EM SÃO MIGUEL O ANJO

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

MARCOS DE DELIMITAÇÃO


 OS MARCOS DE DELIMITAÇÃO 
DE REGIÕES

 Vamos lá recordar um pormenor que ainda hoje se apresenta em muitos locais e que apesar da sua grande importância, passa muitas vezes despercebidos, (e desrespeito) até pelas entidades que têm a obrigação de os preservar.
São os marcos em pedra que definem a limitação das regiões, nomeadamente dos concelhos, dos municípios.
Nos primórdios da história, durante a romanização, como aconteceu nas terras da Maia, os marcos com as inscrições diversas, com datas, distancia, localidades e nomes de imperadores, foram marcando vastas áreas territoriais. Sobre esse assunto, referencio alguns pormenores aqui numa outra postagem.
Mas é só sobre marcos de limite de territórios, de municípios, que quero deixar informação e lembrança. É mais um despertar para mais algo que nos passa ao lado.
Pois desde ainda criança que neles reparava, e dizia para os meus companheiros: “Estás a ver, Gondomar é para a direita, a Maia para a esquerda e o Porto para a frente. E brincava com isso dizendo-lhes: se deres mais um passo à frente, já estás na Maia, se deres para trás, ficas em Gondomar.
Isso acontecia não só junto do marco da Areosa, ao lado da entrada da rua do Vilela, encostado ao muro onde é o lar de Terceira Idade da Areosa, que em terreno, é quase todo de Gondomar; mas também em muitos outros sítios onde esses marcos se encontravam.

A linha de divisão da Maia com Gondomar, segue em linha reta esse meco para Norte, linha que se encontrava com outro, já desaparecido, no terrenos frente ao Restaurante Samuel, edifício que praticamente é “cortado a meio” por essa divisão. (Metade Maia, metade Gondomar).
 Sempre em linha reta, na orientação desses mecos, que não são miliários como os dos romanos, mas que se distribuíam também numa distância entre si, de aproximadamente um quilómetro (mil metros).
Aquando da criação em 1985, da nossa região administrativa, a 17ª freguesia da Maia, a maior área dessa limitação, entre os concelhos laterais, Gondomar e Matosinhos, não foram alteradas.
Assim, o marco da Areosa, (na foto, quase tapado diariamente com lixo) olhado de frente como mostra a foto, tem à direita o concelho de Gondomar e à esquerda o da Maia.
Nas costas de quem o olha, inicia-se o concelho do Porto. Em linha reta e depois de passar o Restaurante Samuel, passando à “tangente” frente às bombas de gasolina, segue pela rua D. Afonso Henriques, até às traseiras da Instituição “O Amanhã da Criança.
Aí termina, frente à linha férrea, com Águas Santas da Maia, à esquerda e Rio Tinto de Gondomar, à direita.

À esquerda do marco na Areosa, a Maia só termina onde acaba a rua Gonçalo Mendes da Maia e começa a rua Padre Costa de São Mamede Infesta, Matosinhos. Para aí chegar, outro marco desaparecido na estrada Exterior da Circunvalação, indicava em linha reta a divisão com Matosinhos, vindo apanhar a rua da Arroteia já quase a meio.
Daí, pelo meio da rua da Arroteia que é dos dois concelhos, Maia e Matosinhos, chega-se, no fim dessa rua, ao sítio de outro marco que também desapareceu, (quando fizeram o muro que suporta os sobreiros, na foto) que dava seguimento (e ainda dá) à divisão, até apanhar o ribeiro do Parque dos Amores e, a partir daí, quem faz a limitação da freguesia e da Maia com Matosinhos, é a água a correr, até antes de terminar a rua D. António de Castro Meireles, frente à rua do Paço, por onde a divisão segue; até que, depois da secção dos Bombeiros de Moreira, que é de Águas Santas e em frente Pedrouços, na curva, vira à direita para o monte, e vai a direito até chegar ao término da rua de Macau, limitando-se, junto ao Largo de Santa Isabel, em Sangemil, da freguesia de Águas Santas. depois de atravessar as autoestradas.
Daí, retrocedendo ao início da rua de Macau, entrando na rua Augusto Simões, segue em direcção a Sangemil, antes virando à direita até encontrar a linha do comboio. A partir daí é a linha que marca a divisão com Águas Santas, até encontrar Rio Tinto, atravessando a rua D. Afonso Henrique, tomando conta do Amanhã da Criança, com Rio Tinto à porta.
É natural que possa aqui ter cometido algum descuido ou erro de desconhecimento, mas para isso é que somos Grupo, para que qualquer dos elementos possa corrigir sempre que achar oportuno, os lapsos e desconhecimentos que encontre, para bem de maior e melhor conhecimento da verdade e para bem de todos e da comunidade.
Na verdade nem precisaria me alongar tanto, já que o propósito desta publicação, para além de motivar o gosto pela escrita e pela leitura sobre a nosso história local,  é também o de colaborar na informação sobre este tema, e o de lembrar que deveria haver muito mais respeito por estes marcos de delimitação de regiões, mantendo-os limpos e de letras visíveis. Na verdade há autarquias que se tem preocupado em os recuperar, tal como os marcos de estrada. Nós por cá, pior que os ignorar, fazemo-los desaparecer.
E a forma como tem sido desprezados, (e desaparecidos) mostra bem os valores de respeito pela cultura e pela história, nomeadamente a nossa história pedroucense e maiata.
José Faria

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