Por cima de plátanos sem cessar.
As lágrimas no chão eram torrente:
No jardim àquela hora a se inundar.
Do teto da cidade, bruscamente,
Teimosas vêm as bátegas a roncar
Com o vento que teimosamente
As trás no ar em força a baloiçar.
Morrendo ou dormitando, indiferente,
Sofrendo a invernia e a penar.
Num banco do jardim jaze presente,
Um corpo de mulher a delirar.
Solidária mão de passo urgente,
Não mais correu, quedou para prestar,
Ajuda àquela pomba tão sofrente;
Que o socorro médico fez chegar,
E dali a levou tão de repente.
De colete, já não está a estrebuchar,
Terá cuidados em lugar mais quente,
Longe do jardim a se inundar.
José Faria
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