EM SÃO MIGUEL O ANJO

sábado, 10 de outubro de 2020

VIVA O POLVO REI DOS MARES


DIA MUNDIAL DO POLVO.

08/10/2020


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E se oito tentáculos tem o polvo, oito rotas mais extensas e puxadinhas conhece a minha bike ORBEA. E entre elas esta a rota da Senhora do Salto, santa das margens do rio Sousa que há muito estranha a minha prolongada ausência.

Assim, respondendo a esse apelo e para colocar a visita em dia, nada melhor que o dia mundial do polvo, percorrendo e pedalando uma dessas minhas oito rotas boas de pedalar pela mente e pela saúde, à saúde do Polvo e ao respeito e veneração à Senhora do vale do Sousa.

O polvo tão inteligente e animal único que é, reservou-me o seu dia para contemplar toda a paisagem de vales e planaltos até à senhora, cuja linda lenda me fascina e muito gosto, a qual divulgarei de novo, junto à sua Capela.

Voltando aquele que é homenageado hoje, no seu dia mundial, este senhor dos mares, com mais de 300 milhões de anos, pertence a uma das espécies mais antigas, logo a seguir aos dinossauros.

O seu corpo constituído por noventa por cento de músculos, pode caber em espaços do tamanho de uma moeda, já que entre eles não há ossos a estorvar.

Tentando imitar o camaleão, ou melhor, disfarçando-se perante possíveis predadores, o polvo muda de cor e de textura de pele muito rapidamente.


Tem cerca de 500 milhões de neurónios no cérebro e nos tentáculos, e com três corações e sangue azul, não quer dizer que são muito apaixonados ou muitos burgueses, embora existam pelo menos 300 espécies de polvos reconhecidas.

O mais engraçado e do desconhecimento de muitos de nós, humanos, que os consumimos, todas as espécies são venenosas, mas somente uma pode matar o homem: É polvo de anéis azuis.

Ora, e se uma fêmea pode colocar 100 mil ovos, se não forem comidos pelos predadores e se todos os ovos eclodirem, seriam cem mil novos polvinhos em cada postura. Na sua locomoção e armas como predador para prender as presas de que se alimenta, serve-se das suas 280 ventosas de cada tentáculo.

Pena é que a sua espécie poderá (ou não) estar em perigo, já que cerca de 50 mil toneladas de polvos são pescadas todos os anos, não sabendo os cientistas quantos polvos existem ainda nos oceanos.

Quanto a rotas, caminhos, estradas, quelhas, vielas, carreiros e trilhos, haverão sempre para todo e qualquer destino e o da Senhora do Salto é um deles.

VIVA O POLVO

HAJAM CAMINHOS.


Sobre a lenda da Senhora Salto:
A lenda tem duas variantes, uma é a do cavaleiro que perseguido pelo demónio, se apercebe tarde do precipício à sua frente, invocando aflito a Nossa Senhora. Apesar desse apelo caí nas margens do rio sousa, sobre as rocha que se transformariam em cera onde as patas e o focinho do cavalo se cravaram. Desta queda se criaram cinco buracos na rocha ainda hoje bem visíveis. A outra versão, embora semelhante à primeira, ao contrário de fugir do diabo, o cavaleiro apenas corria atrás de uma lebre, levando-o ao apelo à Senhora e a cair na mesma no abismo.
Esta lenda remonta a 1874, e foi registada pelo botânico Augusto Luso da Silva, que sendo poeta a descreveu desta forma:
LENDA DA SENHORA DO SALTO
Pela serra d'Abelheira,
Montado em nédio corcel;
Leva seguida carreira
Um cavaleiro donzel.
A barba luzente brilha,
Do orvalho que em gotas cai;
Fareja veloz matilha,
Que em roda saltando vai.
Não vê dez braças à frente,
Com tamanha névoa assim;
Ouve saltar de repente
Os cães a latir! Enfim...
Rompe-lhe rápida lebre,
Que ali lhe escapa o pé!
Deita a correr com tal febre,
Que nada teme nem vê.
A lebre corria adiante,
E ele atrás, sempre a correr;
Ia o cavalo ofegante
Já em suor a escorrer.
Ela ia de rabo alçado,
E o via a seguir atrás;
Por ter os olhos de lado,
Que fino que é satanás.
Mas eis que chegando à beira,
Daquele abismo, saltou;
E no inferno matreira,
Pelo rio se escapou.
Ele ia, enfim, sem receio
E cego, a bom galopar;
Não pôde reter o freio,
Sente o cavalo no saltar.
E sente no ar a corrente
Que as faces cortar-lhe vem;
Vê-se suspenso e pendente,
Sobre o abismo também!...
Valei-me Virgem Senhora,
Valei-me, sou pecador;
Por mim não, mas por ela agora,
Que sois todo o seu amor.
E sem o menor abalo,
(Tal não viu Nazaré)
Firme se achou no cavalo
Na parte oposta do pé.
Mui contrito e arrependido
Feria o peito com a mão;
E se votou decidido
Da Virgem à devoção.

Augusto Luso da Silva.

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