“O CULTO DA INCOMPETÊNCIA”
Duas páginas para reflexão! Pag. 156/157
O professor, o filósofo,
o ateísmo e o deísmo.
-“É principalmente o
professor, mais ainda que o filósofo, que tem mais interesse sociocultural, de animadversão
e animosidade; quem acredita que tudo quanto o padre ensina, é uma invenção
pura de opressores engenhosos, que querem refrear e aprisionar o povo para
fundarem e manterem um dominado eterno.
É isto que explica a
ostentação que o professor faz de ideias filosóficas renovadas de Diderot e de
Holbach. Chega quase a ser inverosímil que haja um professor para quem o padre
não seja um scelerado.
O ateísmo é
aristocrático, dizia Robespierre, lembrando-se de Rousseou; O ateísmo é
democrático, exclamam os professores modernos. Qual a causa de tão grande
divergência de apreciação? Do facto de a libertinagem estar em moda, entre os
grandes senhores (referia-se à nobreza no século XVIII) e da crença e Deus ser unânime
no povo. (XVIII). (…/…)
O ateísmo fez-se, pois,
democrático, como arma contra os deístas, que, em geral, são aristocratas.
De resto, não ser
restringido por nenhuma coisa, não ser limitado no seu poder soberano, é a
ideia capital do povo, ou, por outros termos, a ideia capital do democrata, é
que o povo não seja restringido nem limitado em seu soberano poder.
Ora, Deus é um limite,
Deus é uma prisão!; e assim como o democrata não admite uma constituição
secular que o povo não possa destruir e o impeça de fazer leis más, assim como
não admite, servindo-se da terminologia de Aristóteles, o Governos das leis, o governo
de uma legislação antiga que refreie o povo e o reprima na fabricação
quotidiana de decretos; assim também não admite a existência de um Deus que tem
os seus mandamentos, a sua legislação,
anterior e superior a todas as leis e a todos os decretos, que limita as
veleidades legisladoras do povo, a sua caprichosa omnipotência, numa palavra;
LIMITA A SOBERANIA POPULAR!”
(…/…)
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