CURIOSIDADES DO
PATRIMÓNIO HISTÓRICO
E CULTURAL DE PEDROUÇOS
- O SEMEADOR DE AUGUSTO
SIMÕES -
E CULTURAL DE PEDROUÇOS
- O SEMEADOR DE AUGUSTO
SIMÕES -
Este semeador de dois
regos, provavelmente com mais de 90 anos, andou nas mãos do comendador
benemérito Augusto Simão Ferreira da Silva e dos seus colaboradores agrícolas.
Possivelmente até visitou o Palácio de Cristal, no Porto, por altura das Feiras
Agrícolas que Augusto Simões aí realizou sobre a lavoura das terras da Maia.
Há cerca de 20 anos,
depois de tantos anos parado, “calado” e esquecido, mudou-se para os jardins da
habitação social da Arroteia.
Pois, aquando da entrada
em obras de restauro e transformação da sua casa de lavoura doada ao município,
para instalação da sede da nova junta de freguesia da Maia, a de Pedrouços,
esta relíquia da vida e labuta do comendador e das terras de Pedrouços, tinha
como destino o “lixo” ou a sucata.
Para evitar esse destino,
ofereci-me para lhe dar a visibilidade devida, o que foi aceite pelo então
presidente da Junta.
Primeiro levei-o para
junto da Casa de receção da Casa do Alto onde tinha oficina de artesanato, na
esperança de que o mesmo pudesse decorar o relvado junto ao casarão.
Face à demora e
burocracia que tal autorização causavam, com a colaboração do transporte da
nova autarquia, que já o levara para alí; antes que o mesmo pudesse ser
furtado, foi transportado para os jardins relvados do condomínio da Arroteia,
onde como condómino era também o administrador na altura.
Depois de proceder à
criação de uma sapata em pedra e cimento, o semeador do grande lavrador da
Maia, foi aí preso, onde se mantém desde então, enquanto o tempo a pouco e
pouco o vai enferrujando e lhe comento o ferro, que tanto suor recebeu das mãos
calejadas daqueles que na nossa terra, arrancavam o sustento com que a mãe
natureza nos contempla.
Por falar nas exposições
sobre a lavoura das terras da Maia organizadas pelo nosso benemérito,
permitam-me acrescentar que essas exposições (ou feira agrícola), uma destinada
à cultura, a que se adequava este semeador, que largava o grão de milho e o feijão
em simultâneo, realizou-se a 17 de Novembro de 1929 e depois em 1937, evento
semelhante se realizou com a Maia agrícola em peso no Palácio de Cristal.
Mais se poderia avançar
sobre este tema e este personagem, mas possivelmente seria cansativo.
Fica no entanto este gesto
e testemunho, (a salva e o respeito pelo semeador do benemérito) como prova
mais do que evidente, que despe todas aquelas palavras e belos discursos,
(teóricos) vazios de conteúdo, quando dirigidas na defesa do nosso património
histórico e cultural, e ainda mais vazias de conteúdo, quando se referem a
museu do nosso património histórico e cultural.
José Faria
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