EM SÃO MIGUEL O ANJO

sexta-feira, 10 de julho de 2020

O REGRESSO DAS JUMENTINHAS


Lenda de Gueifães – Maia
O REGRESSO DAS JUMENTINHAS

Por volta de 1807, durante as Invasões francesas, na grande quinta de Gueifães, do latifúndio Santos Lessa, um de entre os quarenta maiores proprietários do Concelho, os quais, por essa razão, eram membros da assembleia da Câmara Municipal à época.
Como quinta de grande produção agrícola que ocupava muitas famílias maiatas no amanho da terra e ainda mais na altura das colheitas; aquando da apanha e desfolhada do milho ou das cegadas de trigo e do centeio. Chegava a matar-se um vitelo para dar de comer a tantos trabalhadores.
Aquando das invasões francesas, os soldados levavam tudo aquilo que lhes servia e que havia de melhor. Desta quinta além de víveres, ouro e prata, levaram muito gado e duas jumentinhas que eram a graça e mascotes da casa, Clara e Florinda, que eram tratadas como animais domésticos e de estimação.

Vários dias passaram até que já ninguém pensava no roubo do gado e das jumentinhas. Certa noite, já de madrugada, os criados que dormiam num casarão perto do curral, acordaram com ruídos de um batimento arrastado, contra as portadas do curral. Sorrateiramente e a medo foram ver o que era e depararam-se com as duas jumentas que arrastavam as patas nas portadas tentando abri-las para entrar. Acorreram a chamar o patrão Santos Lessa que logo veio ao seu encontro. Já junto das mascotes da quinta, verificaram que ambas tinham sobre o dorso alforges bem gordos, atafulhados de ouro e pratas.
As jumentinhas, Carla e Florinda, conseguiram fugir aos franceses e como tão dadas à quinta, regressaram por instinto ao seu lar, mais ricas do que quando foram roubadas de lá.
Esta lenda manteve-se viva por muitos anos, porque era contada sempre que um ou mais trabalhadores ingressassem na quinta de Santos Lessa.
- Fonte: - Junta de Freguesia de Gueifães.

Porque procuro manter por mais tempo estas lendas, continuo a elaborar as quadras descritivas de cada uma das lendas que vou encontrando.
Concluídas as de Pedrouços, de Águas Santas, de Guadalupe, do Santo Preto, do Santo António (Nogueira e Silva Escura), vou agora debruçar-me na criação poética, através de quadras de cariz popular, de forma a descrever poeticamente esta lenda também.
Certamente que as Jumentinhas me vão agradecer.
José Faria

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