GÉNEROS LITERÁRIOS
PROSA E VERSO
Os
versos obedecem a certa regras, quanto ao número de sílabas, aos acentos, às
pausas e à rima. Mas, atualmente, devido ao aparecimento de muita poesia livre
ou verso livre, em muitas tertúlias e convívio de poesia, vão-se criando
continuamente e por todo lado, “saladas literárias “sem peso, sem medida e sem
regras.
E
essas composições, que não são poesia, não são prosa, não são conto, não são
narrativa, …são “saladas literárias”, mais ou menos longas condimentadas de
géneros como, de oratório, dramático, drama, comédia, …mais ou menos ao gosto,
saber e conhecimento de quem as cria.
Ex: - Ai, há quantos anos
eu parti chorando
Desse meu saudoso,
carinhoso lar!... (Guerra
Junqueiro)
Por
outro lado, a poesia, porque fundada neles, excita a imaginação, e provoca a
sugestão, o sonho:
“Ó mar salgado, quanto do
teu sal
São lágrimas de
Portugal.” (Fernando Pessoa)
Os
versos, como se referiu, obedecem a certas regras, quanto ao número de sílabas,
aos acentos, às pausas e à rima.
O VERSO:
é uma palavra ou conjunto de palavras, com um certo número de sílabas e com
determinados acentos. (“Horas mortas…Curvada aos pés do Monte” – Florbela
Espanca)
Os Elementos do Verso são
a sílaba,
o acento e a rima.
SÍLABA é
gramatical ou métrica.
A métrica,
é somente o som apreciado pelo ouvido: PIE-DA-DE
A Gramatical:
PI-E-DA-DE
O Acento predominante
ou silaba tónica, está normalmente na última palavra do verso.
A RIMA é a correspondência de sons entre dois ou mais
versos.
QUANTO AO NÚMERO DE
SÍLABAS DOS VERSOS:
Os
mais frequentes são de: cinco, sete,
dez e doze sílabas.
Mas
também os há de uma sílaba:
“de homem – só – tende – dó.
Duas sílabas:
Tormento – e eco – de lágrimas – tombando.
(Casimiro
de Abreu)
De três sílabas:
- “Nem palavras – Nem cinzéis – Nem acordes – Nem pincéis.” (António Gedeão)
Quatro
sílabas – seis sílabas – oito sílabas – nove silabas –
Os
de Dez Sílabas – são “heroicos”,
porque são usados nos nossos poemas heroicos. Têm acentos na 6ª e 10ª ou, sendo
sáficos, na 4ª, 8ª e 10ª.
Exemplo:
“Deus
quer, o homem sonha, a obra nasce,
Deus
quis que a terra fosse toda uma,
Que
o mar unisse, já não separasse”. – F. Pessoa
Também
os há de 11 sílabas: “Nas
terras soberbas da grande cidade” (S. Passos)
E
de DOZE SÍLABAS: - Alexandrinos: Têm os acentos na 6ª e na 12ª.
Exemplo:
Aquela cujo amor me causa alguma pena
Põe
o chapéu ao lado, abre o cabelo à banda, (Cesário Verde)
…
TIPO DE VERSOS RIMADOS
EMPARELHADOS:
Os que rimam dois a dois, ou três a três consecutivamente. aa, aaa
CRUZADOS:
Os que rimam alternadamente: ab, ab, ab, ab
INTERPOLADOS:
abc, abc.
ENCADEADOS:
aqueles cuja última palavra rima com o meio do seguinte.
ESTÃNCIAS:
grupo de versos que formam, geralmente, sentido completo.
São regulares,
irregulares, pares e ímpares:
Parelha
se consta de dois versos.
Terceto se
consta de três versos.
Quadra
se consta de quatro versos.
Quintilha
se consta de cinco.
Sextilha
se consta de seis.
Oitava
se consta de oito.
Décima
se consta de dez versos.
Género literário das
composições poéticas:
ÉPICO
– LÍRICO – DRAMÁTICO – DIDÁTICO – PASTORIL
Épico
= ação. Lírico = todos quantos
exprimam sentimento.
Dramático
= ação da vida humana, conflito, desenlace…
Didático -
o poeta com o fim de instruir, expõe as suas ideias.
Pastoril:
descreve cenas agradáveis do campo.
Narrativa
– romance, novela, conto.
Canção:
- Composição de pensamento uno, repetido por vezes, em cada estrofe ou
estância. Termina com uma conclusão ou epílogo – fecho da canção.
SONETO:
- composição de catorze versos, dispostos em duas quadras e dois tercetos. A
tradição clássica exige que o último verso do soneto seja uma “chave de ouro”
O
soneto clássico é um verso decassílabo.
Embora
nunca houvesse regras fixas quanto à rima, pode indicar-se como mais geral a
seguinte:
Nas
quadras, o 1º verso rima com o 4º 5º e 8º;
O
2º com o 3º, 6º e 7º;
Nos
tercetos, o 1º verso rima com o 3º e 5º
O
2º com o 4º e 6º;
OU
O
1º com 4º
O
2º com o5
E
o 3º com o 6º.
A ELEGIA, é uma composição inspirada por
acontecimento triste.
Já o Acróstico, é um gênero de composição geralmente poética, que consiste em formar uma
palavra vertical com as letras iniciais ou finais de cada verso, gerando um
nome próprio ou uma sequência significativa.
Como exemplo, escolhi esta frase que escrevi na vertical, para criar uma composição poética de mensagem aos operários:
EXISTIR
SOMENTE E NADA MAIS…
Enquanto
o passo é incerto,
Xisto
e aço, vida dura,
Importa
o rosto que sua,
Sem
pensamento liberto,
Tempo
longo, sempre perto,
Incómoda
sina, leitura,
Resiste
e é ditadura.
Social,
jogo encoberto,
Onde
a cruz sem céu aberto,
Maior
dor e a morte dura
Em
vida sem luz, escura
Não
se existe, se perdura
Tanta
incerteza por perto,
E
vampiro em cheia lua;
Envolvem-nos
em amargura.
Nem
que o osso mal coberto,
Ande
em chaga, esquelético,
Ditará
sempre a luxúria,
Azar,
dor e desventura.
Mais
não é do que tormento,
A
prender o sofrimento;
Insultam
humana harmonia.
Sofre
quem riqueza cria,
Os acrósticos já existiam na
antiguidade com escritores gregos e latinos, e na Idade Média com os monges.
Foi um gênero muito utilizado no período barroco, durante os séculos XVI e
XVII, e ainda hoje é muito utilizado por pessoas de várias faixas etárias, classes
sociais e culturas diferentes.
A palavra ACRÓSTICO originou-se
da palavra grega Ákros (extremo) e stikhon (linha ou verso), onde o prefixo
indica extremidade, apontando a principal característica desse tipo de
composição poética: as letras de uma das extremidades de cada verso vão
formando uma palavra vertical. Mas as letras podem também aparecer no meio do
verso.
José
Faria