EM SÃO MIGUEL O ANJO

domingo, 16 de fevereiro de 2020

A MAIA É A MACEIRA DA EIRA

A Maia do presente, é uma pequena maceira
No centro de uma grande eira, da Maia do passado
Penso ser de todo o interesse rebuscar de novo no passado, pedaços muito animadores das nossas origens pedroucenses e maiatas
Não vou de novo referir-me aos povos brácaros ou castrejos, aos romanos, suevos, visigodos ou árabes, nem sequer aos Mendes da Maia, ao Gonçalo, ao Soeiro ou ao Paio, seria demasiado longo e cansativo.
Mais interessante, e espero não me alongar muito, pese embora que isso possa motivar ao gosto e hábito da leitura, comecemos pela nossa terra de Pedrouços.

Foi um lugar da freguesia de Águas Santas antes da sua independência administrativa, e nessa condição de lugar, muito lá atrás na história, foi um dos lugares mais importante de toda a Maia. É por isso que terá sido designado de “cidade” de Petrauzos ou Pedrouzos, face à sua importância na economia de então, assente fundamentalmente na agricultura

Ao longo da história, a luta, ambição… a cobiça pelas terras da Maia, foi uma constante de lutas renhidas. Primeiro oferecidas pelos monarcas e depois nas lutas políticas, iniciando-se por volta do ano de 1300. Já a 15 de Novembro de 1369, D. Fernando, para que a cidade do Porto ficasse mais honrada, deu-lhe o julgado de Melres. A 12 de Abril de 1384, D. João I, para patentear a “boa e leal cidade do Porto”, presenteou-a com os julgados da Maia, Bouças e Gaia. O saque às terras da Maia nunca mais parou até que, já mais longe
Na verdade, de onde tiro essas informações, “Temas Maiatos – Desmembramento do concelho – tema 9 de Álvaro Aurélio do Céu Oliveira, escritor, jornalista do Jornal da Maia e historiador, que recebeu das mãos de Vieira de Carvalho a medalha de ouro da cidade pelos serviços culturais e literários prestados à Maia, muito teria aqui para despertar as nossas origens, desde muito antes e durante a “Cidade de Petrauzos”, até à sua chegada a FREGUESIA ECLESIÁSTICA que se verificou em setembro de 1928, depois das obras de restauro iniciadas em 1926, para ampliação do templo (paróquia de Pedrouços) que foi construída no espaço da ERMIDA A SÃO PEDRO.
Uma população muito ativa e trabalhadora, que detinha 19 casais (propriedades rústicas), que davam trabalho e sustento a todo o lugar de Pedrouços, só ficava atrás do lugar de Ardegães, da Vila de Águas Santas que apresentava 21 casais e detinha em toda a Maia o maior número de moleiros nas margens do rio Leça, para onde os agricultores e população da Maia e das terras vizinhas se deslocavam para moer o milho e para adquirir farinha.
Mas mais do que vos cansar com as minhas “escritas”, pretende mais esta narrativa, sobre as nossas origens, motivar à leitura, animar e despertar o
gosto e o social interesse sobre “de onde viemos, quem somos e para onde vamos”. Essa motivação pode também ser complementada com as imagens que retirei do livro referido de Álvaro do Céu Oliveira, sobre o DESMEMBRAMENTO DO CONCELHO.
- Não é por acaso que nas minhas caminhadas e pedaladas, sempre que saio da Maia e me encontro na Foz, em Matosinhos, em São Mamede, em Vila do Conde, em Gondomar… em muitos sítios desses locais, gosto de os contemplar e afirmar:
ISTO JÁ FOI DA MAIA!

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