A Maia do presente, é uma pequena maceira
No centro de uma grande eira, da Maia do passado
Penso ser de todo o interesse rebuscar de novo no passado, pedaços muito animadores das nossas origens pedroucenses e maiatas
Não vou de novo referir-me aos povos brácaros ou castrejos, aos romanos, suevos, visigodos ou árabes, nem sequer aos Mendes da Maia, ao Gonçalo, ao Soeiro ou ao Paio, seria demasiado longo e cansativo.
Foi um lugar da freguesia de Águas Santas antes da sua independência administrativa, e nessa condição de lugar, muito lá atrás na história, foi um dos lugares mais importante de toda a Maia. É por isso que terá sido designado de “cidade” de Petrauzos ou Pedrouzos, face à sua importância na economia de então, assente fundamentalmente na agricultura
Só para realçar e confirmar essa importância, regista a história que Pedrouços detinha na sua comunidade local, dezanove casais e que só o lugar de Ardegães é que possuía mais do que Pedrouços, 21 casais. Demais, mais nenhum lugar da Maia, possuía mais casais do que Ardegães e Pedrouços.
Por isso, dando continuidade ao título desta narrativa sobre as nossas origens, “A Maia do presente, é uma pequena maceira, no centro de uma grande eira, da Maia do passado.(José Faria)É verdade! Sei que uma boa parte dos elementos deste Grupo e dos nossos conterrâneos, certamente desconhecem que no início do século XI, ainda antes da fundação da nossa nacionalidade, (andaríamos ainda lá pelo Portucale) as terras da Maia eram limitadas a Norte pelo rio Ave. que já foi a Maia, desde Santo Tirso até à sua foz em Vila do Conde (província da Tarraconense); de Matosinhos até Massarelos, cortando por Cedofeita e Paranhos, a nascente seguia essa limitação das terras da Maia, por Campanhã, Rio Tinto, Valongo, Ermesinde, Alfena, Bougado (São Martinho e São Tiago) e a poente a limitação das terras da Maia, era o Atlântico que delimitava, desde a Foz do Douro até Vila do Conde.
Ao longo da história, a luta, ambição… a cobiça pelas terras da Maia, foi uma constante de lutas renhidas. Primeiro oferecidas pelos monarcas e depois nas lutas políticas, iniciando-se por volta do ano de 1300. Já a 15 de Novembro de 1369, D. Fernando, para que a cidade do Porto ficasse mais honrada, deu-lhe o julgado de Melres. A 12 de Abril de 1384, D. João I, para patentear a “boa e leal cidade do Porto”, presenteou-a com os julgados da Maia, Bouças e Gaia. O saque às terras da Maia nunca mais parou até que, já mais longe
Na verdade, de onde tiro essas informações, “Temas Maiatos – Desmembramento do concelho – tema 9 de Álvaro Aurélio do Céu Oliveira, escritor, jornalista do Jornal da Maia e historiador, que recebeu das mãos de Vieira de Carvalho a medalha de ouro da cidade pelos serviços culturais e literários prestados à Maia, muito teria aqui para despertar as nossas origens, desde muito antes e durante a “Cidade de Petrauzos”, até à sua chegada a FREGUESIA ECLESIÁSTICA que se verificou em setembro de 1928, depois das obras de restauro iniciadas em 1926, para ampliação do templo (paróquia de Pedrouços) que foi construída no espaço da ERMIDA A SÃO PEDRO.
Uma população muito ativa e trabalhadora, que detinha 19 casais (propriedades rústicas), que davam trabalho e sustento a todo o lugar de Pedrouços, só ficava atrás do lugar de Ardegães, da Vila de Águas Santas que apresentava 21 casais e detinha em toda a Maia o maior número de moleiros nas margens do rio Leça, para onde os agricultores e população da Maia e das terras vizinhas se deslocavam para moer o milho e para adquirir farinha.
Mas mais do que vos cansar com as minhas “escritas”, pretende mais esta narrativa, sobre as nossas origens, motivar à leitura, animar e despertar o