VALE DO LEÇA
O riso mais puro e fresco do monte,
De todos as vidas que a vida encerra;
Está na cristalina água da fonte,
Que brota das fendas da mãe terra.
Que formam as veias que são os rios,
Levando a água da vida sagrada;
Rasgando obstáculos e desafios,
Antes de ao mar ser lançada.
Umas vezes lenta, outras com pressa,
As águas dos rios vão para o mar;
Assim acontece com o rio Leça,
Como todos que aí vão parar.
E as águas que nascem no monte Padrão,
Com graça nas quedas de Fervença,
Vão ao encontro da população,
Brotam do monte da sua nascença.
Amo abraçar e ouvir o seu canto,
Das águas do Leça em embrião;
Na encosta do monte cheio de encanto,
Nem sei se é canto ou oração.
Em Santo Tirso o início é leve,
Desce a Valongo, terras de Alfena;
A abrir caminho sempre se atreve,
Mantém o percurso e a mesma cena.
Atravessa a Maia e Leça do Balio,
Tão carregado de poluição;
Parece perdido, um rio vadio,
Pede respeito e mais atenção,
José Faria