BRÁCAROS OU CASTREJOS
E a província da Terraconense que incluiu as Terras da Maia
Imperador Augusto |
Recuando ao ano 137 a. C.
encontramos passadas dos romanos por terras da Maia. E é consultando os estudos
sobre esta terra, levados a efeito por Carlos Alberto Ferreira de Almeida, que
encontramos, entre outros povos que por aqui habitavam, os romanos que a eles
se se sobrepuseram e os subjugaram às suas ordens, leis e organização.
Neste contexto, refere Carlos
Almeida em a “Conquista Romana e Organização Política”:
-“Foi no rescaldo das guerras com
os Lusitanos que Décimo Júnio Bruto veio subjugar os povos que habitavam a zona
portuguesa a Norte do rio Douro. Saiu de Olisipo, atual Lisboa, por itinerário
cuja demarcação está cheia de problemas. E foi nessa altura, no ano 137 a. C.,
que passa o rio Douro e o rio Lima e, quando ia a transpor o rio Minho, os
povos Brácaros atacaram a retaguarda do seu exército. Virando-se de novo contra
eles, subjugou-os.
Mas a bravura que mostraram com as mulheres a combater ao
lado dos homens, as quais para fugirem à escravidão matavam os próprios filhos
e se suicidavam, espantou os romanos, como refere Apiano.
É evidente que nestes brácaros
estão incluídos os povos que, no tempo, habitavam a zona das Terras da Maia. Brácaros
ou castrejos lhes podemos chamar. Mas nunca lusitanos.
Esta expedição em época tão
antiga sem que antes apareçam, em cena de guerra, os povos que habitavam o
Noroeste, segundo o parecer acertado do Prof. J. Maria Blazquez, não teria
outra finalidade senão a busca de ouro e prata em que estes povos eram ricos.
Seria ainda, acima de tudo, por interesse nos metais preciosos, para poder efetivar
uma exploração maciça das minas de ouro da zona, que Augusto se decide pelas
campanhas pacificadoras do Norte e Noroeste da Hispânia. Estas guerras duram do
ano 25 a 10 a. C..
Uma legião atuaria, segundo
Schulten, a partir de Braga. Após a pacificação, e ainda devido aos particulares
interesses imperiais nas minas de ouro na Gallaecia, o Noroeste e com ele a
zona da Maia, é incorporado na província da Terraconense.
Pausa do historiador ciclista solitario |
A cidade de Braga é equiparada a
colónia, recebe o epíteto de augusta e torna-se cabeça de um conventus, o
bracaraugustanus, em que se abrangem as Terras da Maia.
Esta divisão, o conventus, tem
sobretudo importância jurídica e militar.”
De regresso a Pedrouços - Maia |
O facto de trazer aqui, e aqui
registar no meu blog, este apontamento, entre outros já postados também sobre a
história dos povos do passado, prende-se com este gosto, entusiasmo e
curiosidade que que o assunto em mim desperta. Por essa razão, tenho inclusive
elaborado poesia descritiva sobre determinados locais romanizados, como pontes,
castros, citânias, calçadas e marcos miliares, e as fotos condizentes.
CITANIA
DE SANFINS
José Faria na Citânia de Sanfins de Ferreira |
A
Citânia de Sanfins fui visitar,
E
levei mais que um objetivo,
O
primeiro de contribuir, a divulgar,
O
segundo, por um treino desportivo.
Lidador da Maia |
De
bicicleta, desde a Maia a pedalar,
Foi
meu gesto primeiro, imperativo;
Para
aí a história versejar,
Do
que foi esse tempo primitivo.
É
dever do saber atualmente,
Conhecermos
as origens do passado.
Sobre
as vidas do povo ascendente;
No
futuro estará o meu legado,
Que
desejo seja respeitado;
Como
o faço hoje no presente,
Esse
partir à descoberta e pesquisa de vestígios dos nossos antepassados, são, na maioria
das vezes, razão, motivo e pretexto para o passeio desportivo e ciclístico, pela
saúde e bem-estar físico e intelectual.
José Faria
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