EM SÃO MIGUEL O ANJO

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

FIGURAS DE ESTILO NA POESIA

 VAMOS DE NOVO RECORDAR
MUITAS FIGURAS DE ESTILO 

Quase sempre estão presentes,
Figuras de estilo na literacia;
Mais empregues e evidentes,
Na escrita de arte da poesia.
 
Despertam as mais influentes,
E a maioria dos poetas as cria
A metáfora na pena e nos dentes,
A embelezar o poema de harmonia.
 
Muitas continuam esquecidas,
Ignoradas da poesia popular,
Que carece de enriquecimento;
 
Se a arte de escrever e poetar,
Requer entrega e conhecimento,
Boa figura não se pode se ignorar.
José Faria

 

São muitos os estilos que podem e devem contribuir para o enriquecimento e expressividade da frase, do texto, do verso, da poesia, conto, fábula…
Para isso deve haver o cuidado na escolha adequada ao sentimento e emoção de cada autor, poeta/escritor/cronista/romancista… de vocábulos com certos sons adequados ao que pretende transmitir.
As figuras de estilo tem “um papel perfumado, embelezante, de harmonia ou desarmonia, de paz, tranquilidade ou de revolta, consonante a sua escolha e utilização no contexto da obra literária.
E são muitas as que podem (e devem) vir à luz do dia no contexto da poesia, onde melhor se enquadram e melhor se podem utilizar.
E são tantas por onde escolher, que haverá sempre uma ou várias para constar na mensagem poética, seja qual for o género de poesia.


Começando pela figura de estilo, HARMONIA, que inclui harmonia imitativa e harmonia musical. Exemplo da musical: “A justiça não pode embargar as funções de Rei, porque é o senhor da lei.”
Exemplo da Harmonia Imitativa: - “Como eu rio cá para dentro - de esta coisa divertida: e eu a saber que tenho sempre mais, três quartos de hora de vida”. – Sebastião da Gama
Mas a figura ainda mais “badalada” pelos poetas da praça, ainda é a METÁFORA. (Como se não houvessem mais!?)
Claro que ela de uma forma mais objetiva, chama-se comparação, que aproxima dois conceitos ou ideias diferentes de forma comparativa. Por isso dizia Herculano; - “A alma árida como a urze.”
Já na metáfora, não se compara, afirma-se: Como dizia Garrett: - “Santarém é um livro de pedra”. Ou como escreveu António Nobre: -
“Ao sol figura o oiro dos milhos”.
Outra figura interessante e abrangente, que nos estende o olhar e o pensamento, é precisamente a IMAGEM.  Figura mais ampla e mais rica de sugestões, enquanto representação mais sensível, animada e colorida da ideia ou mensagem que o escritor/poeta quer transmitir.
Por exemplo, como escreveu Eça de Queirós: - “Para os vales, poderosamente cavados, desciam bandos de arvoredos.”
Mas o melhor “ramalhete” de figuras, está, sem dúvida, na ALEGORIA, que reúne diversas figuras, de comparação, metáforas, personificações, imagens…:
O “Sermão de Stº António aos Peixes, do Padre António Vieira, é, quase todo ele, uma alegoria.
Depois vem a Ironia, muito popularmente utilizada no passado, nas expressões populares:
Ex: - “Que belo tratante me saíste” – ou “És um ótimo filho, não haja dúvida!”

Como já vai longa esta “LENGA, LENGA gramatical sobre figuras de estilo, relembre-se só o nome de mais algumas, para que os escritores e poetas iniciantes e praticantes como eu, não se esquecerem de as utilizar também nas suas escritas, sempre que necessário:
- Prosopopeia, personificação ou animismo, - exagero ou hipérbole – Perífrase – Interrogação – Supressão – Inversão – Repetição – Contraste ou antítese – Gradação.
GRADAÇÃO é a descrição de uma ideia ou quadro, dando-lhe uma certa ordem, progressiva ou regressiva, às palavras ou ideias.
Como escreveu G. Azevedo: - “Correi, subi, voai, num turbilhão fantástico…”

Já Herculano encaixa GRADAÇÃO neste resumido texto:
“O murmúrio imenso do arraial foi amortecido gradualmente com o fechar da noite. Pouco a pouco, este mesmo ruído foi afrouxando, ao passo que os fachos acesos nas chapadas dos outeiros esmoreciam. A escuridão e o silêncio reinavam até nas atalaias.”
E pronto!
Sabe sempre bem refrescar gramaticalmente a palavra na literacia, na esperança de se enriquecerem as mensagens em poesia.

Palavras, leva-as o vento,
E também as traz!
Às vezes de contentamento,
Umas boas, outras más.
José Faria

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