EM SÃO MIGUEL O ANJO

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

A PAZ ESTÁ NO PENSAMENTO

A NEUROSE DO PARAÍSO PERDIDO
É UMA CONSTANTE NA VIDA DE MUITAS VIDAS!

 
A PAZ ESTÁ DENTRO DE NÓS, OU ENTÃO NÃO EXISTE!


Se é no espírito dos homens que começam as guerras, então, como disse Robert Muller em 1989, “É NAS ESCOLAS DA TERRA QUE SE MOLDARÁ A NOVA CONSCIÊNCIA, CAPAZ DE PÔR UM TERMO A TODA A VIOLÊNCIA”.

Ao contrário de estarmos gratos à vida, à nossa condição e existência, vivemos a fantasia de que o bom, a alegria e a felicidade, está fora de nós, nas coisas, nos valores exteriores e não nos interiores, dentro de nós.

Depois vamos criando fronteiras imaginárias, fantasias e ilusões, na procura do bem-estar de paz e de harmonia fora de nós mesmos.

Quando a procura começa e termina sempre fora de nós, na esperança de encontrarmos o prazer, a alegria, a felicidade, estamos a viver a “neurose do paraíso perdido”, porque o paraíso não está fora de nós, mas dentro de nós, no nosso pensamento e juízo de valor e de gratidão pela vida.

Poucos são os que sabem que esse paraíso se encontra dentro do próprio ser. A paz está no seu pensamento se a quiser manter viva e desperta, e carateriza-se pelo seu estado de humor e de emoção existencial da consciência.

Mas, como de uma forma globalizada a procuramos no lugar errado, fora de nós, jamais encontraremos a verdadeira felicidade, perda que vai sendo compensada com remedeios de gozos e prazeres, que podem ser uma joia, um/a amante, dinheiro…etc.

E é assim que nos amarramos a objetos, pessoas, coisas, viagens, dinheiro… que nos dão a sensação de poder e de prazer.

Logo, porque dependemos dessas coisas sempre externas, tememos que alguém as roubem de nós, e por isso nos tornamos possessivos, egoístas e medrosos, porque o medo da perda cria emoções destrutivas, como a desconfiança, a inveja, a agressão, o orgulho ferido e a depressão.

Depois, caímos em stress e sofremos moralmente (e fisicamente, pois é a mente que comanda o corpo) com essas coisas fora de nós, que vão matando a riqueza que temos dentro de nós, em tantos nunca utilizada nem compreendida.

José Faria

Leitura e compilação do livro “A Arte de Viver em Paz”, de Peerre Weil

 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

BICENTENÁRIO DE CAMILO CASTELO BRANCO

 

Tem início em março, o bicentenário,
Critico romancista e poeta lendário,
Num tempo vivido em desencanto.
 Do escritor Camilo Castelo Branco;

16 de março de 1825 – 16 de março de 2025

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco foi um escritor, romancista, cronista, crítico, dramaturgo, historiador, poeta e tradutor português.
Foi o 1.º Visconde de Correia Botelho, título concedido pelo rei D. Luís.
É um dos escritores mais populares, proeminentes e prolíferos da literatura portuguesa, especialmente do século XIX.

Filho de “mãe incógnita!?”

Camilo foi assim perfilhado por seu pai em 1829, como «filho de mãe incógnita». Ficou órfão de mãe quando tinha dois anos de idade e de pai aos dez, o que lhe criou um carácter de eterna insatisfação com a vida. Foi recolhido, em 1835, por uma tia de Vila Real e depois em Vilarinho de Samardã, em 1839, por sua irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, nascida a 24 de março de 1821 em Socorro, Lisboa, recebendo educação irregular ministrada por dois padres de província.

Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente de seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu manter uma escrita muito original.

- PENSAMENTOS DE CAMILO:

“O amor só vive pelo sofrimento e cessa com a felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que é perfeito, ou aperfeiçoado, toca o seu fim.”

Camilo Castelo Branco

A rosa da profunda amizade não se colhe sem ferir a mão em muitos espinhos da contradição. No abnegar é que está o vencer de muitas resistências invencíveis ao império da vontade.

Camilo Castelo Branco

A felicidade é parecida com a liberdade, porque toda a gente fala nela e ninguém a goza.

Camilo Castelo Branco

DOIS SONETOS DE CAMILO:

A MAIOR DOR HUMANA

Que imensas agonias se formaram
sob os olhos de Deus! Sinistra hora
em que o homem surgiu! Que negra aurora,
que amargas condições o escravizaram!
 
