QUE
A MEMÓRIA NÃO SE APAGUEDOS
QUE MAIS SERVIRAM PEDROUÇOS MAIA
Admiro a boa gestão de vários cemitérios do grande Porto. E aqui bem próximo de Pedrouços, o de São Mamede Infesta é exemplar no respeito que tem e perpetua, por todos aqueles que contribuíram em prol da comunidade. Por isso lá se encontram dois marcos, entre dois círculos, em MEMÓRIA, de pessoas e de coletividades que serviram São Mamede Infesta.
Com tanto espaço
disponível, o cemitério de Pedrouços há muito que ali deveria erguer um
memorial para lembrar e perpetuar todos aqueles/as que muito deram de si à
nossa comunidade, incluindo, tantos que contribuíram para a criação de
freguesia, assim como para lembrar diversos artistas, de arte literária, pintura
e outras artes, e que lamentavelmente, vão sendo esquecidos, quando poderiam
servir de exemplo e até seguidos nessas artes.
Permitam-me, por agora, recordar
o pintor professor da Escola de Belas Artes do Porto, que escolheu Pedrouços
para viver e por cá esteve, até morrer, na rua Artur Neves, 333, durante cerca
de 40 anos.
O pintor António Fernandes,
que devido à sua idade avançada, com ele colaborei, coadjuvando na montagem de
algumas exposições.
António Fernandes pintou
muitas paisagens de Pedrouços, e no entanto, parece-me que nem uma ficou para
mostra, tão gritante é a ausência cultural.
Sei que pintou muitas
paisagens em Vilarinho das Furnas, antes das águas da barragem cobrirem toda a
aldeia.
Por cá, como exercia por
carolice e lazer serviço de cronista e repórter do então jornal da Maia,
abordei-o várias vezes enquanto pintava. E também aprendi com ele, precisamente
quando o via a levantar e recolher os apetrechos de pintura levando-me a
questioná-lo: - O professor já vai embora, ainda é tão cedo! Ao que ele me respondia:
- Já não dá para continuar, estão a aparecer muitas nuvens e a criar muitas
sombras, a luz já não é a mesma, talvez amanhã dê para continuar.
ANTÓNIO
FERNANDES, FOI GRANDEPINTOR
PAISAGISTA DE PEDROUÇOS
Entre
os muitos locais que expôs, destaque-se a zona turística do Cais de Gaia, nas
margens do rio Douro.
Entre as obras referidas, estão a óleo, a igreja de Pedrouços, os moinhos (desaparecidos) do ribeiro dos Amores e de aguarela a paisagem rural de Paredes, como documento em fotos. Em fotografia, pintando dos Beirões, o mestre da pintura paisagística António Fernandes, capta para a tela, os campos de cultivo, casa dos Pratas, a escola nº 1 e os pinheiros mansos ao lado.
Já
se davam os primeiros passos na autarquia de Pedrouços, ainda com a casa de
Augusto Simões conforme foi desocupada, quando o pintor se dedicou a pintar o
velho edifício de lavoura que deu lugar a sede de junta de freguesia.
-
Ora, voltando à forma como iniciei esta narrativa, torno a referir e a
lamentar, que no cemitério de Pedrouços, pelo menos ainda não seja destacada a
memória daqueles que já partiram e que são motivo de referência, de exemplo e
de gratidão, já que Pedrouços vai ficando cada vez mais distante, de erguer um
museu (como queria António Lopes Vaz, Dr.)ou Casa de Cultura, onde estes e
outros valores deveriam ser divulgados, aumentados e promovidos.
José Faria
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