EM SÃO MIGUEL O ANJO

sábado, 18 de julho de 2020

PADRE ANTÓNIO VIEIRA

FRAGMENTOS DA NOSSA HISTÓRIA… RELIGIOSA
Padre António Vieira morreu há 323 anos. (18/07/1697)

Padre António Vieira foi um antiescravagista e homem de confiança de D. João IV. Foi um religioso, filósofo, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Uma das mais influentes personagens do século XVII em termos de política e oratória, destacando-se como missionário em terras brasileiras. Contra a escravatura, Padre Antônio Vieira se dedicou parte da sua vida às missões de catequese no Pará e no Maranhão (1653-1661), uma vez que dominava sete idiomas indígenas. Lutou contra os colonos portugueses que desejavam escravizar os índios no Maranhão. Em 1661 foi expulso do Maranhão, pelos senhores de escravos que não aceitavam suas ideias.
Dos seus sermões, destacam-se o Sermão da Sexagenária proferido na Capela Real de Lisboa em 1653, onde tematiza a arte de pregar; O Sermão Pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda proferido na Bahia em 1640, onde se coloca contrário à invasão holandesa; O Sermão de Santo António (aos peixes), proferido no Maranhão em 1654, atacando a escravização de índios; O Sermão do Mandato, pronunciado na Capela real de Lisboa em 1654, desenvolvendo o tema do amor místico.

O AMOR FINO
O amor fino não busca causa nem fruto.
Se amo, porque me amam, tem o amor causa;
Se amo, para que me amem, tem fruto: e amor fino não há-de ter porquê nem para quê.
Se amo, porque me amam, é obrigação, faço o que devo:
Se amo, para que me amem, é negociação, busco o que desejo.
Pois como há-de amar o amor para ser fino?
Amo, quia amo; amo, ut amem:
Amo, porque amo, e amo para amar.
Quem ama porque o amam é agradecido.
Quem ama, para que o amem, é interesseiro:
Quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, só esse é fino.
Padre António Vieira, in "Sermões"

SOMOS PÓ
Esta nossa chamada vida, não é mais do que um círculo que fazemos de pó a pó: do pó que fomos ao pó que havemos de ser. Uns fazem o círculo maior, outros menor, outros mais pequeno, outros mínimo: De utero translatus ad tumulum: Mas ou o caminho seja largo, ou breve, ou brevíssimo; como é círculo de pó a pó sempre e em qualquer parte da vida somos pó. Quem vai circularmente de um ponto para o mesmo ponto, quanto mais se aparta dele, tanto mais se chega para ele: e quem, quanto mais se aparta, mais se chega, não se aparta. O pó que foi nosso princípio, esse mesmo e não outro é o nosso fim, e porque caminhamos circularmente deste pó para este pó, quanto mais parece que nos apartamos dele, tanto mais nos chegamos para ele: o passo que nos aparta, esse mesmo nos chega; o dia que faz a vida, esse mesmo a desfaz; e como esta roda que anda e desanda juntamente, sempre nos vai
moendo, sempre somos pó.-
Padre António Vieira, in "Sermões"
Fonte: - https://www.ebiografia.com/antonio_vieira/
Fomos pó antes de nascermos e depois do nosso fim, pó seremosJosé Faria✍️🤔📚🙏🚴‍♂️

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