EM SÃO MIGUEL O ANJO

quinta-feira, 22 de maio de 2025

JÁ ME BORRASTE A ESCRITA!

 COMO DIZIA O POVO…
JÁ ME BORRASTE A ESCRITA!

Esta é uma expressão popular de desagrado dita tantas vezes de forma espontânea em muitas situações.

- Com aquele vendedor que quer vender um produto por um determinado valor, e outro aparece a vender o mesmo produto por metade do preço;

- Com aquele escritor que empregou todo o seu saber e verdade numa determinada narrativa, e alguém a opina de forma negativa, ou a transcreve plagiando e a adulterando.

- Com o autor de uma determinada obra de arte, que quando passado algum tempo da sua divulgação pública, vê centenas de cópias da sua obra;

- Com aquele que cria um determinado evento social e cultural específico, e o vê invadido por outros mais primários valores, para o desvalorizar social e culturalmente;

- Com aquele que criou uma determinada palestra sobre valores relevantes da cultura, da comunidade e da vida humana, e convidou o político da terra para valorizar o evento, o qual, na sua intervenção, mais do que valorizar o evento e o seu autor, valorizou-se a si mesmo, realçando-se, e dessa forma (oportunista) desvalorizar o evento e o seu mentor que o convidou.

E porque hoje dia 22 de maio é dia do autor português, é um bom dia para os autores de arte, de escrita, de eventos socioculturais e musicais, refletirem, não só na sua entrega e dedicação aos seus feitos, como o de tentarem consequentemente, melhorar e inovar a sua criação, porque esse é o caminho que está na sua génese de autores criadores.

Nessa reflexão, casos haverão de arte e eventos de bom e grande sucesso, porque bem aceites, admirados, apoiados, publicitados e participados.

Mas outros haverão também, que porventura decaíram, quando, embora (mais ou menos) bem aceites, mais do que receberem apoio e colaboração, divulgação e publicitação, para desagrado do autor, sofrem infiltração primária e aumento com outros valores, com mais infantilidade e cores, de forma a desvalorizar a obra ou evento sociocultural que pretende enriquecer socialmente a comunidade onde se insere.

Este subtil controlo político sobre os autores criadores, leva-os, muitas vezes, a abandonar a sua criação (apoderada) e partir para outra, já que o evento deixou de ser a sua obra, para ser de outros, seguindo noutra direção de arte cultural, diferente daquela para a qual foi criada.

José Faria

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