EM SÃO MIGUEL O ANJO

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

O SEMEADOR DE DOIS REGOS


CURIOSIDADES DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO
E CULTURAL DE PEDROUÇOS
- O SEMEADOR DE AUGUSTO SIMÕES -
 CURIOSIDADES DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO

E CULTURAL DE PEDROUÇOS
- O SEMEADOR DE AUGUSTO SIMÕES -
Este semeador de dois regos, provavelmente com mais de 90 anos, andou nas mãos do comendador benemérito Augusto Simão Ferreira da Silva e dos seus colaboradores agrícolas. Possivelmente até visitou o Palácio de Cristal, no Porto, por altura das Feiras Agrícolas que Augusto Simões aí realizou sobre a lavoura das terras da Maia.

Há cerca de 20 anos, depois de tantos anos parado, “calado” e esquecido, mudou-se para os jardins da habitação social da Arroteia.
Pois, aquando da entrada em obras de restauro e transformação da sua casa de lavoura doada ao município, para instalação da sede da nova junta de freguesia da Maia, a de Pedrouços, esta relíquia da vida e labuta do comendador e das terras de Pedrouços, tinha como destino o “lixo” ou a sucata.
Para evitar esse destino, ofereci-me para lhe dar a visibilidade devida, o que foi aceite pelo então presidente da Junta.

Primeiro levei-o para junto da Casa de receção da Casa do Alto onde tinha oficina de artesanato, na esperança de que o mesmo pudesse decorar o relvado junto ao casarão.
Face à demora e burocracia que tal autorização causavam, com a colaboração do transporte da nova autarquia, que já o levara para alí; antes que o mesmo pudesse ser furtado, foi transportado para os jardins relvados do condomínio da Arroteia, onde como condómino era também o administrador na altura.
Depois de proceder à criação de uma sapata em pedra e cimento, o semeador do grande lavrador da Maia, foi aí preso, onde se mantém desde então, enquanto o tempo a pouco e pouco o vai enferrujando e lhe comento o ferro, que tanto suor recebeu das mãos calejadas daqueles que na nossa terra, arrancavam o sustento com que a mãe natureza nos contempla.
Por falar nas exposições sobre a lavoura das terras da Maia organizadas pelo nosso benemérito, permitam-me acrescentar que essas exposições (ou feira agrícola), uma destinada à cultura, a que se adequava este semeador, que largava o grão de milho e o feijão em simultâneo, realizou-se a 17 de Novembro de 1929 e depois em 1937, evento semelhante se realizou com a Maia agrícola em peso no Palácio de Cristal.
Mais se poderia avançar sobre este tema e este personagem, mas possivelmente seria cansativo.

Fica no entanto este gesto e testemunho, (a salva e o respeito pelo semeador do benemérito) como prova mais do que evidente, que despe todas aquelas palavras e belos discursos, (teóricos) vazios de conteúdo, quando dirigidas na defesa do nosso património histórico e cultural, e ainda mais vazias de conteúdo, quando se referem a museu do nosso património histórico e cultural.
José Faria

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