EM SÃO MIGUEL O ANJO
sexta-feira, 23 de dezembro de 2022
PADRE ANTÓNIO VIEIRA
FRAGMENTOS DA HISTÓRIA
Há 355 anos, Os “Pidescos” ataques da igreja católica através da sua Inquisição ou Santo Ofício, também julgou e puniu o Padre António Vieira.
“Padre Antônio Vieira, em 23 de dezembro de 1667, seria condenado pela Santa Inquisição ao silêncio e à reclusão. Desse modo, era punido explicitamente por reconhecer autoridade no sapateiro–profeta Bandarra. Contudo, apenas a gota d’água, como veremos mais adiante.
E esta cegueira da governação, sempre atual, ainda incomoda muitos governantes.
domingo, 18 de dezembro de 2022
A MINHA VIAGEM
A MINHA VIAGEM
Vai p’ra sete décadas a minha
abordagem,
Sobre a existência, deste
meu caminho;
Aproxima-se o apeadeiro,
a nova paragem,
Desta viagem em que
embarquei sozinho.
Vou refletindo sobre a
minha passagem,
Sobre espaço e tempo, e
não adivinho;
Até quando aguentarei
esta bagagem,
Que a mãe terra me
alimenta com carinho.
Todos os seus milagres estão
mais além,
Em toda a terra, onde cria,
vive e anda…
A cuidar de todas as
vidas, da existência;
Não estão no céu como professa
alguém,
Que à sua sombra ajuíza, ensina
e manda,
E que cria rebanhos à sua
obediência.
José Faria
quinta-feira, 15 de dezembro de 2022
O CORAÇÃO NÃO PENSA
O AMOR E O RESPEITOESTÁ NO PENSAMENTO Ninguém limpa da sua
vida, do seu pensamento,
O que no seu caminho fez,
disse e até pensou;
Porque toda a existência
e todo o momento,
Não se perde com o perdão
ou com o lamento,
A mente, os bons e maus momentos registou.
Deve é mudar e ativar o seu
discernimento,Face ao tempo e aos anos
que já caminhou;
Para o seu caminho ter
mais puro andamento,
Ser mais livre e
responsável como o vento,
E encontrar a felicidade
que almejou.
O caminho é de cada ser,
de cada existência,
Que da terra brotou e a
todos alimenta,
Sem rezas, penitências,
mentiras ou orações;
A vida é mais do que dizem
todas as religiões,
Que tanta emoção, exploram e a fomentam,
Mas quem pensa é o cérebro
e não os corações,
José Faria
sexta-feira, 9 de dezembro de 2022
O MILAGRE DAS VELAS - CONTO DE NATAL
O MILAGRE DAS VELAS
Conto de Natal
Reza a história que um humilde sapateiro, pobre e muito bondoso, que vivia na rua Luís de Camões, a rua mais antiga, mais medieval do lugar de Petrauzos, por onde terá existido uma via-sacra no tempo do feudalismo; era um devoto de São Pedro, por isso visitava muitas vezes a ermida a São Pedro, no cimo do monte, mesmo frente onde morava.
Como gostava de ajudar os viajantes que passavam junto à sua casa, mesmo em frente à capelinha do Sr. dos Aflitos, construída por volta de 1440, o sapateiro deixava sempre uma vela acesa todas as noites no parapeito da sua janela, para lhes iluminar o caminho.
A
entrada da rua era um pouco inclinada, junto à rua António Feliciano de
Castilho, nome do escritor e poeta que cegou aos seis anos. Por isso, e pela sua bondade, mais se justificava o seu gesto de
iluminar o caminho, num tempo feudal ainda sujo por atos de esclavagismo, em
que a eletricidade nem era sonhada.
Certa
altura, deu-se uma grande guerra, muito antes das invasões francesas sobre o
comando do general Junot, que atravessaram as terras da Maia e que deixaram um
rasto de destruição e pilhagem.
Essa guerra, fez com que muitos os jovens partissem, deixando a aldeia de Petrauzos pobre e triste.
