São os marcos em pedra que definem a
limitação das regiões, nomeadamente dos concelhos, dos municípios.
Nos primórdios da história, durante
a romanização, como aconteceu nas terras da Maia, os marcos com as inscrições
diversas, com datas, distancia, localidades e nomes de imperadores, foram
marcando vastas áreas territoriais. Sobre esse assunto, referencio alguns
pormenores aqui numa outra postagem.
Mas é só sobre marcos de limite de
territórios, de municípios, que quero deixar informação e lembrança. É mais um
despertar para mais algo que nos passa ao lado.
Pois desde ainda criança que neles
reparava, e dizia para os meus companheiros: “Estás a ver, Gondomar é para a
direita, a Maia para a esquerda e o Porto para a frente. E brincava com isso
dizendo-lhes: se deres mais um passo à frente, já estás na Maia, se deres para
trás, ficas em Gondomar.
Isso acontecia não só junto do marco
da Areosa, ao lado da entrada da rua do Vilela, encostado ao muro onde é o lar
de Terceira Idade da Areosa, que em terreno, é quase todo de Gondomar; mas
também em muitos outros sítios onde esses marcos se encontravam.
A linha de divisão da Maia com
Gondomar, segue em linha reta esse meco para Norte, linha que se encontrava com
outro, já desaparecido, no terrenos frente ao Restaurante Samuel, edifício que
praticamente é “cortado a meio” por essa divisão. (Metade Maia, metade
Gondomar).
Sempre em linha reta, na orientação desses
mecos, que não são miliários como os dos romanos, mas que se distribuíam também
numa distância entre si, de aproximadamente um quilómetro (mil metros).
Aquando da criação em 1985, da nossa
região administrativa, a 17ª freguesia da Maia, a maior área dessa limitação,
entre os concelhos laterais, Gondomar e Matosinhos, não foram alteradas.
Assim, o marco da Areosa, (na foto,
quase tapado diariamente com lixo) olhado de frente como mostra a foto, tem à
direita o concelho de Gondomar e à esquerda o da Maia.
Nas costas de quem o olha, inicia-se
o concelho do Porto. Em linha reta e depois de passar o Restaurante Samuel,
passando à “tangente” frente às bombas de gasolina, segue pela rua D. Afonso
Henriques, até às traseiras da Instituição “O Amanhã da Criança.
Aí termina, frente à linha férrea, com
Águas Santas da Maia, à esquerda e Rio Tinto de Gondomar, à direita.
À esquerda do marco na Areosa, a
Maia só termina onde acaba a rua Gonçalo Mendes da Maia e começa a rua Padre Costa
de São Mamede Infesta, Matosinhos. Para aí chegar, outro marco desaparecido na
estrada Exterior da Circunvalação, indicava em linha reta a divisão com
Matosinhos, vindo apanhar a rua da Arroteia já quase a meio.
Daí, pelo meio da rua da Arroteia
que é dos dois concelhos, Maia e Matosinhos, chega-se, no fim dessa rua, ao
sítio de outro marco que também desapareceu, (quando fizeram o muro que suporta
os sobreiros, na foto) que dava seguimento (e ainda dá) à divisão, até apanhar
o ribeiro do Parque dos Amores e, a partir daí, quem faz a limitação da
freguesia e da Maia com Matosinhos, é a água a correr, até antes de terminar a
rua D. António de Castro Meireles, frente à rua do Paço, por onde a divisão
segue; até que, depois da secção dos Bombeiros de Moreira, que é de Águas
Santas e em frente Pedrouços, na curva, vira à direita para o monte, e vai a
direito até chegar ao término da rua de Macau, limitando-se, junto ao Largo de Santa
Isabel, em Sangemil, da freguesia de Águas Santas. depois de atravessar as
autoestradas.
É natural que possa aqui ter
cometido algum descuido ou erro de desconhecimento, mas para isso é que somos
Grupo, para que qualquer dos elementos possa corrigir sempre que achar
oportuno, os lapsos e desconhecimentos que encontre, para bem de maior e melhor
conhecimento da verdade e para bem de todos e da comunidade.
Na verdade nem precisaria me alongar
tanto, já que o propósito desta publicação, para além de motivar o gosto pela
escrita e pela leitura sobre a nosso história local, é também o de colaborar na informação sobre
este tema, e o de lembrar que deveria haver muito mais respeito por estes
marcos de delimitação de regiões, mantendo-os limpos e de letras visíveis. Na
verdade há autarquias que se tem preocupado em os recuperar, tal como os marcos
de estrada. Nós por cá, pior que os ignorar, fazemo-los desaparecer.
E a forma como tem sido desprezados,
(e desaparecidos) mostra bem os valores de respeito pela cultura e pela
história, nomeadamente a nossa história pedroucense e maiata.
José Faria
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