EM SÃO MIGUEL O ANJO

terça-feira, 9 de março de 2021

OS PEQUENOS LIVRINHOS DO PASSADO

 

A ARTE LITERÁRIA E A LEITURA DO PASSADO

O gosto e o hábito da leitura em pequenos livrinhos do passado, ensinavam mais a ler e a escrever corretamente, do que todas as redes sociais de poucas palavras e muitas imagens.

O despertar para esta questão, surgiu-me quando ao revolver os espaços parados da biblioteca, acomodei alguns desses livrinhos muito bem escritos, cheios de história e ação.

Dei uma vista de olhos no COW-BOY sobre “Um gun-Man À solta. Depois desfolhei outro com o título: Neve sobre as armas… e “Frente ao Perigo” o artista na “Coleção Cascavel.

Para além de cowboyadas, haviam também de estórias de guerra, onde a forma de se escrever corretamente, instruíam na capacidade de correta leitura, ponderada, reagente e obediente à construção da frase e à pontuação.

A coleção “Patrulha em Combate”, era uma dessas séries que abordavam estórias de guerra e títulos como este: “A Morte, Essa Desconhecida”.

Pois até por aqui, nestes livrinhos, essa arte e literacia do passado, se aprendia muito mais do que hoje nas redes sociais, onde correm rios de erros ortográficos, disparates literários de todos os tamanhos, e todo o tipo de escritas e de imagens envoltas em obscenidades insultuosas à arte e à cultura, evidenciando uma comunicação excessivamente fácil e de qualquer jeito, onde parafrasear deixa tanto a desejar; onde o desdém e o “bota acima e bota abaixo”, valem mais do que a EDUCAÇÃO e a partilha de valores.

Era nesses pequenos livrinhos que se encontrava moderação, e até aprendizagem na construção da palavra, da frase, do texto… ainda havia as diversões aos quadradinhos com o Tio Patinhas a dar lições de poupança, e da sua caixa forte, que aos pequenos (e grandes) leitores, tanto motivava à posse de mealheiro para guardarem do “riso para a chora”.

Muitas lições e aprendizagem continham esses livrinhos de bolso quase esquecidos.

 

 VALOR DA ARTE

 

Há olhos pequenos em pequeno pensamento,

Tão pobres na leitura da arte e do autor,

Pela forma de ver, e fraco entendimento,

Valoriza o tamanho e nunca o seu valor.

 

Seja escultura, livro ou monumento,

Só a vê se com esplendor,

Pois no tamanho é que vê o talento;

Quando a arte requer olhos de condor.


Até no grão da semente a vida é grata,

E se mostra em pequenas dimensões,

Na imensidão da arte e seu louvor;

 

Vale mais um grão de ouro ou de prata,

Do que tantas inúteis construções;

Ou que grandes livros só de capa.

José Faria

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