpidas por Nicodemus, que, mais tarde,
seriam atiradas ao mar mediterrânico. E, a mais perfeita delas todas, meio
século depois, daria à costa no mar de Matosinhos, no dia 3 de maio de 143, mas
já sem um braço, o qual foi achado por uma jovem surda e muda que apanhava
lenha no areal da praia.
Quando em casa a jovem o
colocou na lareira, esse pedaço de madeira (braço) teimava em saltar para fora
da lareira, o que levou a jovem a chamar pela mãe, dizendo à mãe para não
insistir, que aquele pedaço de madeira era o braço que faltava ao Nosso Senhor
de Bouças.”
(Texto da revista Evasões
– especial, Matosinhos ao sabor do mar, da arte e da história)
Foto do XXIV Capítulo da
Confraria Gastronómica do Mar de Matosinhos.
A lenda em poesia, contada por José Faria:
SONETOS MAIATOS NA NOVA MAIA
SONETOS
MAIATOS NO ANIVERSÁRIO DA INAUGURAÇÃO
DO
NOVO EDIFÍCIO DA NOVA MAIA.
É
verdade. Coincidência das coincidências. O novo edifício dos Paços do Concelho,
foi inaugurado no dia 12 de julho do ano de 1982. O lançamento do meu quinto
livro, com o título “Sonetos Maiatos”, com prefácio do Dr. Historiador José
Marques, é dia 12 de julho às 18 horas.
Pois decorria o ano de 1982, quando a 12 de julho procedeu-se à inauguração do novo edifício da Câmara Municipal da Maia.
“Inaugurado solenemente pelo ministro da Administração Interna, Eng. Ângelo Correia, o novo edifício dos Paços do Concelho da Maia constituiu uma clara e viva expressão da NOVA MAIA que, com algumas paragens ao sabor dos condicionalismos da vida política, foi sendo concebida e concretizada desde os inícios de 1970.
Na
verdade, em março de 1970, a Câmara Municipal, na execução de previsões
urbanísticas anteriormente delineadas, adquiriu a ampla Quinta do benemérito
Visconde de Barreiros (José da Silva Figueira), propriedade no coração da sede
do concelho, a fim de ali vir a ser instalado o centro cívico da Maia, o núcleo
central do Município.
Logo de seguida, mandou a Câmara elaborar o respetivo plano parcial de urbanização, trabalho que foi incumbido o arquiteto Jorge Guimarães Gigante. No ano imediato, em 1971, face às prioridades definidas, a mesma edilidade encarregou o arquiteto portuense António Machado, de elaborar o projeto do primeiro dos empreendimentos a concretizar no núcleo central do concelho: o novo edifício dos Paços do Concelho.” (…/…) (in Almanaque da Maia 1983).
A
inauguração, como já foi referido, deu-se a 12 de julho de 1982.
Daí,
por coincidência, poder-se dizer que o livro “SONETOS MAIATOS” ter o seu
lançamento na XIX Feira do Livro da Maia, pelo quadragésimo terceiro
aniversário da inauguração da NOVA MAIA.
José
Faria
domingo, 8 de junho de 2025
XXIV CAPÍTULO DA CONFRARIA GASTRONÓMICA DO MAR DE MATOSINHOS
CONFRARIA
GASTRONÓMICA DO MAR
NAS
FESTAS DO SENHOR DE MATOSINHOS.
Na
manhã de temperatura amena e graciosa, a 7/6/2025, ao pé do mar, iniciou-se a
missa na igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, com a presença de confreiras
e confrades de cerca de trinta confrarias, que vieram de várias partes do país
e de Espanha, honrar e homenagear o XXIV Capítulo da Confraria Gastronómica do
Mar de Matosinhos.
Depois
da cerimónia religiosa, todas as confrarias seguiram em desfile até ao edifício
da Câmara Municipal, onde teve lugar a cerimónia institucional de entronização
de novas confreiras e confrades.
Todo
este evento desta confraria, teve a presença e intervenção da senhora
presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Luísa Salgueiro e da senhora
vereadora da Cultura Dra. Marta Pontes.
Após
todas as homenagens e troca de lembranças, sob a orientação do mestre timoneiro
José Manuel Marques de Carvalho e demais elementos da direção da Confraria
Gastronómica do Mar, todas as confrarias seguiram para a confraternização à
mesa, no Restaurante Casa da Pedra, em Perafita.Depois
de bem comidos e bem regados e animados, como é da praxe de todas as
confrarias, chegou de surpresa o folclore das Sargaceiras Marítimos de
Angeiras, que dançaram, cantaram e animaram todas confrarias presentes, que se
envolveram na dança de usos e costumes de ao pé do mar.
