EM SÃO MIGUEL O ANJO

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

PEDALADAS PELA MESA DO ACORDO

 PEDALADA HISTÓRICA PELA PEDRA DA AUDIÊNCIA

Depois da minha audiência sobre a Pedra do Acordo, às portas da igreja de São Pedro de Avioso, segui pela rua do Património, em direção ao parque de Avioso, do lado poente. A meio da rua,  deu para admirar e fotografar de novo a velhinha e esquecida capelinha do século XII, que para ali está tão-só há muito tempo a vestir-se de musgo. Vale-lhe a companhia frontal e atenta do cruzeiro amigo, possivelmente da sua idade.

Capela esquecida do século XII

Misteriosamente, a seu lado, mas do outro lado da rua, o imponente brasão da quinta de Paredes, mantem-se silencioso e misterioso. Muita história haveria para se contar e se divulgar, se dela se soubesse sobre as vidas vividas nesta quinta em tempos de feudalismo. Quem nos poderia ajudar a desvendar esses históricos mistérios, era a capela vizinha, mas como ninguém lhe liga, vai-se embrulhando no tempo e no musgo do esquecimento sem nada nos contar.

Quinta de Paredes

De regresso com passagem pela igreja de Santa Maria de Avioso, pude de novo constatar pedaços do passado expostos decorativamente sobre o relvado envolvente à igreja, onde inclusive se encontram dois sarcófagos antropomórficos.

2 Sarcófagos antropomórficos

Na verdade, tantas destas relíquias se escondem nos museus, quando a sua maior divulgação deveria estar na sua exposição no exterior das autarquias ou adros de igrejas, oferecendo-se com mais liberdade aos olhos do público. Os próprios marcos romanos, marcos miliários, que tem sido “açambarcados” para o interior de museus, deveriam ficar expostos aí, no adro da igreja ou junta de freguesia, mais próximos de onde foram encontrados. Escondidos, ninguém os vê nem os conhece.

Continuando a rota dos pedais, seguiu-se aquela que já foi a mais pequena freguesia da Maia: Gondim. Por acaso é também a única que ainda espera de min a criação de uma lenda, para que eu possa apresentar LENDAS DA MAIA, contemplando todas as suas anteriores 17 freguesias.

Com o sol sempre a sorrir, desde o romper da aurora, segui por Silva Escura, e logo a seguir Milheirós, que venera o tal “Mata-Mouros”, que é o Santiago dos peregrinos. Adiante,  logo me abeiro das margens do rio Leça e daí ao recolher da manhã desportiva, foi um instantinho. Por falta de mais dois quilómetros não fiz os 40 a pedalar toda a manhã. Mas valeu a pena, pela saúde física, mental, pulmonar, muscular e intelectual.     "Vale sempre a pena quando a alma não é pequena" (Fernando Pessoa), ou como disse um dia António Nobre, para que não nos agarremos às dores das paredes do lar: -"Cansado das dores que o matavam, foi em viagem por esse mundo"                                           

 

 José Faria

Sem comentários:

Enviar um comentário