Nesse
tempo feudal e esclavagista, o lugar de Petrauzos era o segundo lugar agrícola
mais importante das terras de Santa Maria de Águas Santas, com 19 casais, pois
o mais importante era o lugar de Ardegães, com 21 casais e com muitos moinhos em
movimento constante nas margens do rio Leça, onde era moído o milho e os
cereais da intensa atividade agrícola na época.
A
ausência da juventude que partiu para a guerra, muito sentida pela falta de mão
de obra, e ainda mais triste pela ausência da alegria e da vivacidade dos
jovens em Petrauzos; levou os aldeões pedroucenses, para atenuarem a tristeza,
a imitarem o bom sapateiro, que continuava a viver a sua vida cheia de
esperança e de bondade, e a colocar todas as noites uma vela a arder para
iluminar o caminho.
Como se aproximava o Natal, a tristeza mais se acentuou face à ausência da juventude que fora combater.
Então
as pessoas começaram a acender também velas, e na véspera de Natal, com maior
intensidade, todos acenderam velas dentro de casa e colocadas às janelas, às
portas. Toda a aldeia de petrauzos ficou iluminada, de luzinhas cintilantes.
Ao
aproximar-se a meia-noite, os sinos da igreja de Nossa Senhora do Ó, do
Mosteiro de Santa Maria de Águas Santas, (que ainda não existia a igreja da
Natividade, só construída em 1741) começaram incessantemente a tocar.
O povo saiu à rua sem saber o que se estava a passar, até que se ouviram alguns moradores a gritar: “A guerra acabou! A guerra acabou! Acabou a guerra!
O
sino, incessantemente badalado, anunciava essa boa notícia: a guerra tinha finalmente
terminado e os jovens regressavam às suas casas! Todos gritaram: “É um milagre!
É o milagre das velas!”.
A
partir daquele dia, acender uma vela na véspera de Natal, tornou-se tradição em
quase todas as casas.
(Por
isso, não se esqueçam deste momento e desta lenda. Na noite de Natal acendam
uma vela pelo milagre da paz no Mundo.
Lenda
de origem austríaca – Autor desconhecido
Adaptada a Pedrouços, da Maia, por José Faria
terça-feira, 15 de novembro de 2022
NUDEZ D`ÁRVORES
NUDEZ D´ÁRVORES
Toda a noite andou o
vento,
Num zumbir de meter medo,
Com a chuva e com
relento,
Parecia em divertimento,
A despir o arvoredo.
Nos braços da ventania,
Bátegas com tanta
folhagem;
Tudo a noite encobria,
Sombreando a ousadia,
Neste arrancar de
roupagem.
Quando as árvores já
despidas,
Iram todas descansar;
Hibernado adormecidas,
Voltarão a ser vestidas,
Quando a primavera
chegar.
José Faria
quinta-feira, 10 de novembro de 2022
DEUS E A NATUREZA
SE DEUS É A PRÓPRIA NATUREZAPOR QUE O HOMEM A DESTRÓI!?LEITURA DE REFLEXÃONos tempos passados, antes de os homens inventarem os seus “Deuses”, a vida
humana sentia-se desprotegido face às forças que se manifestam na natureza,
hoje julga dominá-las; no fundo. No fundo, o homem, dizendo respeitar Deus, destrói-o
diariamente: Assumiu para si próprio, o papel reservado a Deus: a ciência
manipula a vida, cria espécies novas, cura ou inflige doenças como se fosse o
próprio Deus.-“O termo
"Deus" deriva do indo-europeu Diêus e significava "brilhar" ou
"dia". Diêus era o Deus superior dos povos indo-europeus, encontrando-se entre os
indianos o Dyaus, o deus do Céu.Na conceção tradicional e religiosa, Deus é aquele que organizou o mundo e que
o sustém. Pelo pensamento, ou por algo análogo ao que no homem é
pensamento, Deus trouxe o cosmos à existência. A inteligência que por
toda a criação se observa e a beleza patente na natureza são reflexos, são
"pegadas" - na linguagem de Na conceção tradicional e religiosa, Deus é aquele que organizou o mundo e que
o sustém. Pelo pensamento, ou por algo análogo ao que no homem é
pensamento, Deus trouxe o cosmos à existência. A inteligência que por
toda a criação se observa e a beleza patente na natureza são reflexos, são
