COMO
DIZIA O POVO…JÁ
ME BORRASTE A ESCRITA!
Esta
é uma expressão popular de desagrado dita tantas vezes de forma espontânea em muitas
situações.
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Com aquele vendedor que quer vender um produto por um determinado valor, e
outro aparece a vender o mesmo produto por metade do preço;
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Com aquele escritor que empregou todo o seu saber e verdade numa determinada
narrativa, e alguém a opina de forma negativa, ou a transcreve plagiando e a
adulterando.
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Com o autor de uma determinada obra de arte, que quando passado algum tempo da
sua divulgação pública, vê centenas de cópias da sua obra;
-
Com aquele que cria um determinado evento social e cultural específico, e o vê
invadido por outros mais primários valores, para o desvalorizar social e culturalmente;
- Com aquele que criou uma determinada palestra sobre valores relevantes da cultura, da comunidade e da vida humana, e convidou o político da terra para valorizar o evento, o qual, na sua intervenção, mais do que valorizar o evento e o seu autor, valorizou-se a si mesmo, realçando-se, e dessa forma (oportunista) desvalorizar o evento e o seu mentor que o convidou.
E
porque hoje dia 22 de maio é dia do autor português, é um bom dia para os
autores de arte, de escrita, de eventos socioculturais e musicais, refletirem,
não só na sua entrega e dedicação aos seus feitos, como o de tentarem
consequentemente, melhorar e inovar a sua criação, porque esse é o caminho que
está na sua génese de autores criadores.
Nessa reflexão,
casos haverão de arte e eventos de bom e grande sucesso, porque bem aceites,
admirados, apoiados, publicitados e participados.
Mas outros haverão
também, que porventura decaíram, quando, embora (mais ou menos) bem aceites, mais
do que receberem apoio e colaboração, divulgação e publicitação, para desagrado
do autor, sofrem infiltração primária e aumento com outros valores, com mais
infantilidade e cores, de forma a desvalorizar a obra ou evento sociocultural
que pretende enriquecer socialmente a comunidade onde se insere.
Este subtil controlo
político sobre os autores criadores, leva-os, muitas vezes, a abandonar a sua criação
(apoderada) e partir para outra, já que o evento deixou de ser a sua obra, para
ser de outros, seguindo noutra direção de arte cultural, diferente daquela para
a qual foi criada.
José Faria
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