Tem
início em março, o bicentenário,
Critico
romancista e poeta lendário,
Num tempo
vivido em desencanto.
Do
escritor Camilo Castelo Branco;
16 de março de 1825 – 16 de março de 2025
Camilo Ferreira Botelho
Castelo Branco foi um escritor, romancista, cronista, crítico, dramaturgo,
historiador, poeta e tradutor português.
Foi o 1.º Visconde de
Correia Botelho, título concedido pelo rei D. Luís.
É um dos escritores mais
populares, proeminentes e prolíferos da literatura portuguesa, especialmente do
século XIX.
Filho de “mãe incógnita!?”
Camilo foi assim perfilhado por seu pai em 1829, como «filho de mãe incógnita». Ficou órfão de mãe quando tinha dois anos de idade e de pai aos dez, o que lhe criou um carácter de eterna insatisfação com a vida. Foi recolhido, em 1835, por uma tia de Vila Real e depois em Vilarinho de Samardã, em 1839, por sua irmã mais velha, Carolina Rita Botelho Castelo Branco, nascida a 24 de março de 1821 em Socorro, Lisboa, recebendo educação irregular ministrada por dois padres de província.
Foi o primeiro escritor de língua portuguesa a viver exclusivamente de seus escritos literários. Apesar de ter de escrever para o público, sujeitando-se assim aos ditames da moda, conseguiu manter uma escrita muito original.
- PENSAMENTOS DE CAMILO:
“O amor só vive pelo sofrimento e cessa com a
felicidade; porque o amor feliz é a perfeição dos mais belos sonhos, e tudo que
é perfeito, ou aperfeiçoado, toca o seu fim.”
A rosa da profunda amizade não se colhe sem ferir a
mão em muitos espinhos da contradição. No abnegar é que está o vencer de muitas
resistências invencíveis ao império da vontade.
A felicidade é parecida com a liberdade, porque toda a
gente fala nela e ninguém a goza.
DOIS SONETOS DE CAMILO:
A MAIOR DOR HUMANA
Que imensas agonias se formaram
sob os olhos de Deus! Sinistra hora
em que o homem surgiu! Que negra aurora,
que amargas condições o escravizaram!
As mãos, que um filho amado amortalharam,
erguidas buscam Deus. A Fé implora...
E o céu, que respondeu? As mãos baixaram
para abraçar a filha morta agora.
Depois um pai em trevas vai sonhando,
e apalpa as sombras deles onde os viu
nascer, florir, morrer! Desastre infando!
Ao teu abismo, pai, não vão confortos...
És coração que a dor empederniu,
sepulcro vivo de dois filhos mortos.
ALMA ATRIBULADA
O' alma atribulada, corta o laço
da torva angústia que te cinge à vida!
Vai, foge para Deus, ou para o espaço...
Ou nada ou Deus, que importa? eis-te remida.
Não tiveste na vida um dia escasso
de paz e de alegria! Escurecida
te foi sempre a existência, desvalida,
e cortada de abismos, passo a passo.
Vai! Não leves saudades do que deixas.
Se a fé em melhor mundo te preluz,
alma gemente, por que assim te queixas?
Desprende-te, a sorrir, da horrenda cruz
em que tanto penaste! Os olhos fechas?
Abre os d'alma, e verás que infinda luz.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Camilo_Castelo_Branco
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