"pegadas" - na linguagem de São Boaventura (franciscano italiano do
século XIII) - de Deus. Para o
homem antigo era fácil ter uma conceção deste tipo porque a natureza ainda era
sinal de pureza. O homem moderno já dificilmente pode imaginar o que era esta
conceção, pois a natureza tornou-se sinal de produção, não é vista como algo de
divino, é apenas uma matéria, um recurso disponível para dela usufruir. Por
outro lado, o homem criou o mundo da ciência e da técnica que lhe dá a
confiança suficiente em si próprio para poder afirmar a "morte de
deus" (Nietzsche).Antes ele sentia-se
desprotegido face às forças que se manifestam na natureza, hoje julga
dominá-las; no fundo, assumiu para si próprio o papel reservado a Deus: a
ciência manipula a vida, cria espécies novas, cura ou inflige doenças como se
fosse o próprio Deus.O homem antigo era espontaneamente religioso, era um homo religiosus. Para ele a natureza
era vivida como sagrada, como uma teofania. Por intermédio dela ele podia
desvendar os atributos de Deus. O homem primordial via no céu a manifestação da
transcendência, do eterno, do masculino, o pai de onde vem a chuva fecundadora
ou o bélico trovão; do mesmo modo via na terra a imanência, o tempo cíclico, o
feminino, a mãe que alimenta os seus filhos, os homens.Este tipo de homem não vivia num politeísmo radical, com efeito aceitava
simultaneamente a presença de muitos deuses, sendo, todavia, um só de entre
eles o "pai dos deuses", o Deus supremo. É este facto que permite
reconhecer a unidade que subjaz à pluralidade dos deuses. Tratava-se, portanto,
de um monoteísmo politeísta. Entre os Maori o Deus supremo é Este tipo de homem não vivia num politeísmo radical, com efeito aceitava
simultaneamente a presença de muitos deuses, sendo, todavia, um só de entre
eles o "pai dos deuses", o Deus supremo. É este facto que permite
reconhecer a unidade que subjaz à pluralidade dos deuses. Tratava-se, portanto,
de um monoteísmo politeísta. Entre os Maori o Deus supremo é Iho, entre os Koyaks é o
"Senhor do Alto", para os Ainous é o "Criador divino dos
mundos".Todas as religiões que têm como fundamento Deus, acentuam, cada uma à sua
maneira, um ponto particular da conceção que fazem da divindade.O Judaísmo traz uma novidade relativamente à conceção de Deus, é talvez a
primeira religião a acentuar de modo tão radical o monoteísmo, depois seguido
pelo Todas as religiões que têm como fundamento Deus, acentuam, cada uma à sua
maneira, um ponto particular da conceção que fazem da divindade.O Judaísmo traz uma novidade relativamente à conceção de Deus, é talvez a
primeira religião a acentuar de modo tão radical o monoteísmo, depois seguido
pelo Cristianismo e pelo Islamismo.Todas as divindades são
rejeitadas, o único Deus é Jeová. A história do Antigo Testamento é, no fundo, de algum modo a
história da vitória de Jeová sobre os outros
deuses, tendo escolhido como o seu paladino o povo hebreu.No Deuteronómio diz-se
por exemplo que "Não há nada além d'Ele"; no Êxodo afirma-se:
"Não terás outros deuses diante de Mim". A mesma radicalidade aparece
no Islamismo: "Não há outra divindade senão Deus e Maomé é o
seu Profeta".O Taoísmo define Deus na sua transcendência e na sua imanência, é o que chamam,
respetivamente, O Taoísmo define Deus na sua transcendência e na sua imanência, é o que chamam,
respetivamente, tao e tê, o princípio e a sua ação; o livro base do taoísmo chama-se
precisamente Tao-Tê Ching, quer dizer, o Livro (Ching) do Princípio (Tao) e da sua Ação (Tê).A transcendência do
princípio divino é logo afirmada no primeiro capítulo deste livro: "O Tao a que se pode atribuir um nome/não
é o Tao eterno/O nome que se pode pronunciar/não é o nome eterno". O Tao é