As mãos, que um filho amado amortalharam,
erguidas buscam Deus. A Fé implora...
E o céu, que respondeu? As mãos baixaram
para abraçar a filha morta agora.
 
Depois um pai em trevas vai sonhando,
e apalpa as sombras deles onde os viu
nascer, florir, morrer! Desastre infando!
 
Ao teu abismo, pai, não vão confortos...
És coração que a dor empederniu,
sepulcro vivo de dois filhos mortos.
 
ALMA ATRIBULADA
 
O' alma atribulada, corta o laço
da torva angústia que te cinge à vida!
Vai, foge para Deus, ou para o espaço...
Ou nada ou Deus, que importa? eis-te remida.
 
Não tiveste na vida um dia escasso
de paz e de alegria! Escurecida
te foi sempre a existência, desvalida,
e cortada de abismos, passo a passo.
 
Vai! Não leves saudades do que deixas.
Se a fé em melhor mundo te preluz,
alma gemente, por que assim te queixas?
 
Desprende-te, a sorrir, da horrenda cruz
em que tanto penaste! Os olhos fechas?
Abre os d'alma, e verás que infinda luz.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Camilo_Castelo_Branco

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

FIGURAS DE ESTILO NA POESIA

 VAMOS DE NOVO RECORDAR
MUITAS FIGURAS DE ESTILO 

Quase sempre estão presentes,
Figuras de estilo na literacia;
Mais empregues e evidentes,
Na escrita de arte da poesia.
 
Despertam as mais influentes,
E a maioria dos poetas as cria
A metáfora na pena e nos dentes,
A embelezar o poema de harmonia.
 
Muitas continuam esquecidas,
Ignoradas da poesia popular,
Que carece de enriquecimento;
 
Se a arte de escrever e poetar,
Requer entrega e conhecimento,
Boa figura não se pode se ignorar.
José Faria

 

São muitos os estilos que podem e devem contribuir para o enriquecimento e expressividade da frase, do texto, do verso, da poesia, conto, fábula…
Para isso deve haver o cuidado na escolha adequada ao sentimento e emoção de cada autor, poeta/escritor/cronista/romancista… de vocábulos com certos sons adequados ao que pretende transmitir.
As figuras de estilo tem “um papel perfumado, embelezante, de harmonia ou desarmonia, de paz, tranquilidade ou de revolta, consonante a sua escolha e utilização no contexto da obra literária.
E são muitas as que podem (e devem) vir à luz do dia no contexto da poesia, onde melhor se enquadram e melhor se podem utilizar.
E são tantas por onde escolher, que haverá sempre uma ou várias para constar na mensagem poética, seja qual for o género de poesia.


Começando pela figura de estilo, HARMONIA, que inclui harmonia imitativa e harmonia musical. Exemplo da musical: “A justiça não pode embargar as funções de Rei, porque é o senhor da lei.”
Exemplo da Harmonia Imitativa: - “Como eu rio cá para dentro - de esta coisa divertida: e eu a saber que tenho sempre mais, três quartos de hora de vida”. – Sebastião da Gama
Mas a figura ainda mais “badalada” pelos poetas da praça, ainda é a METÁFORA. (Como se não houvessem mais!?)
Claro que ela de uma forma mais objetiva, chama-se comparação, que aproxima dois conceitos ou ideias diferentes de forma comparativa. Por isso dizia Herculano; - “A alma árida como a urze.”
Já na metáfora, não se compara, afirma-se: Como dizia Garrett: - “Santarém é um livro de pedra”. Ou como escreveu António Nobre: -
“Ao sol figura o oiro dos milhos”.
Outra figura interessante e abrangente, que nos estende o olhar e o pensamento, é precisamente a IMAGEM.  Figura mais ampla e mais rica de sugestões, enquanto representação mais sensível, animada e colorida da ideia ou mensagem que o escritor/poeta quer transmitir.
Por exemplo, como escreveu Eça de Queirós: - “Para os vales, poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos.”
Mas o melhor “ramalhete” de figuras, está, sem dúvida, na ALEGORIA, que reúne diversas figuras, de comparação, metáforas, personificações, imagens…:
O “Sermão de Stº António aos Peixes, do Padre António Vieira, é, quase todo ele, uma alegoria.
Depois vem a Ironia, muito popularmente utilizada no passado, nas expressões populares:
Ex: - “Que belo tratante me saíste” – ou “És um ótimo filho, não haja dúvida!”