Cantou-se
pela primeira vez publicamente, o Hino da Confraria Gastronómica do Mar de
Matosinhos, com a intervenção e voz sonante das cantadeiras do Rancho, a que se
seguiu a envolvência no pé de dança, com as confreiras e confrades mais
arrojados e animados.A
terminar o grande encontro de confrarias, novas entregas de lembranças de
agradecimento pela participação, às confrarias presentes, seguido de
cumprimentos, beijos e abraços, de paz, saúde e de alegria, como mandam e
semeiam todas Confrarias… com um até breve.
José
Faria
segunda-feira, 2 de junho de 2025
PEDROUÇOS DO PASSADO
RECORDAR
NO TEMPO E NA PAISAGEM
A
FREGUESIA DE PEDROUÇOS DO PASSADO.
É
sempre interessante, cultural, nobre e relevante, transmitirmos às novas
gerações, como era a sua terra e as suas gentes num passado da história
recente, que não vai muito além de sessenta ou setenta anos. De um tempo em que
nem o trator de lavrar a terra existia, pois só chegou a Portugal, por volta dos
anos oitenta. Até aí, toda a lavoura estava nas mãos dos homens, ajudados pela
força dos animais. Mas o desenvolvimento sempre acelerado, consegue ultrapassar
em meia centena de anos, quase uma eternidade. Depois a falta de imagens desse
tempo, obriga a nossa imaginação a ir até lá através das palavras e
testemunhos, para se procurar ver e compreender como se vivia no tempo da lousa,
da pena e da palmatória na escola, e dos calos do trabalho, tantas fezes
infantil; no campo, nas pedreiras, nas obras.
Vivia
este meu povo maiato maioritariamente do campo, das pedreiras, enquanto a
construção ia tomando conta da ocupação da maioria dos trabalhadores por conta
de outrem, num tempo em que a emigração a salto, a fugir à fome e à guerra no
Ultramar, foi aumentando também.
Olhemos
para o que foi e para o que era, Pedrouços, lugar da freguesia e Vila de Águas
Santas, de onde se desintegrou em 1985, para se tornar também, numa região administrativa
independente.
Deixo-vos somente esta “imagem” que terão de construir na vossa imaginação, através das palavras desta pequena narrativa:
(Vivência
e imaginação) - Era terça-feira, dia 15 de outubro de 1963. O lugar de Pedrouços,
onde dificilmente chegava qualquer intervenção da Junta de Freguesia de Águas
Santas, a que pertencia, as ruas, em grande parte, eram ainda de terra batida.
Ter uma rua calcetada a paralelepípedo… era um “luxo”. É verdade que de longe-a-longe,
dois cantoneiros com o Dumper, com um trabalhar e trepidação ruidoso como o
motor de uma betoneira a gasóleo, visitavam o lugar de Pedrouços, para nas ruas
mais principais, procederem a limpar valetas, ripando a erva daninha.
Como era terça-feira, dia de mercado e feira do gado, o dia despertou muito cedo ao som dos cascos dos animais e dos rodados de carros de bois. Era habitual este despertar semanal às terças-feiras, mas como estávamos no fim do verão, a azáfama era ainda mais intensa. Pois havia aqueles animais de engorda, de salgadeira para serem vendidos. Levava-se o porco ou porca à feira, já forte e gorda, vendia-se e comprava-se mais dois leitõezinhos para criar a lavagem, para a próxima venda.
O
povo do lugar de Pedrouços, às portas da cidade do Porto, não esquecia que era terça-feira,
porque o dia de mercado e feira do gado, despertava toda a comunidade, com muitos
animais caminhando com os donos, em direção às oliveiras.
Bois,
vacas, carneiros, porcos, … os vendedores de alfaias agrícolas, as
hortaliceiras, galinheiras e coelheiras, até os carros de bois com produtos do
campo, quer para o mercado quer para a feira do gado, despertavam o animado
lugar de Pedrouços.
À porta da mercearia do Polónia, frente à viela dos Beirões, onde se vendia ainda o açúcar a peso, a farinha, os cereais e outros produtos, como o azeite, o petróleo por medida conforme a bolsa do cliente, os clientes e outros moradores que estavam por perto, deitaram a fugir para os Beirões quando um boi tresmalhado corria a rua Sacadura Cabral, ainda de terra batida e saibrenta, que fugira aos seus proprietários que o seguiam correndo de varas no ar para o tentar encurralar.
O
corpulento boi de raça mirandesa, assustador, correu rua acima em direção ao “Largo
dos Queimados”, com os seus criadores no seu encalço, enquanto se ouvia dos transeuntes
em fuga: “Cuidado, anda um boi à solta!”
Todas
as terças-feiras o lugar de Pedrouços vivia o grande momento de negócio, de
trocas, compras e vendas. Era nesta altura que os lavradores e criadores de
animais, trocavam o seu trabalho por dinheiro.
Tantos
levavam os seus animais já crescidos para venda e após o negócio traziam mais uns
novatos para continuarem esse processo de criação.
José Faria