mistério, é insondável, está acima do mal e do bem, do belo e do feio. Neste
ponto difere das conceções religiosas do Cristianismo ou do Islamismo por exemplo, para quem Deus é bondade e beleza.As religiões ocidentais, na sequência das religiões cósmicas dos homens
primordiais, olham para o mundo como uma criação de Deus. A beleza e a bondade
de Deus, que se manifestam na natureza, são sobretudo acentuadas pelo As religiões ocidentais, na sequência das religiões cósmicas dos homens
primordiais, olham para o mundo como uma criação de Deus. A beleza e a bondade
de Deus, que se manifestam na natureza, são sobretudo acentuadas pelo Cristianismo e pelo Islamismo.No Islamismo
evidencia-se a mesma atitude em frases corânicas como: "Para onde quer que
te voltes, aí está a Face de Deus" (Surata da Vaca). A introdução do
Corão, a Surata de Abertura, é bem esclarecedora quanto aos atributos da
divindade: "Em nome de Deus, Clemente e Misericordioso!/Louvado seja Deus,
Senhor dos Mundos,/Clemente e Misericordioso,/Senhor do Dia do Julgamento!/A
Ti, somente, adoramos; de Ti, somente, esperamos proteção!"Na Surata do Fumo diz-se ainda:
"Não foi por acaso que Nós criámos os céus, a Terra e o que está entre
eles./Criámo-los com verdade, mas a maioria dos homens não o sabe."
Ou na Surata dos Ventos
Dispersantes: "Há sobre a Terra e em vós sinais para aqueles que creem
firmemente." Na Surata dos Filhos de Israel diz-se que
"Os sete céus, a Terra e tudo o que neles se encontra celebra os Seus
feitos; não há nada que não celebre os Seus feitos". A criação é,
portanto, um ato de louvor contínuo das criaturas ao Criador.
O Cristianismo acentua a bondade de Deus que dá o seu próprio filho, que se dá
a si próprio para redimir a humanidade; não podia haver gesto mais bondoso e misericordioso
do que o de se dar a si próprio pelos homens.
Deus é o conceito supremo de quase todas as religiões (o
O Cristianismo acentua a bondade de Deus que dá o seu próprio filho, que se dá
a si próprio para redimir a humanidade; não podia haver gesto mais bondoso e misericordioso
do que o de se dar a si próprio pelos homens.
Deus é o conceito supremo de quase todas as religiões (o Budismo, por exemplo, não segue o mesmo preceito religioso),
é o seu ponto de partida e de chegada, ainda que cada uma acentue uma qualidade
ou atributo particulares.
O misticismo afirma a possibilidade de conhecer Deus diretamente; o místico
anseia por tal. A história do misticismo, de ocidente a oriente, abunda de
relatos desse tipo.”
O misticismo afirma a possibilidade de conhecer Deus diretamente; o místico
anseia por tal. A história do misticismo, de ocidente a oriente, abunda de
relatos desse tipo.”
Fonte: - https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$deus
quarta-feira, 19 de outubro de 2022
O LIDADOR MORREU
MORTE DO LIDADOR
Chegaria aos cem
anos o timoneiro,
Se não se desse à
luta, a batalhar;
Onde com noventa
anos foi primeiro,
A tirar a vida a
Almoleimar.
Continuando mesmo
ferido de morte,
Gonçalo Mendes da
Maia prosseguiu;
Para mudar aos
mouros a sua sorte,
Até que muito
fraco morto caiu.
Tendo em conta a sua
força e coragem,
E a idade na sua
última batalha;
O Lidador é razão
de homenagem;
Nos maiatos
simboliza a linhagem,
De bom povo que
luta e que trabalha,
Ainda a Maia lhe
presta vassalagem.
José Faria
quarta-feira, 28 de setembro de 2022
Caminho da Geira e Arrieiros
CAMINHOS DE SANTIAGO
O caminho é extraordinário, de beleza, de descobertas vistas e sentidas. É uma aventura rejuvenescedora para todos quantos se querem reconhecer, reencontrar na fé espiritual; independentemente de ser ateu ou crente. O caminho é uma das formas mais limpas e puras, para se tentar compreender a vida e a natureza que a sustenta.