Como já vai longa esta “LENGA, LENGA gramatical sobre figuras de estilo, relembre-se só o nome de mais algumas, para que os escritores e poetas iniciantes e praticantes como eu, não se esquecerem de as utilizar também nas suas escritas, sempre que necessário:
- Prosopopeia, personificação ou animismo, - exagero ou hipérbole – Perífrase – Interrogação – Supressão – Inversão – Repetição – Contraste ou antítese – Gradação.
GRADAÇÃO é a descrição de uma ideia ou quadro, dando-lhe uma certa ordem, progressiva ou regressiva, às palavras ou ideias.
Como escreveu G. Azevedo: - “Correi, subi, voai, num turbilhão fantástico…”

Já Herculano encaixa GRADAÇÃO neste resumido texto:
“O murmúrio imenso do arraial foi amortecido gradualmente com o fechar da noite. Pouco a pouco, este mesmo ruído foi afrouxando, ao passo que os fachos acesos nas chapadas dos outeiros esmoreciam. A escuridão e o silêncio reinavam até nas atalaias.”
E pronto!
Sabe sempre bem refrescar gramaticalmente a palavra na literacia, na esperança de se enriquecerem as mensagens em poesia.

Palavras, leva-as o vento,
E também as traz!
Às vezes de contentamento,
Umas boas, outras más.
José Faria

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

POESIA MENSAL NO ORFEÃO DO PORTO

POESIA À MESA NO ORFEÃO DO PORTO


 ALMOÇO MENSAL POÉTICO

Desperta mensalmente o convívio,
A música, o poema e a amizade;
São doze meses de livre alívio,
Da literacia em comunidade.

No sítio do costume, no Orfeão,
É o ponto de encontro ideal;
Das amizades d’alma e coração,
A promover a mensagem cultural.

Há pausa na escrita, na literacia,
Na paz do saber, da liberdade!
De partilha do poema, para vencer;

No tempo onde mora a poesia,
A tertúlia, a palavra, a probidade,
No Orfeão sempre a renascer.

domingo, 5 de janeiro de 2025

TORMENTOS DO RIO LEÇA

 VALE DO LEÇA

O riso mais puro e fresco do monte,
De todos as vidas que a vida encerra;
Está na cristalina água da fonte,
Que brota das fendas da mãe terra.
Que formam as veias que são os rios,
Levando a água da vida sagrada;
Rasgando obstáculos e desafios,
Antes de ao mar ser lançada.
Umas vezes lenta, outras com pressa,
As águas dos rios vão para o mar;
Assim acontece com o rio Leça,
Como todos que aí vão parar.
E as águas que nascem no monte Padrão,
Com graça nas quedas de Fervença,
Vão ao encontro da população,
Brotam do monte da sua nascença.
Amo abraçar e ouvir o seu canto,
Das águas do Leça em embrião;
Na encosta do monte cheio de encanto,
Nem sei se é canto ou oração.
 
Em Santo Tirso o início é leve,
Desce a Valongo, terras de Alfena;
A abrir caminho sempre se atreve,
Mantém o percurso e a mesma cena.
Atravessa a Maia e Leça do Balio,
Tão carregado de poluição;
Parece perdido, um rio vadio,
Pede respeito e mais atenção,

 José Faria

quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

OS QUATRO REIS DO MUNDO!

AO QUATRO REIS DO MUND0

Afinal são quatro os reis do Oriente,
E não três como disse o escritor;
Esse senhor do teatro, o Gil Vicente,
Que nas prendas ao menino, esqueceu o amor.

Belchior ofereceu ouro, o da riqueza,
Esse ouro criador de ricos e pobres;
Ousado foi o Gaspar que teve a proeza,
Oferecendo incenso de purificar os nobres.

Baltazar foi entre eles, o mais verdadeiro,
Para lembrar a injustiça e tanto sofrimento;
Ofereceu mirra a lembrar ao mundo inteiro,
O que vão sofrer do nascer ao perecimento.

Isso foi uma criação de um tempo pobre,
Tão inculto, dos três reis que inventaram;
Porque os verdadeiros deste tempo nobre,
São mesmo os quatro, os que ocultaram.

São eles, o Rei e senhor de todo o Respeito,
E o rei da justiça e da solidariedade;
Tal como o Rei da Paz e do Amor no peito,
Mais o Rei dos Reis, o da Felicidade.

Estes são os Reis que andam a viajar,
No pensamento de toda a humanidade;
Só os camelos cegos, não os vê passar,
E nem sentem que os tem na integridade.

José Faria
🤲🌹🍀✍️ – 24/12/2024

 

PENSAMENTOS ILUSTRADOS