Quinta e Palacete frequentado por Camilo Castelo Branco
quando passava férias no Porto, há muito abandonado pelo Estado português
Numa das
minhas caminhadas pelas margens do rio Leça, por Águas Santas e Milheirós, até
ao centro da Maia, trouxe-me de regresso em direção a São Mamede de Infesta e
daí a Pedrouços.
Mas foi, mais uma vez, que a minha observação e atenção despertou para factos e
testemunhos históricos que sempre encontro nas minhas caminhadas ou pedaladas,
desportivas e culturais.
Assim, no regresso da Maia, já depois do Catassol e da Santana, atravessei a Ponte
da Pedra, por cima do rio Leça, em direção a São Mamede Infesta, por essa tão
antiga estrada romana que ligava a cidade de Olisipo (Lisboa), à capital da
região da Callaecia, a cidade de Bracara Augusta (Braga), e que passava por
Cale (Porto/Vila Nova de Gaia), cuja construção da ponte, “Ponte da Pedra”,
remonta ao século II d.C..
Se esse despertar de memórias e de histórias me recordaram leituras sobre a
Romanização das terras da Maia, lembraram-me também tempos mais recentes, dos
anos 50/60, os passeios de barco no rio Leça a dez testões hora, aí junto à
“Ponte da Pedra”.
Um despertar mais triste envolto em lamentação, ficou-se-me pelas ruínas da Quinta e Palacete mesmo ao lado da ponte, sobranceira ao rio Leça.
Datada do século XVIII, mas possivelmente ainda mais antiga, foi designado durante décadas como Palacete Oitocentista.
“No âmbito das comemorações do Bicentenário de Camilo Castelo Branco, a Biblioteca Municipal Florbela Espanca, de Matosinhos, desenvolveu uma oficina literária, ministrada por Dália Dias, para seguir os passos do escritor por uma geografia cheia de histórias, que incluiu, de Monte Córdova a Leça da Palmeira, com paragem na Ponte Pedra e logicamente, junto ao Palácio Oitocentista onde ele passava férias junto ao rio, que nasce precisamente em Monte Córdova.
Consta
também que aqui se instalou o rei D. Miguel durante a guerra que travou com o
seu irmão D. Pedro IV.
Já no início do século XX, a Quinta e Palacete da Pedra foram doados ao estado
português, que aí albergou pessoas idosas até ao 25 de abril de 1974, altura em
que o palacete ficou disponível para alojamento de famílias retornadas das
ex-colónias.
Mais tarde, em 2005, deflagrou aí um grande incêndio que devastou grande parte
do palacete, ficando apenas as paredes exteriores.
Assim
ficou abandonado, até hoje.
02/11/2025
José Faria
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