O Caminho do Peregrino é para aqueles que são bons:
PEREGRINO/BICIGRINONo caminho do peregrino,
De aventura e grandeza;
Reencontra-se o divino,
No seio da natureza.
É reencontro tão fino,
Tão puro, e tanto pesa;
A quem procura o destino,
Entre a vida e a beleza.
De que ama o seu caminho,
De sacrifício e dureza;
Por cada passo agradece:
A vida que reconhece,
Do louvor que em si reza,
Quando caminha sozinho.
No caminho da Geira e de Arrieiros,
Há marcos miliares cheio de história;
Sobre imperadores e fortes guerreiros,
Que são do passado a nossa memória.
O caminho da Geira e dos Arrieiros,
Com início na cidade de Braga;
Oferece a história dos povos primeiros
Nas ruínas do caminho e em cada fraga.
No caminho do peregrino,
De aventura e grandeza;
Reencontra-se o divino,
No seio da natureza.
É reencontro tão fino,
Tão puro, e tanto pesa;
A quem procura o destino,
Entre a vida e a beleza.
De que ama o seu caminho,
De sacrifício e dureza;
Por cada passo agradece:
A vida que reconhece,
Do louvor que em si reza,
Quando caminha sozinho.
No caminho da Geira e de Arrieiros,
Há marcos miliares cheio de história;
Sobre imperadores e fortes guerreiros,
Que são do passado a nossa memória.
O caminho da Geira e dos Arrieiros,
Com início na cidade de Braga;
Oferece a história dos povos primeiros
Nas ruínas do caminho e em cada fraga.
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
POETAS VIRGENS
- FARIA /
BOCAGE -
Poeta ousado
foi também o cidadão,
A quem me ligo com certa diferença,
Pelo humor revolucionário e devoção,
Entre o Bocage e eu ainda há parecença.
Só a influência
do tempo e o chavão,
De uma outra era e de outra crença;
Nos separa do modelo, da intuição,
E da cultura literária sem ofensa.
Há duzentos
e cinquenta e sete anos,
Entrava neste mundo esse poeta; (15/09/1765)
Cento e
oitenta e seta anos depois cheguei eu. (15/09/1954)
Pelo quinze
de setembro somos manos,
De parecida literacia igual na treta,
E no registo poético tão seu e meu.
José Faria
quarta-feira, 14 de setembro de 2022
HISTÓRIA FRAGMENTADA
A
HISTÓRIA DE PEDROUÇOS
FRAGMENTA-SE
NOS LIVROS
Até
que poderia existir um livro “mãe” sobre a história de Pedrouços, do concelho
da Maia. Mas a realização desse trabalho literário requer a existência de
suporte de apoio cultural a nível do poder local. Como essa base é insuficiente, o mais importante do saber e do conhecimento, quase
sempre fica aquém da divulgação literária de entretenimento, sempre na ribalta;
literacia desviante, bem paga, até distribuída gratuitamente pelas populações.
Depois,
a credibilidade e o valor do que se escreve e do que se publica, ganha mais “peso”
se originário de mão catedrática, de pessoa com imagem pública, política e com
poder social. E, mesmo tratando-se de inverdades, são, muitas vezes, tidas pelo
povo como verdades.
Daí
o abafamento do mais credível e mais verdadeiro, que fica tantas vezes nas mãos
do seu autor que não tem habilitações académicas, nem posses, nem poder
político e social à altura, para projetar e divulgar para o bem comum, a
história, passada e presente, porque o “abafamento” tem início na “desimportãncia”
que o poder cultural local lhe dá, evitando-se assim, o confronto com as
inverdades das mãos catedráticas com poderes políticos, culturais e sociais.
Daí
a história de Pedrouços, da Maia, se contar em “pedaços literários”, espalhados
em muitos livros, que só a reunião e compilação de todos eles, possibilitaria o
aparecimento do livro “mãe” de toda a história desta terra da Maia, às portas
da cidade do Porto.
José
Faria